https://noticiabrasil.net.br/20250213/imperativo-estrategico-brasil-e-america-latina-devem-agir-ja-em-tema-de-inteligencia-artificial-38513278.html
'Imperativo estratégico': Brasil e América Latina devem agir já em tema de inteligência artificial
'Imperativo estratégico': Brasil e América Latina devem agir já em tema de inteligência artificial
Sputnik Brasil
Uma empresa de tecnologia chinesa recentemente chocou o mundo e causou desespero nas big techs norte-americanas ao anunciar seu modelo de inteligência... 13.02.2025, Sputnik Brasil
2025-02-13T20:42-0300
2025-02-13T20:42-0300
2025-02-18T16:48-0300
notícias do brasil
américas
donald trump
elon musk
brasil
américa latina
china
quarta revolução industrial
inteligência artificial
exclusiva
https://cdn.noticiabrasil.net.br/img/07e9/02/0d/38513915_0:18:960:558_1920x0_80_0_0_17201b73397dc01d3f38f834aa246732.jpg
Nesse novo campo de batalha tecnológica, como está o Brasil? O país lançou em 2021 a Estratégia Brasileira de Inteligência Artificial (EBIA) e em julho de 2024 apresentou seu Plano Brasileiro de Inteligência Artificial (PBIA), que prevê R$ 23 bilhões de investimentos no quadriênio até 2028.À Sputnik Brasil, o doutor em relações internacionais pela Universidade de Brasília (UnB) e coordenador do curso de relações internacionais do Centro Universitário Internacional Uninter, Guilherme Frizzera, afirma que ainda é cedo para que os esforços brasileiros demonstrem algum resultado concreto.No entanto, diz o especialista, há problemas na sua formulação, como falta de métricas claras e transparência. "A efetividade da EBIA dependerá de implementação consistente, colaboração, investimento em talentos e infraestrutura, e avaliação contínua, transformando-a em uma política de Estado sólida."Guilherme Neves, professor de pós-graduação em cibersegurança e de graduação em engenharia da computação e cursos tech do Ibmec Rio de Janeiro, diz à reportagem que no geral o PBIA é "um bom plano que ainda não deu bons resultados".Segundo o professor, o maior problema do desenvolvimento de uma IA brasileira é "a capacidade de processamento" computacional, mal que atinge os demais países da América Latina. Não dá para comparar com a quantidade de investimentos na China e nos Estados Unidos, diz.A fronteira de uma nova revolução industrialA inteligência artificial é comparável, em seu impacto, a uma nova revolução industrial, descreve Frizzera. Nesse sentido, o domínio dessa tecnologia é um "imperativo estratégico para a soberania e o desenvolvimento das nações no século XXI".A fala do especialista destaca um ponto crucial para o tema: não basta utilizar uma tecnologia de IA adquirida, é necessário desenvolver sua própria de maneira autóctone. "A dependência de tecnologias de IA estrangeiras expõe o país a vulnerabilidades", diz Frizzera, "seja na segurança cibernética, seja na capacidade de competir em um mercado global cada vez mais influenciado por essa tecnologia".Um exemplo claro são as big techs norte-americanas, que se vendem como isentas de motivação estatal, porém "são beneficiárias de expressivos financiamentos públicos, por meio de contratos, subsídios e incentivos".Isso ficou mais do que evidente durante a cerimônia de posse de Donald Trump, que contou com a presença do criador da OpenAI, Sam Altman; Mark Zuckerberg, da Meta (cujas atividades são proibidas na Rússia por serem consideradas extremistas); e Elon Musk, da Starlink e do X, que assumiu um cargo no governo norte-americano.Um dos problemas identificados por Mendes é o acúmulo de dados nas mãos de empresas estrangeiras, "onde não há nenhuma garantia de que os seus dados vão ser usados para outras finalidades que não só o treinamento".Há inúmeras ocasiões em que os dados coletados foram utilizados de maneira perversa, como aconteceu no caso da Cambridge Analytica. "O grande tesouro da IA são os dados."Solução é focar áreas estratégicas"Para realmente liderar", afirma Frizzera, é "fundamental que o país concentre seus esforços em áreas estratégicas, onde possa construir diferenciais competitivos."Para complementar esses esforços, os especialistas apontam que o Brasil deveria articular uma agenda de cooperação com os demais países latino-americanos em forma de bloco. Dessa forma, podem aumentar seu poder de influência no cenário global.Essa ajuda mútua tampouco precisa vir na forma de investimentos para o desenvolvimento de uma IA todo-poderosa. Pelo contrário, afirma Frizzera, uma alternativa é trabalhar na questão da regulamentação das inteligências artificiais.Com 33 Estados em toda América Latina e Caribe, uma população de 600 milhões de habitantes e uma área superior a 19 milhões de km², o continente pode se unir para definir regras claras para a atuação das empresas de tecnologia, "visando à proteção dos direitos dos cidadãos, à promoção da ética e à mitigação de riscos como vieses algorítmicos e vigilância em massa."
https://noticiabrasil.net.br/20240308/russia-desponta-na-luta-por-soberania-digital-que-licoes-o-brasil-pode-aprender-33463167.html
https://noticiabrasil.net.br/20240902/nao-se-faz-mais-guerra-como-antigamente--drones-com-ia-mudaram-radicalmente-disputa-entre-paises--36302136.html
https://noticiabrasil.net.br/20250213/brics-planeja-criar-politicas-conjuntas-para-regular-inteligencia-artificial-38512497.html
brasil
américa latina
china
caribe
estados unidos
Sputnik Brasil
contato.br@sputniknews.com
+74956456601
MIA „Rossiya Segodnya“
2025
notícias
br_BR
Sputnik Brasil
contato.br@sputniknews.com
+74956456601
MIA „Rossiya Segodnya“
https://cdn.noticiabrasil.net.br/img/07e9/02/0d/38513915_65:0:960:671_1920x0_80_0_0_f5d5bf07f6630cd43149566ff461fd6b.jpgSputnik Brasil
contato.br@sputniknews.com
+74956456601
MIA „Rossiya Segodnya“
américas, donald trump, elon musk, brasil, américa latina, china, quarta revolução industrial, inteligência artificial, exclusiva, caribe, estados unidos, eua, big techs
américas, donald trump, elon musk, brasil, américa latina, china, quarta revolução industrial, inteligência artificial, exclusiva, caribe, estados unidos, eua, big techs
'Imperativo estratégico': Brasil e América Latina devem agir já em tema de inteligência artificial
20:42 13.02.2025 (atualizado: 16:48 18.02.2025) Especiais
Uma empresa de tecnologia chinesa recentemente chocou o mundo e causou desespero nas big techs norte-americanas ao anunciar seu modelo de inteligência artificial (IA) generativa, DeepSeek. Produzido pela empresa de mesmo nome, o modelo foi desenvolvido por uma fração dos custos das IAs norte-americanas.
Nesse novo campo de batalha tecnológica, como está o Brasil? O país lançou em 2021 a Estratégia Brasileira de Inteligência Artificial (EBIA) e em julho de 2024 apresentou seu Plano Brasileiro de Inteligência Artificial (PBIA), que prevê R$ 23 bilhões de investimentos no quadriênio até 2028.
À Sputnik Brasil, o doutor em relações internacionais pela Universidade de Brasília (UnB) e coordenador do curso de relações internacionais do Centro Universitário Internacional Uninter, Guilherme Frizzera, afirma que ainda é cedo para que os esforços brasileiros demonstrem algum resultado concreto.
"A EBIA apresenta o potencial de impulsionar o Brasil à vanguarda da IA na América Latina, mas esse caminho exige mais do que um plano bem escrito."
No entanto, diz o especialista, há problemas na sua formulação, como falta de métricas claras e transparência. "A efetividade da EBIA dependerá de implementação consistente, colaboração, investimento em talentos e infraestrutura, e avaliação contínua, transformando-a em uma política de Estado sólida."
Guilherme Neves, professor de pós-graduação em cibersegurança e de graduação em engenharia da computação e cursos tech do Ibmec Rio de Janeiro, diz à reportagem que no geral o PBIA é "um bom plano que ainda não deu bons resultados".
Segundo o professor, o maior problema do desenvolvimento de uma IA brasileira é "a capacidade de processamento" computacional, mal que atinge os demais países da América Latina. Não dá para comparar com a quantidade de investimentos na China e nos Estados Unidos, diz.
A fronteira de uma nova revolução industrial
A inteligência artificial é comparável, em seu impacto, a uma nova revolução industrial, descreve Frizzera. Nesse sentido, o domínio dessa tecnologia é um "imperativo estratégico para a soberania e o desenvolvimento das nações no século XXI".
A fala do especialista destaca um ponto crucial para o tema: não basta utilizar uma tecnologia de IA adquirida, é necessário desenvolver sua própria de maneira autóctone. "A
dependência de tecnologias de IA estrangeiras expõe o país a vulnerabilidades", diz Frizzera, "seja na segurança cibernética, seja na
capacidade de competir em um mercado global cada vez mais influenciado por essa tecnologia".
Um exemplo claro são as big techs norte-americanas, que se vendem como isentas de motivação estatal, porém "são beneficiárias de expressivos financiamentos públicos, por meio de contratos, subsídios e incentivos".
Isso ficou mais do que evidente durante a cerimônia de posse de Donald Trump, que contou com a presença do criador da OpenAI, Sam Altman; Mark Zuckerberg, da Meta (cujas atividades são proibidas na Rússia por serem consideradas extremistas); e Elon Musk, da Starlink e do X, que
assumiu um cargo no governo norte-americano.

2 de setembro 2024, 21:00
Um dos problemas identificados por Mendes é o acúmulo de dados nas mãos de empresas estrangeiras, "onde não há nenhuma garantia de que os seus dados vão ser usados para outras finalidades que não só o treinamento".
Há inúmeras ocasiões em que os dados coletados foram utilizados de maneira perversa, como aconteceu no
caso da Cambridge Analytica.
"O grande tesouro da IA são os dados."Solução é focar áreas estratégicas
"Para realmente liderar", afirma Frizzera, é "fundamental que o país concentre seus esforços em áreas estratégicas, onde possa construir diferenciais competitivos."
"Setores como agricultura, saúde, energia e recursos naturais, onde o país já possui vantagens ou necessidades particulares, oferecem um terreno fértil para o desenvolvimento de aplicações de IA com alto valor."
Para complementar esses esforços, os especialistas apontam que o Brasil deveria articular uma agenda de cooperação com os demais países latino-americanos em forma de bloco. Dessa forma, podem aumentar seu poder de influência no cenário global.
Essa ajuda mútua tampouco precisa vir na forma de investimentos para o desenvolvimento de uma IA todo-poderosa. Pelo contrário, afirma Frizzera, uma alternativa é trabalhar na questão da regulamentação das inteligências artificiais.
Com 33 Estados em toda América Latina e Caribe, uma população de 600 milhões de habitantes e uma área superior a 19 milhões de km², o continente pode se unir para definir regras claras para a atuação das empresas de tecnologia, "visando à proteção dos direitos dos cidadãos, à promoção da ética e à mitigação de riscos como vieses algorítmicos e vigilância em massa."
"Uma atuação regulatória assertiva e bem-sucedida poderia conferir à região alguma influência e poder de negociação no cenário global da IA."
Acompanhe as notícias que a grande mídia não mostra!
Siga a Sputnik Brasil e tenha acesso a conteúdos exclusivos no nosso canal no Telegram.
Já que a Sputnik está bloqueada em alguns países, por aqui você consegue baixar o nosso aplicativo para celular (somente para Android).