DNA (imagem ilustrativa) - Sputnik Brasil, 1920
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NASA encontra elementos essenciais para a vida no asteroide Bennu (IMAGENS)

© Foto / Goddard/NASA/Universidade do ArizonaEsta imagem de Bennu é resultado de múltiplas observações feitas pela sonda espacial OSIRIS-REx da NASA, que esteve próxima do asteroide por mais de dois anos
Esta imagem de Bennu é resultado de múltiplas observações feitas pela sonda espacial OSIRIS-REx da NASA, que esteve próxima do asteroide por mais de dois anos - Sputnik Brasil, 1920, 30.01.2025
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A missão OSIRIS-REx envolveu o envio de uma espaçonave para se aproximar da superfície de Bennu e coletar amostras de rochas espaciais com um braço robótico. Essas amostras foram então seladas e trazidas de volta à Terra, pousando no deserto de Utah em 2023. Desde então, os cientistas têm analisado essas amostras para obter dados valiosos.
Em estudo publicado na Nature, cientistas divulgaram ter descoberto 14 dos 20 aminoácidos necessários para a vida em um asteroide chamado Bennu, localizado a milhões de quilômetros da Terra. Bennu foi o alvo da missão OSIRIS-REx da NASA, lançada em 2016, que tinha como objetivo coletar amostras do asteroide e trazê-las de volta à Terra para análise.
As análises revelaram que Bennu contém compostos de água e carbono, o que era esperado pelos cientistas. No entanto, as descobertas mais recentes, anunciadas em 29 de janeiro, surpreenderam ao revelar a presença de 14 aminoácidos, uma alta concentração de amônia e as cinco nucleobases usadas no DNA e RNA da vida na Terra.
Uma pequena fração da amostra do asteroide Bennu retornada pela missão OSIRIS-REx da NASA, em imagens de microscópio – De Lauretta & Connolly et al. (2024) Meteoritics & Planetary Science
Essas descobertas não indicam a presença de vida, mas sugerem que as condições necessárias para o surgimento da vida estavam presentes no sistema solar primitivo. Isso aumenta a possibilidade de que a vida possa ter se formado em outros planetas, conforme explicado por Nicky Fox, administrador associado da NASA, durante uma coletiva de imprensa.
Ainda durante a coletiva, várias revelações indicaram que o asteroide possuía os ingredientes necessários para a vida. Isso levanta a questão de por que a vida não se formou em Bennu. Jason Dworkin, cientista do projeto OSIRIS-REx, destacou que essa é uma área futura de estudo para astrobiólogos, questionando o que torna a Terra especial.
Os cientistas encontraram uma salmoura salgada em Bennu, contendo 11 minerais ricos em elementos essenciais como carbonato de sódio, fosfato, sulfato, cloreto e flúor. Além disso, descobriram uma alta concentração de amônia, cerca de 230 partes por milhão, muito mais do que os níveis naturais na Terra. A amônia é crucial para muitos processos biológicos e provavelmente foi essencial para a formação de aminoácidos e nucleobases.
Essas descobertas sugerem que Bennu, ou seu asteroide pai, existiu nas regiões mais frias do espaço, onde a amônia pode existir na forma de sal. Evidências semelhantes foram encontradas no planeta anão Ceres e na lua Encélado de Saturno. Bennu contém muitos blocos de construção precursores da vida e materiais que indicam sua origem nas regiões frias do Sistema Solar.

Hipótese frustrada

A análise das amostras de Bennu revelou algo peculiar sobre a "quiralidade" das moléculas encontradas. Quiralidade refere-se à orientação de uma molécula, onde uma molécula quiral não pode ser sobreposta à sua imagem espelhada, resultando em versões canhotas e destras. Toda a vida na Terra é baseada na forma canhota, um mistério que os cientistas ainda não compreendem totalmente.
Os cientistas têm estudado meteoritos por décadas e geralmente encontram moléculas predominantemente canhotas, especialmente em meteoritos semelhantes a Bennu. A hipótese era que o sistema solar primitivo favorecia a versão canhota antes da origem da vida. No entanto, as amostras de Bennu contrariaram essa tendência, apresentando uma mistura igual de moléculas canhotas e destras, conhecida como mistura "racêmica".
Essa descoberta foi inicialmente decepcionante para os cientistas, como Jason Glavin, que sentiu que invalidava anos de pesquisa. No entanto, ele reconheceu que essas missões são realizadas justamente para explorar e descobrir o inesperado. Se tudo fosse conhecido de antemão, não haveria necessidade de missões como a OSIRIS-REx para trazer essas amostras de volta à Terra.
Asteroide Bennu - Sputnik Brasil, 1920, 07.09.2021
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Novidades e o que já sabíamos

A missão OSIRIS-REx da NASA trouxe de volta à Terra amostras do asteroide Bennu, marcando um feito significativo na exploração espacial. Embora não seja a primeira vez que amostras espaciais são trazidas para análise, a quantidade e a qualidade das amostras de Bennu são notáveis. A missão conseguiu recuperar 121 gramas de material, muito mais do que os 5 gramas trazidos pela missão japonesa JAXA do asteroide Ryugu.
As amostras de Bennu são imaculadas, ao contrário dos meteoritos que passam pela atmosfera terrestre, o que garante a pureza dos dados obtidos. A análise revelou compostos orgânicos e minerais que nunca foram vistos em meteoritos antes, aumentando a confiança de que o material é extraterrestre e não resultado de contaminação. Isso é crucial para entender melhor a composição dos asteroides e a origem dos blocos de construção da vida.
Além disso, a equipe da OSIRIS-REx encontrou amônia em grandes quantidades nas amostras de Bennu, algo que também foi observado nas amostras de Ryugu, mas em menor escala.
A precisão dos dados foi garantida por medidas rigorosas, incluindo a análise de resíduos da espaçonave para evitar contaminação. Esses resultados abrem novas perguntas sobre a formação da vida em outros corpos celestes e destacam a importância de missões como a OSIRIS-REx para a exploração espacial.
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