EUA preparam rascunho de plano para um cessar-fogo entre Israel e Hezbollah, diz mídia
06:49 31.10.2024 (atualizado: 08:42 31.10.2024)
© AP Photo / Hussein MallaFumaça sobe após ataques aéreos israelenses em Dahiyeh, no subúrbio ao sul de Beirute. Líbano, 19 de outubro de 2024

© AP Photo / Hussein Malla
Nos siga no
Os EUA elaboraram um rascunho do plano para acabar com a guerra entre Israel e o Hezbollah que começaria com um cessar-fogo de 60 dias, mas ainda daria a Israel o direito de continuar atuando no espaço aéreo do Líbano com seus aviões de guerra.
A proposta delineada pelos EUA também daria às forças israelenses o direito de manter foco no Hezbollah "em autodefesa contra ameaças iminentes a Israel" e permitiria que seus aviões de guerra continuassem voando sobre o Líbano para "inteligência, vigilância e reconhecimento", de acordo com um rascunho vazado para a emissora estatal de Israel, Kann, na quarta-feira (30) à noite.
De acordo com o Financial Times, o vazamento ocorreu horas antes dos enviados dos EUA, Amos Hochstein e Brett McGurk, chegarem a Israel para discutir os esforços de Washington para acabar com o conflito que já dura mais de um ano.
Autoridades dos EUA confirmaram que o documento era autêntico e que deveria ser apresentado ao primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, mas também alertaram que edições foram feitas no rascunho vazado desde a semana passada, quando o documento foi datado.
Segundo fontes próximas ao governo libanês, o rascunho "ainda era inaceitável", já que os anexos dariam a Israel a capacidade de atirar em "autodefesa" no Líbano e garantir que o Hezbollah "não pudesse se reconstituir" no sul.
Os EUA têm tentado coordenar há meses os esforços diplomáticos para encerrar o conflito, em meio a temores de que isso arriscaria empurrar o Oriente Médio para uma guerra total. As hostilidades aumentaram em setembro depois que Israel assassinou o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, lançou ondas de ataques aéreos pelo Líbano e invadiu o sul do país.
O esforço de Washington por um acordo se concentrou em fazer com que os lados em guerra concordassem com a implementação da resolução 1701 da ONU, que encerrou sua última guerra em 2006. Ela pedia a retirada do Hezbollah da fronteira sul do Líbano com Israel e o fim dos voos israelenses sobre o Estado árabe. Mas não foi totalmente implementada por nenhum dos lados.
O novo líder do Hezbollah, Naim Qassem, disse em um discurso televisionado na quarta-feira que o grupo aceitaria o fim da guerra se Israel quisesse, "mas será em nossos termos", acrescentando que as discussões políticas até agora foram infrutíferas.

Acompanhe as notícias que a grande mídia não mostra!