Uma investigação independente mostrou que o sistema de controle de voo pode ter apresentado falhas em ambos os acidentes, na Etiópia e na Indonésia. O relatório também critica o fato de que a Agência Federal de Aviação dos Estados Unidos (FAA) delegue à própria fabricante — neste caso, a Boeing — conduza a análise dos modelos que ela mesmo fabrica.
Além disso, o Sistema de Aumento de Características de Manobra (MCAS), conseguiu mover a cauda do avião "quatro vezes mais do que foi declarado no documento inicial de análise de segurança". Além disso, a análise não levou em consideração como o sistema se auto-redefinia "a cada vez que um piloto respondia" ao software anti-estolagem, o que poderia fazê-lo abaixar repetidamente o nariz da nave.
Na quarta-feira, a FAA anunciou que a Boeing está trabalhando em um boletim com instruções para as companhias aéreas sobre como instalar novos softwares de programas operacionais de controle de voo no Boeing 737 Max 8, informou a Reuters.
A notícia vem a público depois que o Departamento de Transportes dos EUA (DoT) solicitou uma auditoria de como a FAA e a Boeing certificaram o 737 Max 8. Em um memorando divulgado nesta semana, a secretária de Transporte Elaine Chao solicitou que o inspetor-geral do DoT, Calvin Scovel, fizesse "um objetivo e histórico factual detalhado das atividades que resultaram na certificação da aeronave".
Outra investigação separada já está em andamento pela Scovel e pela Divisão Criminal do Departamento de Justiça dos EUA. A agência AP informou que um júri federal em Washington, DC, emitiu intimação demandando "busca de e-mails, mensagens e outras comunicações" nas contas de um homem envolvido no desenvolvimento do avião.