IPCA indica aumento de 15% no preço do ovo, mas queda pode ser esperada para a Quaresma
© AP Photo / Terry CheaJoe Trimble, proprietário do Encinal Market, segura uma caixa aberta de ovos em Alameda, Califórnia, 11 de fevereiro de 2025

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A alta de preços do ovo, um item básico na cesta brasileira de alimentos, deve normalizar até a Páscoa segundo a associação de produtores, mas, segundo especialistas, pode ser que o preço da carne seja o fator determinante para a mudança.
O preço do ovo aumentou 15% em fevereiro em relação a janeiro, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No acumulado do ano, os preços subiram 16,4%, e em 12 meses, a alta foi de 10,4%.
Especialistas ouvidos pela apuração do G1 atribuem o aumento ao custo do milho, ao calor intenso e a demanda aquecida na Quaresma, período em que os católicos diminuem o consumo de carne vermelha. Produtores esperam que o preço se normalize até o fim da Quaresma, mas economistas alertam que a demanda pode continuar alta após esse período.
Para a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), é comum que o preço do ovo aumente antes e durante a Quaresma devido à substituição do consumo de carnes vermelhas por proteínas brancas e ovos, mas o preço parece ter atingido o mercado antes do esperado, o que pode sinalizar uma substituição de proteína em função dos preços da carne.
Segundo a apuração, a alta do preço em fevereiro causou uma pequena retração nas vendas de ovos no atacado, especialmente no Espírito Santo, onde houve pressão por descontos. Contudo, a demanda deve crescer novamente por causa da Quaresma, evitando uma redução significativa nos valores.
Tabatha Lacerda, do Instituto Ovos Brasil (IOB), apontou à mídia que o avanço do custo de produção, especialmente do milho, que aumentou 30% desde julho de 2024, é um dos principais motivos para a alta recente.
Os produtores esperam que o preço do ovo se normalize após a Quaresma, mas é possível que a forte demanda por ovos continue devido à inflação que atinge os preços das carnes bovinas, de frango e suínas.
De acordo com o IOB, o consumo de ovos tem aumentado nos últimos anos, passando de 242 unidades per capita em 2023 para 269 unidades em 2024, com expectativa de alcançar 272 unidades por pessoa em 2025.