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Entenda 5 pontos que explicam a relutância contra a reforma do Conselho de Segurança da ONU

© AP Photo / Craig RuttleMomento em que Linda Thomas-Greenfield, embaixadora dos Estados Unidos na Organização das Nações Unidas (ONU), é a única a não aprovar a resolução de cessar-fogo na Faixa de Gaza, em 25 de março de 2024
Momento em que Linda Thomas-Greenfield, embaixadora dos Estados Unidos na Organização das Nações Unidas (ONU), é a única a não aprovar a resolução de cessar-fogo na Faixa de Gaza, em 25 de março de 2024 - Sputnik Brasil, 1920, 23.09.2025
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A proposta de reforma do Conselho de Segurança da ONU — uma demanda antiga de países como Brasil, Índia, Japão e representantes da União Africana — tem enfrentado obstáculos sistemáticos, especialmente por parte das potências ocidentais.
Apesar dos apelos por uma estrutura mais representativa e compatível com a realidade geopolítica do século XXI, as mudanças permanecem emperradas.A seguir, listamos cinco fatores centrais que explicam essa resistência.

1. Preservação do poder dos membros permanentes

A estrutura atual do Conselho de Segurança (CSNU) garante aos cinco membros permanentes — Estados Unidos, Reino Unido, França, Rússia e China — poder de veto sobre qualquer resolução. Ampliar o número de membros permanentes diluiria esse privilégio e enfraqueceria a influência desses países.
Apesar disso, a China e a Rússia apoiam a entrada de novos países dentro do conselho, revelando que a preocupação com a manutenção desse status quo é exclusiva dos membros ocidentais.
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2. Temor de mudança no equilíbrio geopolítico

A configuração atual do conselho, com três países do Ocidente e dois do Sul Global, reflete um desequilíbrio favorável para o eixo euroatlântico e a inclusão de países como Brasil, Índia ou membros da União Africana pode alterar esse desbalanço.
Na prática, isso significa que temas sensíveis, como intervenções militares, sanções e reconhecimento de governos, passariam a contar com novas vozes que nem sempre compartilham os mesmos valores ou interesses dos atuais membros permanentes. Esse temor estratégico alimenta a resistência a qualquer ampliação.

3. Rivalidades regionais

Há uma certa unidade entre os países que tem um pleito mais consistente sobre um assento permanente, Brasil, Índia, Alemanha e Japão, conhecidos como G4, se comprometeram a apoiar a candidatura um do outro.
No entanto, rivalidades regionais como Índia e Paquistão, e Japão e Coreia do Sul, minam o esforço diplomático desses países por um assento e as potências ocidentais utilizam essa divisão como argumento para sustentar que não há um consenso sobre quem deveria ocupar novas cadeiras.
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4. Ameaça ao domínio normativo ocidental

Para além de influenciar a geopolítica, as decisões do Conselho de Segurança moldam o direito internacional contemporâneo.
Ampliar o número de membros permanentes com países do Sul Global, que questionam a ordem liberal internacional, poderia pôr fim a certas práticas ocidentais que são viabilizadas pelas normas vigentes, como o intervencionismo sob o pretexto de defender os direitos humanos.
Manter o controle do CSNU significa também manter a narrativa dominante.

5. Inércia institucional e critérios indefinidos

Apesar de discussões recorrentes sobre a necessidade de reforma, a ONU carece de mecanismos claros e ágeis para mudar sua própria estrutura. As regras exigem o apoio de dois terços da Assembleia Geral e, crucialmente, a aprovação de todos os cinco membros permanentes — o que na prática concede a qualquer um deles o poder de veto sobre a reforma. A combinação de interesses contrariados e da complexidade do processo gera um cenário de paralisia institucional.
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