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Analista: mesmo diante do luto, os EUA não evitam 'impor o seu pensamento ocidental' sobre o Irã
Analista: mesmo diante do luto, os EUA não evitam 'impor o seu pensamento ocidental' sobre o Irã
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A afirmação do secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, de que "os iranianos estão provavelmente em melhor situação" após a morte do seu presidente... 23.05.2024, Sputnik Brasil
2024-05-23T12:32-0300
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Na quarta-feira (22), Antony Blinken declarou que "os iranianos provavelmente estão em melhor situação [agora]" após a morte do presidente iraniano Ebrahim Raisi em um acidente aéreo. Além disso, garantiu que Washington "certamente não lamenta a sua morte". O responsável norte-americano respondeu desta forma durante uma audiência da Comissão de Relações Exteriores do Senado dos Estados Unidos, na qual foi criticado pela publicação de uma breve declaração do Departamento de Estado em que Washington "expressa as suas condolências oficiais pela morte do presidente iraniano Ebrahim Raisi". Ao ser questionado pelo teor da nota, o alto responsável defendeu que oferecer condolências pela morte do presidente iraniano é algo "normal" na diplomacia, mas que isso não altera a política de Washington em relação a Teerã. Para o internacionalista e acadêmico da Universidade Nacional Autônoma do México (UNAM) e da Universidade La Salle, Alejandro Martínez Serrano, as afirmações de Blinken, vistas à luz do âmbito protocolar da diplomacia, são, antes de tudo, de "mau gosto". Além disso, destacou que é implausível que, através dos canais oficiais, Blinken tenha expressado condolências em nome do país norte-americano e, posteriormente, em declaração pública, tenha manifestado uma posição completamente oposta. Ofensa ao luto e à hegemonia ocidental"Também vamos levar em consideração que a opinião de Blinken pode ser na esfera privada — e obviamente ele tem as suas opiniões, mas em uma declaração pública, ele está ofendendo um período de luto da nação iraniana", afirmou o acadêmico. Questionado sobre as repercussões que as declarações de Blinken poderão ter na relação entre os dois países diante das próximas eleições presidenciais, o analista destacou que a nação persa não espera "mais do que uma resposta dessa natureza do governo dos EUA". No último domingo (19), o helicóptero que transportava Raisi, o ministro das Relações Exteriores iraniano, Hossein Amir-Abdollahian, e vários outros funcionários caiu no noroeste do Irã quando a delegação regressava de uma visita ao Azerbaijão Oriental, província iraniana. Várias horas depois, o vice-presidente iraniano Mohammad Mokhber – que assumirá como chefe de Estado interino durante os próximos 50 dias até a realização de novas eleições presidenciais – confirmou a morte de Raisi e da sua comitiva. Por sua vez, o líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, declarou cinco dias de luto pela morte do presidente Raisi e dos seus companheiros.
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Analista: mesmo diante do luto, os EUA não evitam 'impor o seu pensamento ocidental' sobre o Irã
12:32 23.05.2024 (atualizado: 14:01 23.05.2024) A afirmação do secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, de que "os iranianos estão provavelmente em melhor situação" após a morte do seu presidente Ebrahim Raisi demonstra mais uma vez que Washington não pretende respeitar o povo iraniano e exerce diplomacia "amigável", disse o internacionalista Alejandro Martínez Serrano à Sputnik.
Na quarta-feira (22), Antony Blinken declarou que "
os iranianos provavelmente estão em melhor situação [agora]" após a
morte do presidente iraniano Ebrahim Raisi em um acidente aéreo. Além disso, garantiu que Washington "certamente não lamenta a sua morte".
O responsável norte-americano respondeu desta forma durante uma audiência da Comissão de Relações Exteriores do
Senado dos Estados Unidos, na qual foi criticado pela publicação de uma breve declaração do Departamento de Estado em que Washington "
expressa as suas condolências oficiais pela morte do presidente iraniano Ebrahim Raisi".
Ao ser questionado pelo teor da nota, o
alto responsável defendeu que oferecer condolências pela morte do presidente iraniano é algo "normal" na diplomacia, mas que isso
não altera a política de Washington em relação a Teerã.
Para o internacionalista e acadêmico da Universidade Nacional Autônoma do México (UNAM) e da Universidade La Salle, Alejandro Martínez Serrano, as afirmações de Blinken, vistas à luz do âmbito protocolar da diplomacia, são, antes de tudo, de "mau gosto".
"Em primeira instância [...], a afirmação é, na área do protocolo diplomático, de mau gosto, tendo em conta que o povo iraniano ainda está de luto por essa tragédia", afirmou o especialista em geopolítica do Oriente Médio e conflitos internacionais contemporâneos.
Além disso, destacou que é implausível que, através dos
canais oficiais, Blinken tenha expressado condolências em nome do país norte-americano e, posteriormente, em declaração pública,
tenha manifestado uma posição completamente oposta.
Ofensa ao luto e à hegemonia ocidental
"Também vamos levar em consideração que a
opinião de Blinken pode ser na esfera privada — e obviamente ele tem as suas opiniões, mas em uma
declaração pública, ele está ofendendo um
período de luto da nação iraniana", afirmou o acadêmico.
Por outro lado, o especialista observou que esta é uma manifestação clara de que Washington "não pretende respeitar" o povo iraniano e, pelo contrário, pretende mais uma vez "impor a sua forma ocidental de pensar".
Questionado sobre as repercussões que as declarações de Blinken poderão ter na relação entre os dois países diante das
próximas eleições presidenciais, o analista destacou que a nação persa não espera "
mais do que uma resposta dessa natureza do governo dos EUA".
No último domingo (19), o helicóptero que transportava
Raisi, o ministro das Relações Exteriores iraniano, Hossein Amir-Abdollahian, e vários outros funcionários
caiu no noroeste do Irã quando a delegação regressava de uma visita ao Azerbaijão Oriental, província iraniana.
Várias horas depois, o vice-presidente iraniano Mohammad Mokhber – que
assumirá como chefe de Estado interino durante os próximos 50 dias até a realização de novas eleições presidenciais –
confirmou a morte de Raisi e da sua comitiva.
Por sua vez, o líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, declarou cinco dias de luto pela morte do presidente Raisi e dos seus companheiros.
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