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Após Zuckerberg citar 'tribunais secretos' na América Latina, Brasil vê referência ao STF

© AP Photo / Andrew HarnikCEO da Meta — cujas atividades são proibidas na Rússia por serem consideradas extremistas —, Mark Zuckerberg testemunha diante de audiência do Comitê de Serviços Financeiros da Câmara dos Representantes dos EUA, no Capitólio. Washington D.C., 23 de outubro de 2019
CEO da Meta — cujas atividades são proibidas na Rússia por serem consideradas extremistas —, Mark Zuckerberg testemunha diante de audiência do Comitê de Serviços Financeiros da Câmara dos Representantes dos EUA, no Capitólio. Washington D.C., 23 de outubro de 2019 - Sputnik Brasil, 1920, 07.01.2025
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Mais cedo, o presidente-executivo da Meta, Mark Zuckerberg, anunciou o fim do sistema de checagem de conteúdos falsos das redes sociais da companhia. O dirigente também afirmou que vai trabalhar com o presidente eleito dos EUA, Donald Trump, para combater "tribunais secretos" na América Latina.
A Meta (proibida na Rússia por atividades consideradas extremistas), controladora de redes sociais como Facebook, Instagram e WhatsApp, anunciou nesta terça-feira (7) o encerramento do sistema de verificação de fatos em posts em vídeo publicado por Zuckerberg.

"Vamos nos livrar dos verificadores de fatos e substituí-los por Notas da Comunidade, semelhantes ao X, começando nos EUA […]. Isso significa que identificaremos menos conteúdos problemáticos, mas também reduziremos a remoção acidental de postagens e contas de pessoas inocentes", relatou.

No vídeo, Zuckerberg ainda fez um aceno ao presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, e disse que vai trabalhar com o republicano para combater o que chamou de censura na América Latina, causada por decisões judiciais que determinam a remoção de conteúdos com informações falsas ou crimes. "Os países latino-americanos têm tribunais secretos que podem ordenar que as empresas retirem as coisas silenciosamente", afirmou.
A mudança foi justificada pelo dirigente da companhia norte-americana ao citar, sem apresentar provas, que os verificadores de fatos "têm sido muito tendenciosos politicamente e destruíram mais a confiança do que criaram". Zuckerberg também atacou a Europa, que no final de 2022 aprovou a regulação das redes sociais.
Na prática, a Meta deixa de usar grupos independentes e organizações de notícias na checagem de conteúdos com possíveis informações falsas e passa a adicionar notas ou correções enviadas pelos próprios usuários sobre as publicações.
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A medida foi anunciada em meio às discussões no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre imposições às redes sociais na moderação de conteúdos extremistas e criminosos. Também ocorre meses após o embate entre o ministro Alexandre de Moraes e a rede social X (antigo Twitter), que chegou a ficar fora do ar por descumprir decisões judiciais.
Em publicação no X, o secretário de políticas digitais da Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência da República, João Brant, defendeu que as afirmações são uma "declaração fortíssima que se refere ao STF como corte secreta".

"O anúncio feito hoje por Mark Zuckerberg antecipa o início do governo Trump e explicita a aliança da Meta com o governo dos EUA para enfrentar União Europeia, Brasil e outros países que buscam proteger direitos no ambiente on-line (na visão dele, os que 'promovem censura')", disse.

Além disso, o secretário pontuou que Facebook e Instagram irão se tornar plataformas que priorizam o "ativismo da extrema-direita", sem proteger outros direitos individuais e coletivos. "A declaração é explícita, sinaliza que a empresa não aceita a soberania dos países sobre o funcionamento do ambiente digital e soa como antecipação de ações que serão tomadas pelo governo Trump", acrescentou.
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