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'Controle da liberdade de imprensa' e 'falsa narrativa': analistas avaliam sanções dos EUA à Sputnik

© Sputnik / Vitaly BelousovScott Ritter, especialista militar dos EUA, em uma coletiva de imprensa no Centro Internacional de Coletiva de Imprensa da Rossiya Segodnya, em Moscou
Scott Ritter, especialista militar dos EUA, em uma coletiva de imprensa no Centro Internacional de Coletiva de Imprensa da Rossiya Segodnya, em Moscou - Sputnik Brasil, 1920, 13.09.2024
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O Departamento do Tesouro dos Estados Unidos anunciou, na tarde desta sexta-feira (13), uma nova rodada de sanções contra o grupo de mídia Rossiya Segodnya, do qual a Sputnik faz parte.
"Uma das razões pelas quais grande parte do mundo não tem apoiado a Ucrânia tanto quanto se esperaria […] é o grande alcance da RT, onde propaganda, desinformação e mentiras são disseminadas para milhões, se não bilhões de pessoas ao redor do mundo", disse hoje o diretor do Centro de Engajamento Global do Departamento de Estado dos EUA, James Rubin, ao comentar as medidas de censura de seu governo.
À Sputnik Brasil, especialistas sinalizam que o movimento do governo norte-americano é um mostrar de garras sobre a verdadeira liberdade de expressão permitida.
João Victor Motta, pesquisador do Observatório de Regionalismo e doutorando em relações internacionais pelo Programa de Pós-Graduação San Tiago Dantas, argumentou que as sanções expõem a verdadeira face das autoridades norte-americanas.

"A estratégia de controle sobre a liberdade de imprensa é parte rotineira da máquina de guerra norte-americana. Assim como em outras guerras, a manipulação das informações e a censura não impediram que a população de todo mundo e a estadunidense chegassem nas óbvias conclusões sobre a injustificabilidade das guerras patrocinadas pelos EUA e a necessidade imperativa da paz", disparou.

Charles Pennaforte, professor da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e coordenador do Laboratório de Geopolítica, Relações Internacionais e Movimentos Antissistêmicos (LabGRIMA), segue a mesma lógica de João Victor e complementa, dizendo que as ações de Washington são fruto de contradições rotineiras.
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"Essas sanções contra os órgãos de mídia russa representam, na realidade, uma grande contradição entre o que é falado e o que é realizado na prática", cravou.
Durante a declaração a esta agência, ele reportou que o Ocidente tem o objetivo de fornecer somente uma visão do atual conflito na Ucrânia, envolvendo a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) contra a Rússia.

"Essa visão passa pelos interesses, principalmente dos Estados Unidos, da União Europeia, em retratar uma realidade que seja de interesse desses grupos de países. Então quando você inviabiliza que a população tenha acesso a outra visão, a outra análise do conflito, você praticamente se nivela nos níveis de países que perseguem jornalistas, que fecham jornais, revistas etc. É uma grande contradição, mas é o próprio processo que é natural dos Estados Unidos e da União Europeia em tentar impedir que a população tenha uma visão ampla do conflito", arrematou Pennaforte.

Derrota da 'narrativa' dos EUA

Segundo João Cláudio Pitillo, professor de história e pesquisador do Núcleo de Estudos das Américas (Nucleas) da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), as sanções dos EUA são "a prova cabal da derrota estadunidense na sua capacidade de narrar a guerra da Ucrânia, principalmente nos países do Sul Global".

"A narrativa falsa, a narrativa equivocada de que os Estados Unidos costumam fazer dos conflitos no qual ele escolhe participar dessa vez não funcionou. Ou seja, as mentiras estadunidenses foram derrotadas pelas verdades russas", disse.

Ele complementou dizendo que a RT não trabalha como imprensa e que parte do operativo militar "soa como um hilário. Ninguém acredita nisso, isso é uma confissão de derrota. É patético, a justificativa estadunidense é patética".

EUA sancionaram diretor-geral da Sputnik

Ao anunciar as sanções contra a imprensa russa, o Tesouro dos EUA emitiu um comunicado exigindo a conclusão de transações financeiras com a Rossiya Segodnya até 13 de novembro de 2024.
Além de Dmitry Kiselev, diretor-geral do grupo midiático Rossiya Segodnya, outro indivíduo e três entidades entraram na lista de sanções norte-americanas.
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A representante oficial do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, comentou em seu canal do Telegram a nova rodada de sanções contra a mídia russa.
"Acho que uma nova profissão deveria aparecer nos EUA — um especialista em sanções impostas contra a Rússia", disse Zakharova. "Alguém deveria pelo menos garantir que as sanções não sejam repetidas", acrescentou.
Na última semana, os Estados Unidos já haviam anunciado uma série de medidas contra mídias russas sob acusações de interferência na política e nas eleições norte-americanas. Nessa primeira rodada, a editora-chefe do grupo, Margarita Simonyan, já havia sido sancionada.
"Estamos tomando medidas para responsabilizar aqueles que usam informação como arma para atacar a nossa democracia", disse o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, sobre as sanções mais recentes.
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