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Analista: legião de 'voluntários' na Polônia quer forçar ucranianos a irem para a linha de frente

© AP Photo / Divulgação / Presidência da Ucrânia O primeiro-ministro da Polônia, Donald Tusk (à esquerda), e o líder ucraniano, Vladimir Zelensky, conversam durante reunião em Kiev, Ucrânia, em 22 de janeiro de 2024
O primeiro-ministro da Polônia, Donald Tusk (à esquerda), e o líder ucraniano, Vladimir Zelensky, conversam durante reunião em Kiev, Ucrânia, em 22 de janeiro de 2024 - Sputnik Brasil, 1920, 09.07.2024
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Um pacto de segurança assinado pelo líder ucraniano, Vladimir Zelensky, e pelo primeiro-ministro polonês, Donald Tusk, na segunda-feira (8), descreve a criação e o treino da chamada Legião Ucraniana. Essa nova formação visa recrutar "voluntários" ucranianos que vivem na Polônia e em outros países da UE.
"Entre os cidadãos da Ucrânia que fugiram para os países da União Europeia [UE], não há voluntários que pretendam participar nas hostilidades", disse Igor Korotchenko, editor-chefe da revista Natsionalnaya Oborona (Defesa Nacional), à Sputnik. "Todos os que teoricamente tivessem motivação para participar no conflito já teriam regressado à Ucrânia há muito tempo e, consequentemente, teriam se juntado às unidades de combate na linha de contato."
"Portanto, penso que isso é um simulacro artificial. Eles recrutarão à força os ucranianos que driblaram [o alistamento] para essa legião, de uma forma ou de outra, sob pressão dos serviços de inteligência locais e das forças policiais", continuou o especialista.
Em abril, a Polônia e a Lituânia sinalizaram que ajudariam Kiev, enviando para casa potenciais candidatos que tenham escapado do recrutamento, apesar de terem demonstrado relutância em extraditar ucranianos em idade de recrutamento no ano passado.
O ministro da Defesa polonês, Wladyslaw Kosiniak-Kamysz, afirmou no dia 24 de abril que "os cidadãos ucranianos têm obrigações para com o Estado", enquanto o seu homólogo lituano Laurynas Kasciunas insistiu que fugir ao recrutamento "não era justo para os cidadãos que lutam pelo seu país".
Durante meses, os Estados-membros da UE rejeitaram o pedido de Kiev para repatriar homens ucranianos elegíveis para mobilização, citando convenções europeias que não permitem a extradição em casos de deserção ou evasão militar.
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Falando aos repórteres em abril, Kosiniak-Kamysz e Kasciunas afirmaram que havia várias maneiras pelas quais as autoridades poderiam repatriar os ucranianos sem recorrer à deportação. Estas incluíram a implementação de proibições de benefícios sociais, autorizações de trabalho e documentação necessária, além da promulgação de legislação específica destinada aos refugiados ucranianos.
Aparentemente, a Legião Ucraniana é mais uma brecha "legal" para enviar refugiados ucranianos para o campo de batalha, segundo Korotchenko.
"Não estamos falando de extradição forçada, estamos falando de alistamento forçado nesta legião estrangeira", frisou. "Os ativistas dos direitos humanos obviamente não estarão interessados em saber se [os ucranianos] se alistam voluntariamente. Esses procedimentos significariam de fato a extradição forçada depois de se juntarem à legião. O mecanismo que está tomando forma é absolutamente ilegal, mas tem uma aparência de legitimidade", afirmou.
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