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Tentativa de barrar alta dos alimentos é inútil, diz economista: 'Foge ao controle do governo'
Tentativa de barrar alta dos alimentos é inútil, diz economista: 'Foge ao controle do governo'
Sputnik Brasil
Preocupado com a inflação dos alimentos, que cresce mais do que a inflação geral, o governo federal tem buscado soluções para aliviar a alta dos preços, em... 07.02.2025, Sputnik Brasil
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Nos últimos anos, o brasileiro tem assistido sua alimentação ficar cada vez mais cara. De 2020 para cá, os alimentos encareceram em média 50%, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).A alta é aproximadamente 20 pontos percentuais maior do que a inflação acumulada no período, aponta à Sputnik Brasil o economista do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre) André Braz.Toda inflação afeta o poder de compra do cidadão, mas a dos alimentos é especialmente prejudicial às classes econômicas mais baixas, diz o economista, "que não têm defesa contra o processo inflacionário"."A inflação média, que corrige os salários, é de 30%, e o preço dos alimentos subiu mais de 50%. Isso faz a diferença no orçamento familiar. A alimentação definitivamente está pesando mais para as famílias."Enfrentando um dos seus piores momentos de aprovação, o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, tem ido a público para comentar o tema e tentar se desvencilhar de qualquer culpa, jogando a responsabilidade pela alta dos preços em fatores econômicos, como a alta do dólar e o aumento nas exportações.Na mira do Palácio do Planalto, no último mês o presidente da República tem se reunido com seus ministros, em especial Fernando Haddad, da Fazenda; Carlos Fávaro, da Agricultura; e Paulo Teixeira, do Desenvolvimento Agrário, para estudar medidas de combate a essa alta.Uma das mais consideradas é a redução dos impostos de importação caso o preço do alimento no exterior seja maior do que o doméstico.Em entrevista à reportagem, o professor do Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e pesquisador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Políticas Públicas, Estratégias e Desenvolvimento (INCT/PPED) Antonio Buainain se demonstra cético quanto a essa medida.Entre os principais vilões da alta dos alimentos estão itens como o café, que viu um aumento de quase 40% no ano passado, o óleo de soja (29,2%), a carne (20,8%) e o leite (18,8%), produtos dos quais o Brasil já é um grande produtor. Outros alimentos, como a laranja-lima e o abacate, tiveram altas maiores, porém não são tão onipresentes na cesta básica."Aliás, essa inflação decorre exatamente da inevitável identidade entre o preço doméstico e o preço no mercado internacional", argumenta o economista. "O Brasil é um grande exportador de carne, então a carne aqui já é mais barata do que a importada."Há solução para a inflação dos alimentos?Se a redução de impostos é inefetiva, que medidas o governo pode tomar para baixar o preço dos alimentos? Os economistas apontaram possíveis soluções que, segundo eles, provavelmente desagradarão o mercado.Buainain afirma que embora o problema seja crítico, "o governo não tem muito o que fazer de imediato."De acordo com o especialista, há outros instrumentos na cartela política que poderiam atender ao caso, como a criação de um cartão alimentação similar aos que os trabalhadores de carteira assinada têm acesso.Direcionado às camadas populacionais que têm acesso a programas de transferência de renda, como o Bolsa Família e o Benefício de Prestação Continuada (BPC), o cartão seria de grande ajuda em casos como este em que não há falta de alimentos nos mercados, mas sim dificuldades de comprá-los.Além disso, expõe Buainain, assim como acontece com os vales-alimentação, "poderia-se bloquear uma série de itens, como bebidas alcoólicas, cigarro e outros produtos."Entretanto, André Braz, da FGV, ressalta à reportagem que a maior parte das soluções atuariam na redução do preço no médio e longo prazo. "Não existem medidas fáceis.""A maior parte dessas medidas são construídas ao longo do tempo e é como se fosse aquela corrida de revezamento. O bastão vai passando de mão em mão, de governo a governo."Dentre elas estão a melhoria dos transportes brasileiros, reduzindo o modal rodoviário e aumentando o transporte fluvial ou marítimo através da cabotagem. "O Brasil é rico em rios e litoral, podendo transportar uma alta quantidade de carga, custando menos por diesel."Outra medida apontada pelo economista é a construção de mais silos para armazenar o excedente das produções, evitando perdas. Mas não é só construí-los, alerta Braz. "É construir perto de rodovias ou de rios, de maneira que aquela produção consiga chegar fácil e também sair fácil desses estoques reguladores."Por fim, o economista destaca que embora muitas das causas da alta dos alimentos tenham sido inesperadas, como a pandemia em 2020 e a escalada do conflito ucraniano em 2022, outros são mais previsíveis ou podem ser melhor remediados, como a crise hídrica de 2021 e os fenômenos climáticos do El Niño e La Niña, que prejudicaram as safras brasileiras em 2024."Esses fenômenos climáticos estão cada vez mais frequentes. Eles alteram o fluxo natural das chuvas e eles acabam prejudicando muito as safras", comenta. "Mas existem sementes, que a própria Embrapa está desenvolvendo, que são mais resistentes à seca, falta de água.""Então, a gente consegue, mesmo diante de um fenômeno climático, ter uma produção agrícola robusta. Isso é uma ciência que precisa de investimento."Exportação é vilã para o consumo interno?Em entrevista a rádios da Bahia na última quinta-feira (6), Lula mencionou as exportações como um dos fatores que levaram ao aumento dos preços internos. O presidente, contudo, foi cuidadoso ao não jogar a culpa inteira nos exportadores e celebrou a abertura de 303 mercados internacionais para os produtos brasileiros."O Brasil virou o celeiro do mundo [...] Significa que nós precisamos produzir mais, melhorar a qualidade para que a gente possa melhorar o preço. Não posso fazer congelamento, não posso colocar fiscal para ir em fazenda ver se o gado está guardado ou não", afirmou Lula.Para Antonio Buainain, a situação é a oposta à descrita por Lula.A abertura aos mercados internacionais e a expansão da agricultura brasileira fortaleceram a capacidade do Brasil de produzir alimentos para a própria população. "Porque quando a gente conquista o mercado externo e aumenta a eficiência da nossa produção, por exemplo, de milho, isso beneficia diretamente a produção de proteínas animais e de lácteos", exemplifica.Essa política, diz o economista, se mostra em clara oposição à de décadas atrás quando o Brasil realizava restrições à exportação e "de maneira estrutural, vivia com sucessivas períodos de carestia em que, de fato, faltava alimento". "Não apenas eram encarecidos, faltavam."Outro caso da profissionalização das safras brasileiras é a plantação de arroz e feijão, que há décadas veem as áreas dedicadas a suas safras reduzirem em prol de culturas como a soja e o milho. Dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) demonstram que em 1980/1981 o Brasil dedicou 6,6 milhões de hectares para o cultivo do arroz. No período, a safra correspondeu a 8,6 milhões de toneladas. Já em 2019/2020, foram apenas 1,7 milhão de hectares dedicados à rizicultura. Uma redução de 74,9%. Entretanto, a produção de arroz cresceu para 11,2 milhões de toneladas."A área diminuiu porque, em muitos casos, nós tínhamos uma cultura de roça, de baixíssima produtividade", esclarece Buainain. "Mas a produção em si não caiu, tanto não caiu que não tem faltado arroz, não tem faltado feijão, a não ser em momentos específicos de safras e problemas climáticos muito ruins."Nem os itens que hoje são os maiores aumentos, como o café e a carne, estão faltando no mercado brasileiro. "É um desafio complexo", diz Buainain, mas que precisa ser superado.
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luiz inácio lula da silva, economia, fernando haddad, instituto brasileiro de geografia e estatística, brasil, ibge, produção de alimentos, alimentos, inflação, carlos fávaro, exclusiva, companhia nacional de abastecimento, embrapa
Nos últimos anos, o brasileiro tem assistido sua alimentação ficar cada vez mais cara. De 2020 para cá, os alimentos encareceram em média 50%, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A alta é aproximadamente 20 pontos percentuais maior do que a inflação acumulada no período, aponta à Sputnik Brasil o economista do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre) André Braz.
Toda inflação afeta o poder de compra do cidadão, mas a dos alimentos é especialmente prejudicial às classes econômicas mais baixas, diz o economista, "que não têm defesa contra o processo inflacionário".
"A inflação média, que corrige os salários, é de 30%, e o preço dos alimentos subiu mais de 50%. Isso faz a diferença no orçamento familiar. A alimentação definitivamente está pesando mais para as famílias."
Enfrentando um dos seus piores momentos de aprovação, o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, tem ido a público para comentar o tema e tentar se desvencilhar de qualquer culpa, jogando a responsabilidade pela alta dos preços em fatores econômicos,
como a alta do dólar e o aumento nas exportações.
Na mira do Palácio do Planalto, no último mês o presidente da República tem se reunido com seus ministros, em especial Fernando Haddad, da Fazenda; Carlos Fávaro, da Agricultura; e Paulo Teixeira, do Desenvolvimento Agrário, para estudar medidas de combate a essa alta.
Uma das mais consideradas é a redução dos impostos de importação caso o preço do alimento no exterior seja maior do que o doméstico.
Em entrevista à reportagem, o professor do Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e pesquisador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Políticas Públicas, Estratégias e Desenvolvimento (INCT/PPED) Antonio Buainain se demonstra cético quanto a essa medida.
"A redução de impostos a importados é inútil, porque os preços dos importados não estão mais baixos do que os preços praticados aqui no Brasil [e continuarão mais caros mesmo com a medida do governo]."
Entre os principais vilões da alta dos alimentos estão itens como o
café, que viu um aumento de quase 40% no ano passado, o óleo de soja (29,2%), a carne (20,8%) e o leite (18,8%), produtos dos quais o Brasil já é um grande produtor. Outros alimentos, como a laranja-lima e o abacate, tiveram altas maiores, porém não são tão onipresentes na cesta básica.
"Aliás, essa inflação decorre exatamente da inevitável identidade entre o preço doméstico e o preço no mercado internacional", argumenta o economista. "O Brasil é um grande exportador de carne, então a carne aqui já é mais barata do que a importada."
"Vai importar de onde? O Brasil está exportando porque falta no mercado internacional."
13 de novembro 2024, 17:00
Há solução para a inflação dos alimentos?
Se a redução de impostos é inefetiva, que medidas o governo pode tomar para baixar o preço dos alimentos? Os economistas apontaram possíveis soluções que, segundo eles, provavelmente desagradarão o mercado.
Buainain afirma que embora o problema seja crítico, "o governo não tem muito o que fazer de imediato."
"Os alimentos estão subindo por uma série de razões que fogem ao controle deste e de qualquer governo, e se pode fazer muito pouco."
De acordo com o especialista, há outros instrumentos na cartela política que poderiam atender ao caso, como a criação de um cartão alimentação similar aos que os trabalhadores de carteira assinada têm acesso.
Direcionado às camadas populacionais que têm acesso a programas de transferência de renda,
como o Bolsa Família e o Benefício de Prestação Continuada (BPC),
o cartão seria de grande ajuda em casos como este em que não há falta de alimentos nos mercados, mas sim dificuldades de comprá-los.
Além disso, expõe Buainain, assim como acontece com os vales-alimentação, "poderia-se bloquear uma série de itens, como bebidas alcoólicas, cigarro e outros produtos."
"Custaria relativamente pouco e atenderia ao principal problema."
Entretanto, André Braz, da FGV, ressalta à reportagem que a maior parte das soluções atuariam na redução do preço no médio e longo prazo. "Não existem medidas fáceis."
"A maior parte dessas medidas são construídas ao longo do tempo e é como se fosse aquela corrida de revezamento. O bastão vai passando de mão em mão, de governo a governo."
Dentre elas estão a melhoria dos transportes brasileiros, reduzindo o modal rodoviário e aumentando o transporte fluvial ou marítimo através da cabotagem. "O Brasil é rico em rios e litoral,
podendo transportar uma alta quantidade de carga, custando menos por diesel."
Outra medida apontada pelo economista é a construção de mais silos para armazenar o excedente das produções, evitando perdas. Mas não é só construí-los, alerta Braz.
"É construir perto de rodovias ou de rios, de maneira que aquela produção consiga chegar fácil e também sair fácil desses estoques reguladores."
Por fim, o economista destaca que embora muitas das causas da alta dos alimentos tenham sido inesperadas, como a pandemia em 2020 e a escalada do conflito ucraniano em 2022, outros são mais previsíveis ou podem ser melhor remediados, como a crise hídrica de 2021 e os fenômenos climáticos do El Niño e La Niña, que prejudicaram as safras brasileiras em 2024.
"Esses fenômenos climáticos estão cada vez mais frequentes. Eles alteram o fluxo natural das chuvas e eles acabam prejudicando muito as safras", comenta. "Mas existem sementes, que a própria Embrapa está desenvolvendo,
que são mais resistentes à seca, falta de água."
"Então, a gente consegue, mesmo diante de um fenômeno climático, ter uma produção agrícola robusta. Isso é uma ciência que precisa de investimento."
Exportação é vilã para o consumo interno?
Em entrevista a rádios da Bahia na última quinta-feira (6), Lula mencionou as exportações como um dos fatores que levaram ao aumento dos preços internos. O presidente, contudo, foi cuidadoso ao não jogar a culpa inteira nos exportadores e celebrou a abertura de 303 mercados internacionais para os produtos brasileiros.
"O Brasil virou o celeiro do mundo [...] Significa que nós precisamos produzir mais, melhorar a qualidade para que a gente possa melhorar o preço. Não posso fazer congelamento, não posso colocar fiscal para ir em fazenda ver se o gado está guardado ou não", afirmou Lula.
Para Antonio Buainain, a situação é a oposta à descrita por Lula.
A abertura aos mercados internacionais e a expansão da agricultura brasileira fortaleceram a capacidade do Brasil de produzir alimentos para a própria população. "Porque quando a gente conquista o mercado externo e aumenta a eficiência da nossa produção, por exemplo, de milho, isso beneficia diretamente a produção de proteínas animais e de lácteos", exemplifica.
Essa política, diz o economista, se mostra em clara oposição à de décadas atrás quando o Brasil realizava restrições à exportação e "de maneira estrutural, vivia com sucessivas períodos de carestia em que, de fato, faltava alimento". "Não apenas eram encarecidos, faltavam."
"É um equívoco pensar que com as exportações estamos prejudicando o mercado doméstico."
Outro caso da profissionalização das safras brasileiras é a plantação de arroz e feijão, que há décadas veem as áreas dedicadas a suas safras reduzirem em prol de culturas como a soja e o milho.
Dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) demonstram que em 1980/1981 o Brasil dedicou 6,6 milhões de hectares para o cultivo do arroz. No período, a safra correspondeu a 8,6 milhões de toneladas. Já em 2019/2020, foram apenas 1,7 milhão de hectares dedicados à rizicultura. Uma redução de 74,9%. Entretanto, a produção de arroz cresceu para 11,2 milhões de toneladas.
"A área diminuiu porque, em muitos casos, nós tínhamos uma cultura de roça, de baixíssima produtividade", esclarece Buainain. "Mas a produção em si não caiu, tanto não caiu que não tem faltado arroz, não tem faltado feijão, a não ser em momentos específicos de safras e problemas climáticos muito ruins."
Nem os itens que hoje são os maiores aumentos, como o café e a carne, estão faltando no mercado brasileiro. "É um desafio complexo", diz Buainain, mas que precisa ser superado.
"A inflação de alimentos é uma coisa muito séria porque impacta seriamente a qualidade de vida, o bem estar e a segurança alimentar das famílias mais vulneráveis."
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