ONU alerta: 90% dos vazamentos de metano detectados por satélite não são reconhecidos por empresas
10:44 22.10.2025 (atualizado: 11:15 22.10.2025)
© AP Photo / Matthew Brown
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Às vésperas da COP30, um relatório da ONU alertou que quase 90% dos vazamentos de metano detectados por satélite não são reconhecidos por governos e empresas de petróleo e gás, e apenas 12% dos alertas resultam em ações concretas.
A Organização das Nações Unidas alertou que quase 90% dos vazamentos de metano detectados por satélites e comunicados a governos e empresas de petróleo e gás não estão sendo reconhecidos. O dado foi divulgado às vésperas da COP30, destacando a baixa resposta às notificações feitas pelo Observatório Internacional de Emissões de Metano, que integra uma rede de mais de 17 satélites.
Segundo o relatório, apenas 12% dos 3.500 alertas emitidos neste ano resultaram em ações corretivas, um avanço modesto em relação ao ano anterior, quando a taxa de resposta foi de apenas 1%. O metano, embora permaneça menos tempo na atmosfera que o dióxido de carbono, é significativamente mais potente na retenção de calor, tornando sua redução uma estratégia eficaz contra as mudanças climáticas.
Desde 2021, mais de 150 países se comprometeram a reduzir as emissões de metano em 30% até o fim da década. No entanto, segundo a Reuters, a diretora do Programa da ONU para o Meio Ambiente, Inger Andersen, criticou a lentidão das ações e destacou que muitos vazamentos poderiam ser resolvidos com medidas simples, como ajustes técnicos em equipamentos.
O relatório também documentou 25 casos em que os alertas levaram à correção de grandes emissões, demonstrando o potencial do sistema de monitoramento. Andersen reforçou que não se pode ignorar essas "vitórias fáceis", especialmente no setor de petróleo e gás, onde os vazamentos ocorrem por ventilação e queima.
Investidores que representam mais de € 4,5 trilhões (cerca de R$ 28,06 trilhões) em ativos pediram à União Europeia (UE) que mantenha firme sua legislação sobre emissões de metano, diante de preocupações de que o bloco possa flexibilizar regras para facilitar a importação de gás natural liquefeito (GNL) dos EUA, como parte de esforços para reduzir tensões comerciais.
O observatório considera os vazamentos do setor de petróleo e gás os de maior potencial de mitigação, mas planeja ampliar sua atuação para outras fontes relevantes de emissão, como carvão metalúrgico, resíduos e agricultura, segundo Giulia Ferrini, chefe da iniciativa, ouvida pela apuração da mídia britânica.
