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ONU afirma que mais de 10 mil haitianos fugiram de ataques de gangues na última semana

© AP Photo / Odelyn JosephManifestante segura bandeira do Haiti durante protesto que pede a saída do então primeiro-ministro, Ariel Henry, em meio à escalada da violência no país. Porto Príncipe, 2 de março de 2024
Manifestante segura bandeira do Haiti durante protesto que pede a saída do então primeiro-ministro, Ariel Henry, em meio à escalada da violência no país. Porto Príncipe, 2 de março de 2024 - Sputnik Brasil, 1920, 24.10.2024
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A crise provocada pelas facções criminosas no Haiti deslocou mais de 10 mil pessoas internamente no país na última semana, segundo estimativas da Agência das Nações Unidas para as Migrações (OIM) divulgadas nesta quinta-feira (24).
Ainda segundo a OIM, o conflito causou uma crise de insegurança alimentar em níveis críticos, à medida que as gangues tomam terras agrícolas e bloqueiam rotas de transporte.
A agência informou no início de setembro que mais de 700 mil pessoas haviam sido deslocadas internamente em toda a nação caribenha, quase o dobro do número registrado seis meses antes.
Nas últimas semanas, as gangues têm intensificado os ataques a várias cidades além da capital, já em grande parte sob o controle de diversos grupos armados violentos, unidos em uma aliança comum conhecida como Viv Ansanm.
Soldados brasileiros da missão de paz da Organização das Nações Unidas (ONU) patrulham a favela de Cité Soleil, em Porto Príncipe, no Haiti, em 21 de março de 2011 - Sputnik Brasil, 1920, 30.09.2024
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A Organização das Nações Unidas (ONU) autorizou uma força internacional para ajudar a polícia do Haiti a retomar o controle dos territórios, sem resultado. A liderança do Haiti solicitou que a força fosse convertida em uma missão formal de manutenção da paz para reforçar os recursos, mas a iniciativa não foi aprovada pelo Conselho de Segurança da organização.
As gangues, que anteriormente tinham como alvo a polícia nacional, grupos de autodefesa civis e a infraestrutura estatal, também começaram a atacar veículos estrangeiros.
Em junho, o primeiro-ministro haitiano em exercício, Garry Conille, deu as boas-vindas a um contingente de 400 quenianos que chegaram a Porto Príncipe para colaborar com a segurança pública, marcando o início da Missão Multinacional de Apoio à Segurança no Haiti (MSS, na sigla em inglês).
O Haiti está há anos mergulhado em uma crise sociopolítica, que se agravou em julho de 2021, com o assassinato do então presidente, Jovenel Moïse.

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O país enfrenta um aumento sem precedentes das atividades de grupos criminosos dedicados à extorsão e ao sequestro por resgate, que controlam todas as áreas do país, além da ingerência estrangeira.
Em 29 de fevereiro, a violência provocada pelas facções criminosas foi intensificada na área central de Porto Príncipe, enquanto o então primeiro-ministro haitiano, Ariel Henry, visitava o Quênia em busca de um acordo para o envio de forças estrangeiras ao Haiti para combater o crime organizado.
As gangues afirmaram que o objetivo era impedir o retorno do primeiro-ministro ao país. Diante disso, assumiram o controle de diversas partes da cidade e invadiram a maior prisão do Haiti, libertando um número não confirmado de detentos.
O governo haitiano declarou estado de emergência na região da capital. Em 11 de março, Henry anunciou que renunciaria quando um conselho presidencial transitório fosse criado.
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