Pesquisa sugere que a Lua é muito mais antiga do que pensávamos (IMAGEM)
© Sputnik / Vitaly AnkovEclipse lunar visto em Vladivostok, Rússia, 8 de novembro de 2022
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Pesquisadores acreditam que a formação da Lua pode ter ocorrido logo após o nascimento da Terra, muito antes do que pensávamos, o que pode ajudar a resolver alguns mistérios interessantes sobre o satélite natural de nosso planeta.
De acordo com um novo estudo publicado na Nature por pesquisadores dos EUA, França e Alemanha, nossa Lua pode ter se formado há 4,53 bilhões de anos — centenas de milhões de anos antes das estimativas anteriores — colocando o satélite natural da Terra, praticamente um vida inteira ao lado do planeta azul, já que a Terra tem uma idade estimada de 4,54 bilhões de anos.
Atualmente, a principal teoria da formação lunar é baseada no caos do Sistema Solar primitivo, na qual o Sol recém-formado (há 4,6 bilhões de anos) seria cercado por um disco de gás e poeira restantes de sua própria formação, coalescendo em rochas que se aglomeravam, batiam umas nas outras e geralmente contribuíam para um ar de caos.
A partir disso, a Lua teria se formado quando um objeto grande, do tamanho de Marte, colidiu com uma Terra ainda em formação, e graças ao seu estado ainda quente e "pegajoso", pode ter ejetado uma grande quantidade da massa como resultado do impacto.
Então, os cientistas acreditavam com base em amostras de rochas lunares que a Lua tenha hospedado um oceano global de magma que rapidamente esfriou e se solidificou na superfície lunar há 4,35 bilhões de anos.
© Foto / NASA/JPL-CaltechEste conceito artístico mostra um corpo celeste do tamanho da nossa lua colidindo em grande velocidade com um corpo do tamanho de Mercúrio. O Telescópio Espacial Spitzer da NASA encontrou evidências de que uma colisão de alta velocidade desse tipo ocorreu há alguns milhares de anos em torno de uma estrela jovem, chamada HD 172555, ainda nos estágios iniciais de formação de planetas
Este conceito artístico mostra um corpo celeste do tamanho da nossa lua colidindo em grande velocidade com um corpo do tamanho de Mercúrio. O Telescópio Espacial Spitzer da NASA encontrou evidências de que uma colisão de alta velocidade desse tipo ocorreu há alguns milhares de anos em torno de uma estrela jovem, chamada HD 172555, ainda nos estágios iniciais de formação de planetas
© Foto / NASA/JPL-Caltech
Porém, graças à análise mais recente de cristais de zircão — um dos minerais mais antigos da Terra — que foram originados na Lua, deram novas perspectivas aos cientistas. Os cristais de zircão da Lua foram datados em idades significativamente maiores do que 4,35 bilhões de anos. Um veio em 4,46 bilhões de anos; outro em 4,51 bilhões de anos, incompatíveis com um oceano de magma global, o que impediria a formação e a sobrevivência dos cristais de zircão.
De acordo com os cientistas, o aparente paradoxo entre a existência de rochas lunares datadas de centenas de milhões de anos posteriores aos zircões pode indicar que apesar de ter se originado anteriormente, a Lua pode ter passado por uma ampla refusão da crosta há 4,35 bilhões de anos. Com isso, os pesquisadores restringiram a idade da Lua entre 4,43 bilhões e 4,53 bilhões de anos atrás, bem mais próximo da idade estimada de formação da Terra.
A pesquisa explica ainda alguns mistérios relativos às quantidades de bacias lunares, que em teoria parecem inferiores ao que deveriam. Mas isso pode ser explicado quando uma refusão de maré da superfície lunar, um fenômeno que se refere à ação de forças gravitacionais entre dois corpos celestes, neste caso, Terra e Lua, causam atrito interno que resulta em aquecimento intenso. Esse fenômeno teria efetivamente apagado quaisquer bacias de impacto anteriores.