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Com diálogo franco entre Putin e Trump, EUA caminham para aceitar a multipolaridade, diz professor
Com diálogo franco entre Putin e Trump, EUA caminham para aceitar a multipolaridade, diz professor
Sputnik Brasil
Em meio às expectativas para a nova rodada de negociações entre Moscou e Kiev, retomadas após mais de três anos, os presidentes da Rússia, Vladimir Putin, e... 03.07.2025, Sputnik Brasil
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"O mundo fica mais seguro quando as lideranças norte-americanas e russas conversam, e conversam de forma franca, aberta e com diálogos frequentes." Assim resume à Sputnik Brasil o professor de relações internacionais e responsável pelo canal no Youtube Geopolítica e História Militar, Ricardo Cabral, a mais recente ligação entre Putin e Trump.O sexto contato marca uma consolidação da retomada das relações entre Moscou e Washington após anos de rompimento quase total durante o governo do ex-presidente Joe Biden.Entre os assuntos discutidos por Putin e Trump estavam a crise ucraniana, a situação no Oriente Médio e as relações históricas entre os dois países, além de possíveis parcerias em setores como aeroespacial e de energia.Conforme o Kremlin, o presidente norte-americano também se comprometeu a seguir na busca de uma solução negociada que leve ao fim do conflito, declaração que ocorre em meio às expectativas para uma terceira rodada de conversas entre os dois países. Para o especialista, a retomada do diálogo é uma das principais conquistas do atual governo norte-americano para contribuir com a estabilidade mundial.O diálogo entre os líderes russo e norte-americano também acontece dias após a Casa Branca confirmar que suspendeu totalmente o envio de suprimentos militares à Ucrânia, incluindo projéteis, peças de reposição e mísseis. Oficialmente, o Pentágono justifica a decisão por preocupações com o baixo estoque de armamentos no país.Segundo o professor, a manutenção das conversas pode contribuir para uma resolução mais rápida para o conflito, porém o problema é complexo e vai além da Ucrânia."O que isso adiantaria para a gama de problemas criados, por exemplo, com a expansão da OTAN [Organização do Tratado do Atlântico Norte] em direção ao leste, ou as sanções e a apropriação de recursos russos fora de toda a legislação internacional?", questiona Cabral. "Então a questão não é tanto a Ucrânia, está dentro de algo muito maior."Já Rodolfo Laterza, analista geopolítico e de conflitos militares, e coautor do livro "Guerra na Ucrânia: análises e perspectivas", acrescenta à Sputnik Brasil que "o diálogo reflete uma distensão moderada entre as potências globais, principalmente após o governo Trump anunciar a suspensão do fornecimento de sistemas de armas e munições à Ucrânia, o que impactou Bruxelas e a alta cúpula da OTAN".Rússia, EUA e a situação do Oriente MédioPara Ricardo Cabral, tanto a Rússia quanto os Estados Unidos convergem em interesses quando o assunto é o Oriente Médio, pois ambas querem estabilidade na região, que quase viveu uma guerra total entre as suas duas maiores potências militares — Irã e Israel.Porém o especialista cita um desafio: atender às demandas dos dois países na questão de defesa e, assim, alcançar uma paridade estratégica."O objetivo estratégico do Irã é a paridade nuclear com Israel e, vamos dizer assim, contestar a hegemonia militar israelense no Oriente Médio. Com relação a isso, Trump não vai abrir mão de que Israel tenha todos os meios de defesa. Eu acho que é aí o ponto focal, talvez não de uma divergência, mas da busca de um acordo […]. Talvez seja aqui onde Putin e Trump tenham as maiores dificuldades, convencer as lideranças de ambos os países de que é possível conviver sem ameaçarem ou fazerem ataques um ao outro."Retomada do comércio Rússia-EUAPor fim, Putin e Trump também discutiram a possibilidade de parcerias entre os dois países em setores como aeroespacial e de energia, marcando também um novo rumo nas relações, duramente afetadas pelas sanções econômicas."Podem também ser caminhos de aproximação entre os dois países, e é algo relevante, essa perspectiva de acordos de cooperação energética", analisa Rodolfo Laterza.Já Ricardo Cabral acrescenta que o governo norte-americano voltou a ver a Rússia como um ator fundamental no sistema internacional.
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rússia, vladimir putin, donald trump, ricardo cabral, estados unidos, ucrânia, oriente médio, otan, casa branca, conflito ucraniano, conflito armado, multilateralismo, multipolaridade, exclusiva, eua, conflitos, organização do tratado do atlântico norte, israel, irã
Com diálogo franco entre Putin e Trump, EUA caminham para aceitar a multipolaridade, diz professor
20:00 03.07.2025 (atualizado: 13:32 04.07.2025) Especiais
Em meio às expectativas para a nova rodada de negociações entre Moscou e Kiev, retomadas após mais de três anos, os presidentes da Rússia, Vladimir Putin, e dos EUA, Donald Trump, conversaram pela sexta vez por telefone. Além da Ucrânia, líderes falaram sobre Oriente Médio, parcerias e a confirmação de que vão continuar o diálogo.
"O mundo fica mais seguro quando as lideranças norte-americanas e russas conversam, e conversam de forma franca, aberta e com diálogos frequentes." Assim resume à Sputnik Brasil o professor de relações internacionais e responsável pelo canal no Youtube Geopolítica e História Militar, Ricardo Cabral, a mais recente ligação entre Putin e Trump.
O sexto contato marca uma consolidação da retomada das
relações entre Moscou e Washington após anos de
rompimento quase total durante o governo do ex-presidente Joe Biden.
Entre os assuntos discutidos por Putin e Trump estavam a
crise ucraniana, a situação no Oriente Médio e as relações históricas entre os dois países, além de possíveis
parcerias em setores como aeroespacial e de energia.
Conforme o Kremlin, o presidente norte-americano também se comprometeu a seguir na busca de uma solução negociada que leve ao fim do conflito, declaração que ocorre em meio às expectativas para uma terceira rodada de conversas entre os dois países. Para o especialista, a retomada do diálogo é uma das principais conquistas do atual governo norte-americano para contribuir com a estabilidade mundial.
"É a retomada das conversas, dos acordos, que ainda não podem estar sendo firmados no papel, mas têm colaborado para diminuir um pouco das tensões mundiais. Veja o encaminhamento, novamente, de uma pressão dos Estados Unidos sobre a Ucrânia para que voltasse à mesa de negociação; e também a questão no Oriente Médio, no caso do Hamas e do Irã; as conversas entre Putin e Trump sempre apresentam resultados positivos. E eu acho que isso é que interessa ao mundo."
O diálogo entre os líderes russo e norte-americano também acontece dias após a Casa Branca confirmar que
suspendeu totalmente o envio de suprimentos militares à Ucrânia, incluindo projéteis, peças de reposição e mísseis. Oficialmente, o Pentágono justifica a decisão por
preocupações com o baixo estoque de armamentos no país.
Segundo o professor, a manutenção das conversas pode contribuir para uma resolução mais rápida para o conflito, porém o problema é complexo e vai além da Ucrânia.
"O que isso adiantaria para a gama de problemas criados, por exemplo, com a expansão da OTAN [Organização do Tratado do Atlântico Norte] em direção ao leste, ou as sanções e a apropriação de recursos russos fora de toda a legislação internacional?", questiona Cabral. "Então a questão não é tanto a Ucrânia, está dentro de algo muito maior."
Já
Rodolfo Laterza, analista geopolítico e de conflitos militares, e coautor do livro "Guerra na Ucrânia: análises e perspectivas", acrescenta à Sputnik Brasil que "o diálogo reflete uma
distensão moderada entre as potências globais, principalmente após o governo Trump anunciar a suspensão do fornecimento de sistemas de armas e munições à Ucrânia, o que
impactou Bruxelas e a alta cúpula da OTAN".
Rússia, EUA e a situação do Oriente Médio
Para Ricardo Cabral, tanto a Rússia quanto os Estados Unidos convergem em interesses quando o assunto é o Oriente Médio, pois ambas querem estabilidade na região, que quase viveu uma guerra total entre as suas
duas maiores potências militares — Irã e Israel.
"Diferentemente do que às vezes sai em alguns canais, eu acho que eles estão convergindo […]. Porém algumas condições devem ser respeitadas. Por exemplo, a soberania iraniana, a questão do programa nuclear, e esse talvez seja o ponto nevrálgico."
Porém o especialista cita um desafio: atender às demandas dos dois países na questão de defesa e, assim, alcançar uma paridade estratégica.
"O objetivo estratégico do Irã é a paridade nuclear com Israel e, vamos dizer assim, contestar a hegemonia militar israelense no Oriente Médio. Com relação a isso, Trump não vai abrir mão de que Israel tenha todos os meios de defesa. Eu acho que é aí o ponto focal, talvez não de uma divergência, mas da busca de um acordo […]. Talvez seja aqui onde Putin e Trump tenham as maiores dificuldades, convencer as lideranças de ambos os países de que é possível conviver sem ameaçarem ou fazerem ataques um ao outro."
Retomada do comércio Rússia-EUA
Por fim, Putin e Trump também discutiram a possibilidade de parcerias entre os dois países em setores como aeroespacial e de energia, marcando também um novo rumo nas relações, duramente afetadas pelas sanções econômicas.
"Podem também ser caminhos de aproximação entre os dois países, e é algo relevante, essa perspectiva de
acordos de cooperação energética", analisa Rodolfo Laterza.
Já Ricardo Cabral acrescenta que o governo norte-americano voltou a ver a Rússia como um ator fundamental no sistema internacional.
"Existe o que chamam de um triunvirato entre Estados Unidos, China e Rússia, que atua para haver um equilíbrio entre posições. Os Estados Unidos caminham para uma aceitação, não tácita, de que o mundo é multipolar. Claro que eles vão querer dizer que são hegemônicos, mas esse tempo já passou […]. Vejo também que, com o fim do conflito na Ucrânia, a médio prazo, haverá o restabelecimento das relações com a Europa, e isso levará a Rússia a uma posição mais forte ainda."
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