Rússia diz 'não faltarem parceiros' para usar rotas alternativas à UE e exportar GNL
10:44 13.02.2025 (atualizado: 11:32 13.02.2025)
© Sputnik / Sergei KrasnoukhovNavio-tanque Grand Elena atracado na fábrica de GNL na região russa de Sacalina, 11 de junho de 2023
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A proibição das exportações de gás natural liquefeito (GNL) russo via Europa, que entra em vigor em março, não impedirá Moscou de continuar exportando o recurso, disse o Ministério das Relações Exteriores da Rússia à Sputnik.
Segundo o diretor do primeiro departamento europeu do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Artyom Studennikov, o país vai utilizar rotas alternativas. "Mudaremos para rotas alternativas. Não faltam parceiros dispostos a comprar nosso GNL", disse ele.
O diplomata ressaltou que a proibição aprovada pela União Europeia (UE) "é estritamente política e dificilmente corresponde ao interesse em garantir a segurança energética dos países europeus, em alguns dos quais o GNL russo ainda ocupa um lugar importante na matriz energética".
A recusa em cooperar com a Rússia no setor energético "para se adaptar à situação política e sob pressão dos Estados Unidos já teve um impacto negativo no setor manufatureiro, na competitividade das empresas, na capacidade de exportação e no poder de compra da população na UE", acrescentou Studennikov.
"Não há indicação de que essa tendência será revertida. Os europeus precisam substituir as quantidades de gás que deixaram de receber da Rússia por gasoduto por GNL dos EUA, mais caro", concluiu.
Quantidades significativas de gás russo eram tradicionalmente reexportadas por portos europeus fora do mercado da UE, principalmente para países da Ásia-Pacífico. Grande parte do GNL russo foi reexportada para países asiáticos através do terminal portuário de Zeebrugge, na Bélgica, sob um acordo com a empresa belga Fluxys.
O 14º pacote de medidas restritivas contra a Rússia, que a UE aprovou no final de junho de 2024, proíbe, em particular, o transbordo de GNL de origem russa em portos da UE a partir de março de 2025, bem como assistência tecnológica, prestação de serviços e novos investimentos em projetos russos de GNL.
O preço das ações da Fluxys caiu mais de 6% em um dia após a adoção dessas medidas restritivas. Segundo a mídia belga, a Fluxys pode perder € 750 milhões (cerca de R$ 4,5 bilhões) devido ao cancelamento de um contrato, assinado em 2015 e em vigor desde 2019, para armazenamento e transferência de GNL da península russa de Yamal.