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Entenda 5 pontos que explicam a relutância contra a reforma do Conselho de Segurança da ONU
Entenda 5 pontos que explicam a relutância contra a reforma do Conselho de Segurança da ONU
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A proposta de reforma do Conselho de Segurança da ONU — uma demanda antiga de países como Brasil, Índia, Japão e representantes da União Africana — tem... 23.09.2025, Sputnik Brasil
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Apesar dos apelos por uma estrutura mais representativa e compatível com a realidade geopolítica do século XXI, as mudanças permanecem emperradas.A seguir, listamos cinco fatores centrais que explicam essa resistência.1. Preservação do poder dos membros permanentesA estrutura atual do Conselho de Segurança (CSNU) garante aos cinco membros permanentes — Estados Unidos, Reino Unido, França, Rússia e China — poder de veto sobre qualquer resolução. Ampliar o número de membros permanentes diluiria esse privilégio e enfraqueceria a influência desses países.Apesar disso, a China e a Rússia apoiam a entrada de novos países dentro do conselho, revelando que a preocupação com a manutenção desse status quo é exclusiva dos membros ocidentais.2. Temor de mudança no equilíbrio geopolíticoA configuração atual do conselho, com três países do Ocidente e dois do Sul Global, reflete um desequilíbrio favorável para o eixo euroatlântico e a inclusão de países como Brasil, Índia ou membros da União Africana pode alterar esse desbalanço.Na prática, isso significa que temas sensíveis, como intervenções militares, sanções e reconhecimento de governos, passariam a contar com novas vozes que nem sempre compartilham os mesmos valores ou interesses dos atuais membros permanentes. Esse temor estratégico alimenta a resistência a qualquer ampliação.3. Rivalidades regionaisHá uma certa unidade entre os países que tem um pleito mais consistente sobre um assento permanente, Brasil, Índia, Alemanha e Japão, conhecidos como G4, se comprometeram a apoiar a candidatura um do outro.No entanto, rivalidades regionais como Índia e Paquistão, e Japão e Coreia do Sul, minam o esforço diplomático desses países por um assento e as potências ocidentais utilizam essa divisão como argumento para sustentar que não há um consenso sobre quem deveria ocupar novas cadeiras.4. Ameaça ao domínio normativo ocidentalPara além de influenciar a geopolítica, as decisões do Conselho de Segurança moldam o direito internacional contemporâneo.Ampliar o número de membros permanentes com países do Sul Global, que questionam a ordem liberal internacional, poderia pôr fim a certas práticas ocidentais que são viabilizadas pelas normas vigentes, como o intervencionismo sob o pretexto de defender os direitos humanos.Manter o controle do CSNU significa também manter a narrativa dominante.5. Inércia institucional e critérios indefinidosApesar de discussões recorrentes sobre a necessidade de reforma, a ONU carece de mecanismos claros e ágeis para mudar sua própria estrutura. As regras exigem o apoio de dois terços da Assembleia Geral e, crucialmente, a aprovação de todos os cinco membros permanentes — o que na prática concede a qualquer um deles o poder de veto sobre a reforma. A combinação de interesses contrariados e da complexidade do processo gera um cenário de paralisia institucional.
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Entenda 5 pontos que explicam a relutância contra a reforma do Conselho de Segurança da ONU
14:45 23.09.2025 (atualizado: 18:48 23.09.2025) Redação
Equipe da Sputnik Brasil
A proposta de reforma do Conselho de Segurança da ONU — uma demanda antiga de países como Brasil, Índia, Japão e representantes da União Africana — tem enfrentado obstáculos sistemáticos, especialmente por parte das potências ocidentais.
Apesar dos apelos por uma estrutura mais representativa e compatível com a realidade geopolítica do século XXI, as
mudanças permanecem emperradas.A seguir, listamos cinco fatores centrais que explicam essa resistência.
1. Preservação do poder dos membros permanentes
A estrutura atual do Conselho de Segurança (CSNU) garante aos cinco membros permanentes — Estados Unidos, Reino Unido, França, Rússia e China — poder de veto sobre qualquer resolução. Ampliar o número de membros permanentes
diluiria esse privilégio e
enfraqueceria a influência desses países.
Apesar disso, a China e a Rússia apoiam a entrada de novos países dentro do conselho, revelando que a preocupação com a manutenção desse status quo é exclusiva dos membros ocidentais.

28 de setembro 2023, 11:14
2. Temor de mudança no equilíbrio geopolítico
A configuração atual do conselho, com três países do Ocidente e dois do Sul Global, reflete um desequilíbrio
favorável para o eixo euroatlântico e a inclusão de países como Brasil, Índia ou
membros da União Africana pode alterar esse desbalanço.
Na prática, isso significa que temas sensíveis, como intervenções militares, sanções e reconhecimento de governos, passariam a contar com novas vozes que nem sempre compartilham os mesmos valores ou interesses dos atuais membros permanentes. Esse temor estratégico alimenta a resistência a qualquer ampliação.
Há uma certa unidade entre os países que tem um pleito mais consistente sobre um assento permanente, Brasil, Índia, Alemanha e Japão, conhecidos como G4, se comprometeram a apoiar a candidatura um do outro.
No entanto, rivalidades regionais como Índia e Paquistão, e Japão e Coreia do Sul, minam o esforço diplomático desses países por um assento e as potências ocidentais utilizam essa divisão como argumento para sustentar que não há um consenso sobre quem deveria ocupar novas cadeiras.
4. Ameaça ao domínio normativo ocidental
Para além de influenciar a geopolítica, as decisões do Conselho de Segurança moldam o direito internacional contemporâneo.
Ampliar o número de membros permanentes com países do Sul Global, que questionam a ordem liberal internacional, poderia pôr fim a certas práticas ocidentais que são viabilizadas pelas normas vigentes, como o intervencionismo sob o pretexto de defender os direitos humanos.
Manter o controle do CSNU significa também manter a narrativa dominante.
5. Inércia institucional e critérios indefinidos
Apesar de discussões recorrentes sobre a necessidade de reforma, a
ONU carece de mecanismos claros e ágeis para mudar sua própria estrutura. As regras exigem
o apoio de dois terços da Assembleia Geral e, crucialmente, a aprovação de todos os cinco membros permanentes — o que na prática concede a qualquer um deles o poder de veto sobre a reforma. A combinação de interesses contrariados e da complexidade do processo
gera um cenário de paralisia institucional.
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