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Rússia vê 3º ano consecutivo de investimentos crescentes em meio a desafios externos, diz Putin

© POOL / Acessar o banco de imagensO presidente da Rússia, Vladimir Putin
O presidente da Rússia, Vladimir Putin  - Sputnik Brasil, 1920, 04.12.2024
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O presidente russo, Vladimir Putin, fez um discurso sobre a economia da Rússia e sua parte na cadeia de valor global, abordando questões financeiras e dando boas-vindas a investidores estrangeiros no mercado de ações russo.
Nesta quarta-feira (4), o presidente russo, Vladimir Putin, afirmou durante um discurso que os investimentos em capital fixo pelo setor empresarial russo estão crescendo pelo terceiro ano consecutivo, apesar de todas as dificuldades que surgiram ou que estão sendo criadas no ambiente internacional em relação à Rússia.
Segundo Putin, a Federação da Rússia vai continuar fortalecendo o mercado de capitais e apoiando as empresas que entram na bolsa de valores, para aproveitar o cenário de crescimento econômicoapoiado em grande medida por indústrias de alto valor agregado — evidenciado pelo resultado do produto interno bruto (PIB) do país, cujo crescimento foi de 4,1% entre janeiro e outubro deste ano.

"No ano passado, o produto interno bruto da Rússia cresceu 3,6%. Isso é bem conhecido. E entre janeiro e outubro deste ano, aumentou 4,1%. Além disso, [este] crescimento está concentrado principalmente nas indústrias de manufatura, ou seja, em setores com alto valor agregado. Então, em 10 meses, nossa indústria de manufatura aumentou mais de 8%, ou melhor, 8%", afirmou o líder russo lembrando que as projeções apontam para um crescimento da ordem de 4% em 2024.

Putin afirmou que a Rússia convidou investidores de países amigos para o mercado de ações, enfatizando que o país faz parte da economia global e que, por esta razão, acolhe fluxos de capital reversos, destacando ainda que ninguém foi forçado a abandonar o mercado da Rússia, e muitas empresas ocidentais decidiram ficar apesar da pressão ocidental, mas que não criaria condições especiais para quem desejasse retornar, sem com isto criar qualquer obstáculo ao seu retorno.

"De janeiro a outubro deste ano, o superávit do orçamento consolidado do país e dos fundos fora do orçamento foi de cerca de 2,5 trilhões de rublos [cerca de R$ 145,5 bilhões], enquanto as despesas [...] totalizaram menos de 35% do PIB, o que corresponde ao nível de 2021. Isso sugere que o governo e o Banco Central estão buscando uma política muito equilibrada", observou Putin.

O líder russo destacou ainda que ações coordenadas do Banco Central e do governo estão sendo implementadas para conter a inflação, e que, além disso, todos os elementos da infraestrutura digital nacional da Rússia para o setor financeiro foram desenvolvidos e estão funcionando com sucesso, o que é uma grande vantagem competitiva para a economia do país. Segundo ele, já em 2025, acordos usando o rublo digital devem ser possíveis em todo o território nacional a partir de 1º de julho.
No âmbito internacional, a Rússia também tem se concentrado em desenvolver um sistema unificado de pagamento digital para contemplar os membros do BRICS.
Pedestres caminham em rua perto de placa de casa de câmbio mostrando as taxas de câmbio do rublo, dólar americano e euro, em Moscou. Rússia, 20 de novembro de 2024 - Sputnik Brasil, 1920, 02.12.2024
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"Estamos tentando, junto com nossos colegas do BRICS, dar a devida atenção a isso. Repito, não apenas porque estão nos criando alguns problemas que são, é claro, sérios, e até certo ponto nos atrapalham, problemas com acordos. Mas também porque, mais importante, a economia mundial está se desenvolvendo, [...] o número de parceiros está aumentando, e todos querem não apenas formas seguras de comunicação econômica e acordos. Todos querem meios modernos de acordos", disse Putin.

O presidente russo citou ainda um estudo que demonstrou que a Rússia está entre os líderes globais na classificação do clima de investimento, e que o país tem vantagem competitiva em termos de estrutura regulatória e qualidade dos serviços públicos, um status que não foi perdido nem mesmo com o rompimento de laços comerciais na zona do euro.

"A economia europeia está passando por momentos difíceis. Claro, o rompimento de laços com a Rússia desempenha um papel sério não apenas porque os alemães e outros europeus perderam a oportunidade de receber recursos energéticos russos estáveis a preços aceitáveis, mas também por outros motivos. Por exemplo, é impossível vender seus produtos em nosso mercado, é impossível fornecer componentes para aquelas empresas que foram previamente estabelecidas por investidores europeus em nosso país, é impossível usar rotas logísticas que também trouxeram certo lucro, é impossível usar a moeda europeia, o euro, para pagamentos", explicou Putin.

Ainda segundo o líder russo, em razão das dificuldades enfrentadas na zona do euro, Washington não estava se comportando como um verdadeiro aliado em relação aos laços energéticos com a Europa.

"Espero que nossas relações com nossos parceiros ocidentais se normalizem em algum momento. E, antes de tudo, porque eles próprios estão interessados nisso, mas também temos interesse, é claro", enfatizou Putin.

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Enquanto isso, ressalta o presidente, Moscou está cultivando laços com a China, independentemente dos eventos na Ucrânia, porque esta potência asiática tem sido uma parceira comercial e econômica de longa data da Rússia, assim como Rússia e Alemanha têm desfrutado de décadas de boas relações e entendimento mútuo.

"Agora, tudo do Leste [Europeu] é melhor do que da [Europa] Ocidental: veja as condições que são criadas para a economia alemã aqui na Rússia e por parte de seus aliados e parceiros tradicionais. Agora estamos falando apenas sobre o ambiente de negócios. Mas nossas portas estão sempre abertas, sempre tivemos relações muito boas com a Alemanha por décadas, nos entendíamos muito bem", lembrou.

Putin falou ainda sobre o declínio do domínio do dólar desencadeado pela administração de Joe Biden nos EUA, lembrando que a Rússia não abandonou a moeda americana, em vez disso, Moscou teve o acesso negado ao dólar e que até mesmo países aliados aos Estados Unidos estão reduzindo suas reservas de ouro e câmbio estrangeiro mantidas em dólares e euros.

"O presidente recém-eleito [dos Estados Unidos, Donald Trump] não está na mesma Casa Branca há quatro anos [...]. E durante esse tempo, houve certas mudanças na economia, globalmente e nos EUA [...]. Seus sucessores e oponentes políticos fizeram muito para minar os fundamentos do dólar como moeda de reserva mundial. E, antes de tudo, eles fizeram isso com suas próprias mãos, usando o dólar como um instrumento de luta política e talvez até armada", enfatizou Putin.

Enquanto a Rússia segue criando ambientes favoráveis para a normalização das relações entre seus parceiros ocidentais históricos, vislumbrando um ambiente multilateral viável e apostando no diálogo para a resolução de conflitos, mesmo os aliados norte-americanos têm se comportado com a lógica ultrapassada da Guerra Fria, temendo um cenário de crise econômica em função da implementação de baterias de sanções unilaterais — como as que confiscaram e congelaram ativos russos ilegalmente em um gesto sem precedentes definido pelo G7 — e a escalada das crises ao redor do mundo.
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