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Fragilizado, relembre escândalos do governo Milei às vésperas das eleições
Fragilizado, relembre escândalos do governo Milei às vésperas das eleições
Sputnik Brasil
Argentinos vão às urnas para pleito legislativo decisivo para o governo da Casa Rosada. Uma derrota ampla no próximo domingo (26) pode colocar as medidas de... 22.10.2025, Sputnik Brasil
2025-10-22T14:35-0300
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A população da Argentina sairá de casa no próximo domingo (26) para participar das eleições legislativas do país. Apesar de ainda ter mais de dois anos de mandato pela frente, o presidente Javier Milei acompanhará o pleito com atenção, já que a disputa elegerá 127 deputados e 24 senadores, isto é, metade da Câmara e um terço do Senado.Sem o amplo apoio dos parlamentares, o governo pode enfrentar boicotes de propostas no Congresso da Nação, restando ao líder argentino navegar no mar revolto da economia sem o controle do leme.Diante de enorme pressão e com a governabilidade em cheque, a Sputnik Brasil preparou uma lista de escândalos do mandato de Milei que podem ser decisivos na escolha dos eleitores do país.Polêmica das criptomoedasEm fevereiro deste ano, Milei usou as redes sociais para divulgar um projeto de criptomoeda que prometia "incentivar o crescimento da economia argentina financiando pequenas empresas e empreendimentos argentinos", chamado Viva La Libertad Project. Poucas horas depois, o presidente voltou a afirmar, dessa vez ao portal financeiro Bloomberg Línea, que apoiava a iniciativa. O empreendimento tinha como base a criptomoeda $LIBRA na blockchain Solana. Com o endosso de Milei, a moeda rapidamente se valorizou, ultrapassando US$ 5 (R$ 28,50 na cotação da época).Com a mesma velocidade, no entanto, o peso da moeda veio abaixo, em um golpe financeiro conhecido e muito praticado no mercado de criptoativos, o Rug Pull, no qual o valor de um ativo é inflado para que grandes detentores possam lucrar com a venda.Especialistas em finanças digitais apontam que até 80% do estoque de $LIBRA estava nas mãos de poucos indivíduos, com apenas um usuário possuindo cerca de 50% de todas as $LIBRA existentes. Com a alta demanda trazida por Milei, eles aproveitaram para vender toda carteira, levando o preço a centavos de dólar.A capitalização de mercado da moeda chegou a quase US$ 4 bilhões (R$ 23 bilhões na cotação da época) nas quatro horas entre o anúncio e o golpe, com uma movimentação equivalente a US$ 1,5 bilhões (R$ 8,5 bilhões na cotação da época). O esquema viu 44 mil pessoas, em sua grande maioria argentinos, perderem pelo menos US$ 87 milhões (R$ 498 milhões na cotação da época).Em abril, a Câmara dos Deputados da Argentina aprovou a criação de uma comissão investigadora para apurar as condutas de Milei deste escândalo. Todavia, a oposição só conseguiu instalar, de fato, a apuração em agosto, devido a manobras governistas para evitar a averiguação.Suspeita de corrupção da irmã de MileiA secretária-geral da Presidência e irmã de Javier, Karina Milei, é suspeita de liderar um esquema de corrupção que envolve uma das maiores empresas farmacêuticas do mercado argentino, que contém uma série de contratos com a administração federal.Áudios atribuídos ao ex-diretor da Agência Nacional de Incapacidade (Andis) Diego Spagnuolo, que vazaram no fim de agosto, relatam a cobrança de propinas em contratos com a Drogaria Suizo Argentina.Os 3% renderiam entre US$ 500 mil (R$ 2,7 milhões) a US$ 800 mil (R$ 4,3 milhões) por mês para o esquema. As gravações também mencionam a participação do assessor de Karina, Eduardo "Lule" Menem.Dias após o surgimento do escândalo, Javier e Karina foram alvos de pedradas em uma carreata na periferia sul de Buenos Aires. O presidente estava em uma caminhonete com a irmã e o político José Luis Espert, quando vários objetos começaram a ser arremessados contra o comboio. À época, segundo a assessoria de comunicação do governo, ninguém se feriu.Aliado-chave é suspeito de vínculo com suposto narco-traficanteEspert, presente no episódio do apedrejamento, renunciou à candidatura a deputado nacional no início deste mês após admitir ter viajado repetidamente no avião particular de Federico Machado, acusado de tráfico de drogas nos Estados Unidos e cuja extradição foi concedida em 7 de outubro.A investigação, conduzida pelo jornalista Sebastián Lacunza para o ElDiarioAr, revelou que uma empresa ligada a Machado transferiu US$ 200.000 (cerca de R$ 1,07 milhão) para a conta de Espert no banco norte-americano Morgan Stanley, como parte de um acordo financeiro mais amplo. Embora o congressista tenha negado qualquer vínculo, os registros encontrados o forçaram a reconhecer a ligação e, em seguida, renunciar à campanha eleitoral.Coincidência ou não, o presidente compartilha advogado com Machado. Francisco Oneto, que representa o suposto narcotraficante na Justiça argentina, é o advogado de defesa de Milei em casos como o da criptomoeda $LIBRA.Oneto também havia sido indicado pelo próprio Milei como candidato a vice-governador de Buenos Aires pelo partido La Libertad Avanza nas eleições de 2023.
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Fragilizado, relembre escândalos do governo Milei às vésperas das eleições
Redação
Equipe da Sputnik Brasil
Argentinos vão às urnas para pleito legislativo decisivo para o governo da Casa Rosada. Uma derrota ampla no próximo domingo (26) pode colocar as medidas de austeridade em cheque.
A população da Argentina sairá de casa no próximo domingo (26) para participar das eleições legislativas do país. Apesar de ainda ter mais de dois anos de mandato pela frente, o
presidente Javier Milei acompanhará o pleito com atenção, já que a disputa elegerá 127 deputados e 24 senadores, isto é, metade da Câmara e um terço do Senado.
Sem o amplo apoio dos parlamentares, o governo pode enfrentar boicotes de propostas no Congresso da Nação, restando ao líder argentino navegar no mar revolto da economia sem o controle do leme.
Diante de enorme pressão e com a governabilidade em cheque, a Sputnik Brasil preparou uma lista de escândalos do mandato de Milei que podem ser decisivos na escolha dos eleitores do país.
Polêmica das criptomoedas
Em fevereiro deste ano, Milei usou as redes sociais para
divulgar um projeto de criptomoeda que prometia
"incentivar o crescimento da economia argentina financiando pequenas empresas e empreendimentos argentinos", chamado
Viva La Libertad Project.
Poucas horas depois, o presidente voltou a afirmar, dessa vez ao portal financeiro Bloomberg Línea, que apoiava a iniciativa. O empreendimento tinha como base a criptomoeda $LIBRA na blockchain Solana. Com o endosso de Milei, a moeda rapidamente se valorizou, ultrapassando US$ 5 (R$ 28,50 na cotação da época).
Com a mesma velocidade, no entanto, o peso da moeda veio abaixo, em um golpe financeiro conhecido e muito praticado no mercado de criptoativos, o Rug Pull, no qual o valor de um ativo é inflado para que grandes detentores possam lucrar com a venda.
Especialistas em finanças digitais apontam que até 80% do estoque de $LIBRA estava nas mãos de poucos indivíduos, com apenas um usuário possuindo cerca de 50% de todas as $LIBRA existentes. Com a alta demanda trazida por Milei, eles aproveitaram para vender toda carteira, levando o preço a centavos de dólar.
A capitalização de mercado da moeda chegou a quase US$ 4 bilhões (R$ 23 bilhões na cotação da época) nas quatro horas entre o anúncio e o golpe, com uma movimentação equivalente a US$ 1,5 bilhões (R$ 8,5 bilhões na cotação da época). O esquema viu 44 mil pessoas, em sua grande maioria argentinos, perderem pelo menos US$ 87 milhões (R$ 498 milhões na cotação da época).
Em abril, a
Câmara dos Deputados da Argentina aprovou a criação de uma
comissão investigadora para apurar as condutas de Milei deste escândalo. Todavia, a oposição só conseguiu instalar, de fato, a apuração em agosto, devido a
manobras governistas para evitar a averiguação.
Suspeita de corrupção da irmã de Milei
A secretária-geral da Presidência e irmã de Javier,
Karina Milei, é suspeita de liderar um
esquema de corrupção que envolve uma das maiores empresas farmacêuticas do mercado argentino, que contém uma série de contratos com a administração federal.
Áudios atribuídos ao ex-diretor da Agência Nacional de Incapacidade (Andis) Diego Spagnuolo, que vazaram no fim de agosto, relatam a cobrança de propinas em contratos com a Drogaria Suizo Argentina.
"Do que eles cobram pelos remédios, você tem que colocar 8% (...) é uma enorme variedade de negócios que existem", diz o ex-chefe da Andis em um dos áudios. "Eu tenho todos os WhatsApps de Karina. Ela recebe 3%", diz um dos trechos da gravação divulgados pela imprensa local
Os 3% renderiam entre US$ 500 mil (R$ 2,7 milhões) a US$ 800 mil (R$ 4,3 milhões) por mês para o esquema. As gravações também mencionam a participação do assessor de Karina, Eduardo "Lule" Menem.
Dias após o surgimento do escândalo, Javier e Karina foram
alvos de pedradas em uma carreata na periferia sul de Buenos Aires. O presidente estava em uma caminhonete com a irmã e o político José Luis Espert, quando vários objetos começaram a ser arremessados contra o comboio. À época, segundo a assessoria de comunicação do governo,
ninguém se feriu.
Aliado-chave é suspeito de vínculo com suposto narco-traficante
Espert, presente no episódio do apedrejamento,
renunciou à candidatura a deputado nacional no início deste mês após
admitir ter viajado repetidamente no avião particular de Federico Machado, acusado de tráfico de drogas nos Estados Unidos e cuja extradição foi concedida em 7 de outubro.
A investigação, conduzida pelo jornalista Sebastián Lacunza para o ElDiarioAr, revelou que uma empresa ligada a Machado transferiu US$ 200.000 (cerca de R$ 1,07 milhão) para a conta de Espert no banco norte-americano Morgan Stanley, como parte de um acordo financeiro mais amplo. Embora o congressista tenha negado qualquer vínculo, os registros encontrados o forçaram a reconhecer a ligação e, em seguida, renunciar à campanha eleitoral.
Coincidência ou não, o presidente compartilha advogado com Machado. Francisco Oneto, que representa o suposto narcotraficante na Justiça argentina, é o advogado de defesa de Milei em casos como o da criptomoeda $LIBRA.
Oneto também havia sido indicado pelo próprio Milei como candidato a vice-governador de Buenos Aires pelo partido La Libertad Avanza nas eleições de 2023.
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