Acusado de estar envolvido em casos de corrupção e afastado do seu cargo de presidente da Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa, Pedro Agramunt realizou uma investigação tentando salvar sua reputação.
Ele descobriu uma rede de influências clandestina que opera a favor dos interesses de Soros na entidade que anteriormente tenha encabeçado. Em particular, Agramunt acusa o bilionário americano de origem húngara de manter controle sobre a organização com o objetivo de preservar sua influência no Conselho da Europa.
Os jornalistas da Sputnik que estudaram os resultados da pesquisa de Agramunt se interessaram pelo esquema que poderia ter sido usado por Soros para pressionar o Conselho da Europa com ajuda de associações e organizações não governamentais financiadas por ele.
A Assembleia do Conselho da Europa encomendou uma investigação independente sobre os supostos atos de corrupção cometidos por Agramunt depois de em março de 2017 o político se ter reunido com o presidente sírio Bashar Assad.
Os advogados de Agramunt informaram a agência que esta é uma organização de "lobby" que figura no ficheiro da Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa e do Parlamento Europeu. Ou seja, um grupo de pressão registrado no Conselho da Europa como uma organização não governamental apresentou acusações de corrupção contra o representante do Partido Popular que queria obrigar os lobistas a sair da sombra. É evidente que essa transparência poderia dificultar as atividades realizadas por esses grupos de pressão.
Além disso, Agramunt descobriu que o diretor da ESI, Gerald Knaus, tem laços estreitos com Nicholas Whyte, diretor da organização sem fins lucrativos Independent Diplomacy. Os interesses políticos promovidos por esta contrariam os de Agramunt sobre o problema do separatismo catalão como membro do Partido Popular e defensor da Constituição espanhola.
É interessante que Knaus acusou Agramunt de corrupção depois de o ex-presidente da Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa ter proposto pressionar os grupos para realizarem reformas.
Além dessas acusações, dois russos, Yuri Dzhibladze e Olga Zakharova, fundadores da organização Civic Solidarity Platform (CSP), também testemunharam contra Agramunt.
Segundo Dzhibladze e Zakharova, o ex-presidente da Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa ofereceu propinas para ocupar o cargo. Agramunt, por sua parte, desmentiu essas acusações e explicou que ele era o único candidato e, portanto, não precisava subornar para vencer. Ele descobriu, durante sua investigação, que existe uma ligação entre a Civic Solidarity Platform e os recursos financeiros de Soros.
Resulta que a CSP operou na Catalunha em outubro de 2017 no momento em que foi realizado o referendo sobre a independência, qualificado como ilegal pelas autoridades espanholas. Naquele tempo, Dzhibladze e Olga Zakharova foram convidados a Barcelona pela Organização Mundial Contra a Tortura, que também conta com o apoio de Soros.
Em Barcelona, eles conheceram David Bondia, um defensor da independência da Catalunha e chefe do Instituto de Direitos Humanos da Catalunha, ligado à terceira organização não governamental de Soros, a Sociedade Aberta da Europa (Open Society of Europe).
Não foi por esse comportamento que Soros e suas organizações sem fins lucrativos foram expulsos da Hungria e de Israel? Não foi esta a razão pela qual os líderes europeus que mostraram sua oposição aberta a Soros – como o ex-primeiro-ministro da Eslováquia, Robert Fico, e seu colega da Eslovênia, Miro Cerar – perderam suas posições? Estas são as questões que a Sputnik levantou depois de estudar os resultados da investigação.