Como Trump derruba mercado de valores estadunidense

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A moratória de 90 dias na introdução de tarifas sobre produtos importados da China deu aos investidores uma esperança que Washington abandonasse sua política agressiva. Entretanto, segundo a colunista da Sputnik, Natalia Dembinskaya, as últimas declarações de Trump puseram fim a essas esperanças, provocando quedas nos mercados de valores dos EUA.

Nos últimos meses as bolsas norte-americanas sofreram uma série de quedas graves. No fim do novembro a situação se estabilizou e as bolsas de valores até fecharam no verde graças à moratória de 90 dias na introdução das tarifas sobre produtos importados da China, acordada entre Washington e Pequim, bem como às perspectivas de uma trégua na guerra comercial.

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Os investidores viram um raio de esperança que em vez da agressão sem sentido Washington fosse realizar uma política econômica razoável.

Euforia curta

Entretanto, a euforia nos mercados de ações dos EUA não durou sequer dois dias. Os mercados fecharam em baixa despois do presidente dos EUA, Donald Trump, ter publicado seu tweet ameaçando o acordo com a China.

"Sou o Homem das Tarifas. Quando pessoas ou países chegam para fazer um assalto à grande riqueza da nossa nação, quero que paguem pelo privilégio de fazê-lo. Isso sempre será a melhor maneira de fortalecer nosso poder econômico. Agora estamos recebendo bilhões de dólares em tarifas. Façam a América rica novamente!", escreveu ele na sua conta no Twitter.

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Os empresários norte-americanos não apreciaram seu senso de humor. O aumento de tarifas sobre produtos chineses levou ao aumento dos custos de produção para as empresas norte-americanas, explicou Dembinskaya.

Em 4 de dezembro o índice Dow Jones Industrial perdeu 799,36 pontos, o índice S&P 500 mostrou uma queda de 3,1%, enquanto o Nasdaq recuou 3,8%.

Na "zona vermelha" se encontraram a maioria das ações, especialmente as do setor de alta tecnologia. Por exemplo, as ações da Amazon caíram 6%, enquanto as capitalizações da Google, Netflix e Apple sofreram uma queda de cerca de 5%.

À beira de recessão

Segundo os analistas do banco de investimento Goldman Sachs, essas quedas nas bolsas terão consequências que se tornarão evidentes já no início do próximo ano. Até o segundo trimestre de 2019, devido à vulnerabilidade nos mercados, a economia dos EUA perderá 0,75% do PIB.

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Entretanto, os investidores têm outros motivos de preocupação sobre o futuro da economia norte-americana além do conflito comercial entre os EUA e Pequim.

Por exemplo, pela primeira vez desde 2007 apareceu uma reversão na curva de rendimento dos títulos do Tesouro dos EUA: o rendimento dos valores mais curtos superou as taxas dos mais longos. Essa reversão precedeu cada uma das nove recessões dos EUA desde 1955.

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