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Amostras do lado oculto da Lua trazidas pela Chang'e 6 apontam para 'solo fofo e cheio de vidro'

© AP Photo / Ng Han GuanLua ao lado do logo da Corporação da Indústria de Aviação da China (Avic, na sigla em inglês), em Pequim
Lua ao lado do logo da Corporação da Indústria de Aviação da China (Avic, na sigla em inglês), em Pequim - Sputnik Brasil, 1920, 24.09.2024
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Após meses de análise, Pequim revelou as principais descobertas feitas a partir dos primeiros fragmentos trazidos desse lado do satélite nunca explorado por humanos.
Um vislumbre das amostras coletadas do lado oculto da Lua pela missão Chang'e 6, publicado na revista National Science Review, aponta diferenças significativas no material em relação ao que já foi recolhido do lado visível, oferecendo novas pistas sobre a formação e evolução do satélite natural da Terra.
De acordo com o texto da publicação, as amostras do lado oculto têm menor densidade em comparação àquelas do lado visível. A estrutura desses materiais é mais solta e porosa, indicando que seriam ainda mais "leves" em seu estado natural na superfície lunar.
Além disso, o solo contém mais partículas claras, como de feldspato e vidro, em comparação com o das amostras da missão Chang'e 5, de 2020.
Outro dado importante é a baixa concentração de rochas enriquecidas com potássio, elementos de terras-raras e fósforo, mais abundantes no lado visível da Lua. Essa diferença pode explicar as características distintas entre os dois lados do astro.
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A "amostra é bastante solta e seria ainda mais fofa em seu estado 'natural' na superfície lunar", escreveram os pesquisadores.
Segundo o grupo, as amostras da bacia do Polo Sul-Aitken, a maior e mais antiga cratera de impacto no satélite, indicam uma assimetria importante entre os dois lados da Lua. Vale lembrar que essa região é cientificamente valiosa por ser uma das áreas mais profundas, com potencial para expor materiais do manto lunar.
Todas as seis missões Apollo (11, 12, 14, 15, 16, 17), da NASA, coletaram amostras do lado próximo da Lua, especialmente em regiões de mares lunares, ricas em basaltos vulcânicos, relembrou o jornal O Globo.
A maioria das amostras vieram do terreno conhecido como Procellarum KREEP Terrane (PKT), caracterizado pela alta concentração de potássio (K, na tabela periódica), elementos de terras-raras (REE, na sigla em inglês) e fósforo (P, na tabela periódica), conhecidos coletivamente como KREEP.
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Iniciada em maio, a missão Chang'e 6 durou 53 dias e teve como objetivo coletar amostras da cratera Apollo, no lado não visível da Lua.
Ou seja, enquanto as missões Apollo enriqueceram o conhecimento sobre o lado próximo do satélite, revelando sua história vulcânica e o impacto do LHB — período em que a Lua foi intensamente bombardeada por asteroides e cometas —, as amostras da Chang'e 6, do lado oculto, ampliam ainda mais a compreensão da geologia lunar.
As descobertas oferecem uma nova visão sobre as diferenças entre os dois lados da Lua, especialmente em termos de composição mineral, história de impactos e variações na atividade vulcânica.
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