'Venezuela não será novamente cenário de violência nem de disputas internas', diz deputado à Sputnik
© AP Photo / Cristian HernandezLíder do partido governista, Diosdado Cabello, participa de um comício em defesa da reeleição do presidente Nicolás Maduro em Caracas, Venezuela, em 3 de agosto de 2024
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A Venezuela se prepara para a posse de Nicolás Maduro, enquanto a oposição planeja o retorno de Edmundo González ao país para assumir como presidente. Edgardo Ramírez, deputado da Assembleia Nacional, afirmou em à Sputnik que qualquer tentativa será tratada de acordo com a lei.
Como parte do apoio conquistado por González, foi informado que os ex-presidentes Vicente Fox e Felipe Calderón, do México; Jorge Quiroga, da Bolívia; Mario Abdo Benítez, do Paraguai; e Mireya Moscoso, do Panamá, planejam viajar à Venezuela para manifestar seu apoio ao opositor.
"Os cinco ex-presidentes inomináveis que pretendem entrar ilegalmente no território da República Bolivariana da Venezuela estarão sujeitos ao cumprimento de nossa Constituição", declarou Edgardo Ramírez.
"Esses ex-mandatários, fracassados durante seus governos, deixaram seus povos em altos níveis de pobreza e endividaram suas nações sob os ditames do Fundo Monetário Internacional (FMI) e das políticas neoliberais", acrescentou.
Por outro lado, o deputado chamou Edmundo González de "criminoso", que será julgado por traição à pátria caso tente entrar no país.
"Venezuela não será novamente um cenário de violência nem de disputas internas entre venezuelanos e venezuelanas. O povo está convocado a enfrentar qualquer ameaça estrangeira ou ação que atente contra nossa soberania", destacou.
'A fracassada estratégia do Grupo de Lima'
O deputado acusou ainda os cinco ex-presidentes, integrantes do Grupo IDEA (Iniciativa Democrática da Espanha e das Américas), de serem "instrumentos dos interesses dos Estados Unidos".
"Essas ações fazem parte da continuidade da fracassada estratégia do Grupo de Lima. Esses ex-presidentes são instrumentos dos interesses dos Estados Unidos, que pretendem manter o bloqueio criminoso, o roubo de ativos venezuelanos e a guerra econômica contra nosso povo. Falam de democracia enquanto seus governos deixaram pobreza e endividamento em seus países", afirmou.
O parlamentar denunciou o confisco de mais de US$ 22 bilhões (R$ 134,2 bilhões) em receitas venezuelanas retidas em bancos europeus e norte-americanos, além do roubo de 29 toneladas de ouro depositadas no Banco da Inglaterra.
"Por trás dessas ações está a intenção de destruir a Revolução Bolivariana e gerar violência interna para impor uma ditadura pela força", sublinhou.
Os preparativos de segurança para a posse de Maduro
Ramírez também comentou as declarações recentes do ministro do Interior, Justiça e Paz, Diosdado Cabello, que informou a captura de mais de 120 mercenários de várias nacionalidades, destacando que o sistema de inteligência venezuelano está fortalecido.
"Nosso sistema de inteligência e contrainteligência está mais fortalecido do que nunca, graças ao apoio do povo venezuelano e ao desenvolvimento de tecnologias avançadas. Esses mercenários respondem aos interesses do imperialismo e buscam desestabilizar nosso país. Contudo, contamos com um povo decidido e uma Força Armada Nacional Bolivariana pronta para defender nossa soberania", afirmou.
O deputado alertou sobre as tentativas de "balcanização" da Venezuela, estratégia histórica do imperialismo para dividir nações e se apropriar de suas riquezas. "Na Venezuela, isso não acontecerá. Nosso compromisso com a independência e a integridade territorial é absoluto. Estamos preparados para a vitória", enfatizou.
2025: ano de democracia participativa na Venezuela
O deputado também comentou sobre próximo ano eleitoral no país e os desafios enfrentados pelo chavismo como movimento político. "2025 será um ano para fortalecer nossa democracia participativa e protagonista. O povo legislará, executará e planejará seus projetos sociais por meio de consultas trimestrais e eleições para conselhos comunais, prefeitos, governadores e o Poder Legislativo", explicou.
Em relação à oposição, Ramírez distinguiu entre aqueles que participam dos processos democráticos e os que promovem violência e colaboram com o saque de ativos venezuelanos.
"Esses apátridas foram derrotados em todas as frentes: golpes de Estado, sabotagens econômicas e ataques ao sistema elétrico. Continuaremos derrotando-os com unidade, paz e justiça", declarou.
Ramírez destacou ainda os desafios do chavismo para o ano, incluindo o fortalecimento da produção de alimentos, da ciência e tecnologia soberana, bem como os processos de integração regional.
"Devemos consolidar nossa independência econômica e continuar construindo uma Venezuela mais justa e solidária. A defesa da Guiana Essequiba também é prioritária. É um território venezuelano, e o defenderemos das ambições imperialistas", finalizou.