Novo presidente dos EUA deve enviar a Pequim e Taiwan sinais claros de 'desescalada', diz mídia
13:10 23.10.2024 (atualizado: 14:57 23.10.2024)
© AP Photo / Kiichiro SatoBandeiras dos EUA e da China tremulam no parque Genting Snow, antes dos Jogos Olímpicos de Inverno de 2022. Zhangjiakou, China, 2 de fevereiro de 2022
© AP Photo / Kiichiro Sato
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A democrata Kamala Harris e o republicano Donald Trump, apesar de terem diferenças em sua abordagem em relação à China, compartilham a visão de que ela é a "principal concorrente estratégica" para os EUA. Mas, seja quem for o próximo presidente americano, ele deve agir para minimizar "riscos de escalada" na Ásia-Pacífico, segundo um think tank.
De acordo com o South China Morning Post (SCMP), um think tank europeu afirmou que a estratégia de dupla dissuasão de Washington é "a única base viável para preservar a paz no estreito de Taiwan", sinalizando que ambos os candidatos à presidência dos EUA devem deixar claro que Washington não busca o colapso de Pequim e não deve encorajar esforços pela independência de Taiwan.
Ainda segundo a apuração, com essa estratégia de dupla dissuasão, os EUA buscam não apenas impedir a China continental de atacar Taiwan, mas também impedir Taiwan de declarar independência caso isso desencadeie um ataque. Desta forma, os EUA também devem dizer ao líder taiwanês William Lai Ching-te que adotar uma linha mais dura do que sua antecessora, Tsai Ing-wen, "poderia complicar os esforços de Washington para apoiar Taipé e contribuir para a coerção de Pequim".
Pequim vê Taiwan como uma província independentista, a ser colocada sob controle continental pela força, se necessário. A maioria dos países, incluindo os EUA, não reconhece a ilha como um Estado independente, mas Washington se opõe a uma mudança unilateral no status quo.
Embora os aliados e parceiros de Washington possam compartilhar suas apreensões sobre a China, o relatório do think tank aponta que poucos, se algum, se uniriam aos EUA para "depor o Partido Comunista chinês ou relegar a China à periferia da ordem internacional", propondo ainda que seja adotada uma estratégia mais sutil sobre a trajetória da China, uma vez que para Washington ou Pequim está "em uma marcha em direção à hegemonia global ou à beira do declínio sistêmico".
"Independentemente de quem vença a eleição de novembro, o próximo governo dos EUA deve buscar uma coabitação sustentável que permita que Washington e Pequim possam competir de forma responsável, reduzam o risco de conflito armado e protejam o espaço para cooperação bilateral", destaca o relatório.
O relatório de 42 páginas descreveu as abordagens "marcadamente diferentes" em relação à China que Harris e Trump podem adotar com base em suas declarações anteriores e entrevistas conduzidas pelo think tank.
Trump foi visto como o mais provável de ver as relações EUA-China através de uma lente de comércio enquanto a política de Harris para a China pode se basear em sua criação como filha de ativistas dos direitos civis e promotora.