Mídia: retórica europeia agressiva sobre a China reflete preocupação sobre laços transatlânticos
06:01 14.11.2024 (atualizado: 06:14 14.11.2024)
© AP Photo / Mindaugas KulbisMark Rutte fala durante uma conferência de imprensa em Vilnius. Lituânia, 2 de abril de 2024
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Depois que o chefe da OTAN, Mark Rutte, e a nova chefe de política externa da UE, Kaja Kallas, acusaram novamente a China de apoiar a Rússia militarmente, analistas que falaram ao Global Times disseram se tratar de um "juramento de lealdade" para aliviar as pressões do bloco europeu.
Na última terça-feira (12), o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), Mark Rutte, afirmou em discurso amplamente divulgado que a cooperação entre China, Rússia, Coreia do Norte e Irã é uma ameaça à Europa, ao Indo-Pacífico e aos EUA.
No mesmo dia, a nova chefe de política externa da União Europeia (UE), Kaja Kallas, disse que a China deveria enfrentar "um custo maior" por supostamente apoiar a Rússia no conflito ucraniano dirigindo seu discurso aos EUA em uma tentativa de persuadir Washington e medir o grau de comprometimento futuro do país em ajudar ou não na guerra por procuração na Ucrânia.
O que o chefe da aliança deixou de dizer após defender a importância da unidade transatlântica e o apoio contínuo à Ucrânia, corroborado pela fala de Kallas, é que existe uma ansiedade europeia sobre o possível enfraquecimento da agenda com o novo governo de Donald Trump, disse o pesquisador sênior do Instituto de Estudos Europeus da Academia Chinesa de Ciências Sociais, Zhao Junjie, ao Global Times.
Segundo o pesquisador, por trás dessas alegações infundadas de "apoio à China" e palavras agressivas em relação à China está a ansiedade da UE sobre segurança, uma vez que o bloco espera continuar alinhado com os EUA, dada sua afinidade em valores e ideologia.
Ecoando a fala de Zhao, Cui Hongjian, professor da Academia de Governança Regional e Global da Universidade de Estudos Estrangeiros de Pequim, disse que esses comentários direcionados à China refletem a ânsia da UE em estabilizar o relacionamento transatlântico com os EUA após a reeleição de Trump.
Ao fazer da China um alvo compartilhado, alguns políticos europeus estão fazendo um juramento de lealdade aos EUA, prometendo coordenação estratégica com Washington na esperança de que a nova administração Trump se concentre na China, colocando menos pressão sobre a UE, disse o professor Cui ao jornal.
Enquanto Trump não toma posse, a UE tem tentado afastar os fantasmas das promessas de campanha do futuro presidente que consistiam na resolução pacífica do conflito ucraniano e na intensificação de suas barreiras tarifárias e alfandegárias, aprofundando a crise comercial com o bloco europeu em um momento delicado da perda de competitividade de sua indústria.