'Política irracional' de sanções antirrussas da Alemanha 'prejudica' o país, diz parlamentar
13:24 08.01.2025 (atualizado: 14:27 08.01.2025)
© AP Photo / Markus SchreiberPessoas caminham em frente ao edifício do Reichstag com o parlamento alemão Bundestag em Berlim, Alemanha, 17 de novembro de 2021
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As autoridades alemãs, ao apoiarem sanções contra a Rússia e recusarem o fornecimento de gás russo, estão destruindo a sua própria economia, declarou o membro do Bundestag (parlamento da Alemanha) do partido Alternativa para a Alemanha (AfD) Steffen Kotré.
"Dirigi-me ao ministro dos Assuntos Econômicos e vice-chanceler da Alemanha, Robert Habeck, com a pergunta: quando irá suspender as sanções que são prejudiciais aos alemães? Ele não teve resposta ao meu pedido", disse Steffen Kotré em comunicado publicado no jornal Deutschland-Kurier.
Em suas palavras, a França e a Bélgica compram gás liquefeito russo e "só a Alemanha se prejudica. É uma política irracional. A política alemã não percebe a falácia das suas ações e não se importa com o quanto isso custa ao país. Eles continuam com essa loucura", afirmou.
O parlamentar está confiante de que as autoridades alemãs agem de acordo com o princípio "somos os melhores" e, portanto, o país "é o melhor em destruir sua própria economia". Na sua opinião, chegou o momento de admitir que "as sanções nunca funcionaram e de abandonar o caminho errado para que o bem-estar da Alemanha não seja afetado".
A Europa enfrenta uma nova crise energética, devido à diminuição das reservas de gás com a chegada do frio e às sanções impostas pelos EUA ao banco russo Gazprombank, que realizava operações de pagamento a importadores de combustível russo.
Os preços dos combustíveis já subiram 45% durante 2024, segundo a Bloomberg. Ao mesmo tempo, as reservas estão diminuindo rapidamente devido ao aumento da procura no inverno (Hemisfério Norte). Segundo a agência, no segundo trimestre de 2025, durante a estação quente, quando o gás normalmente fica mais barato o suficiente para encher os tanques, os preços poderão ser mais elevados do que no terceiro trimestre.
A Rússia afirmou repetidamente que, ao recusar cooperar com Moscou, a União Europeia (UE) prejudicou a sua economia, como demonstrado pelo declínio da produção, falências empresariais e recessão nos países do bloco europeu. O presidente russo, Vladimir Putin, garantiu que o seu país não nega a ninguém o fornecimento dos seus recursos energéticos. Nas suas palavras, a Europa esperava que, se não recebesse o gás russo, a Rússia entraria em colapso, mas, em vez disso, processos irreversíveis estão começando a ter lugar em seus Estados.
No entanto, Bruxelas, representada pela chefe da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, continua a insistir em uma ruptura total com o setor energético russo e na rejeição definitiva da energia da Rússia em favor de fornecimentos alternativos mais caros, especialmente dos EUA.