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'Caçador do mar': submarino nuclear pode ser usado para defesa da soberania na Margem Equatorial?
'Caçador do mar': submarino nuclear pode ser usado para defesa da soberania na Margem Equatorial?
Sputnik Brasil
Em entrevista à Sputnik Brasil, especialistas afirmam que a Marinha está mal equipada para defender a região, mas apontam que investimento em submarinos de... 18.11.2025, Sputnik Brasil
2025-11-18T18:45-0300
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Com uma extensão territorial 360 mil quilômetros quadrados, equivalente ao território da Alemanha, a Margem Equatorial brasileira é a nova região estratégica e econômica do país, sendo considerada a nova fronteira do pré-sal devido a seu grande potencial para exploração petrolífera.Estimativas da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) colocam o volume de óleo e gás na região em 30 bilhões de barris. É preciso mais estudos para saber a proporção de quantos são economicamente viáveis.A Petrobras iniciou estudos de perfuração no final de outubro, após meses de impasses com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), responsável por salvaguardar o patrimônio ambiental brasileiro.Desde que passou a explorar sua porção da Margem Equatorial, estimada em 11 bilhões de barris de petróleo, a vizinha Guiana viu o crescimento de sua economia saltar para dois dígitos, atingindo um marco de 64% em 2022.Parte integral da Amazônia Azul, nome dado às águas territoriais onde o Brasil possui uma vasta riqueza ambiental, energética e mineral, e exclusividade econômica, a Margem Equatorial não só traz benefícios à economia do Brasil, como também desafios, especialmente na área da defesa.Hoje, a Marinha do Brasil não está suficientemente preparada para fiscalizar e defender a Margem Equatorial, considera Vinicius Modolo Teixeira, professor de geopolítica da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat).À Sputnik Brasil, ele diz que hoje os principais meios navais da MB estão concentrados no Rio de Janeiro, que sedia a única esquadra do país. Enquanto isso, outros distritos navais são equipados com pequenos navios-patrulha, que possuem atuação restrita e poder de fogo insuficiente para fazer frente a possíveis ameaças.A opinião é compartilhada por Tito Lívio Barcellos, mestre em estudos estratégicos de defesa e segurança e pesquisador do Centro de Investigação sobre Rússia, Eurásia e Espaço Pós-Soviético (CIRE). Em entrevista à reportagem, o analista explica que é no eixo Sul-Sudeste onde estão os principais núcleos portuários do Brasil.Pedro Paulo Rezende, especialista em conflitos, equipamentos militares e diplomacia, traça a origem dessa fiscalização esparsa, passando pelo descaso com manutenção e por erros administrativos do passado.Que meios a Marinha pode empregar para a defesa da Margem Equatorial?Apesar de não contar com uma grande esquadra para defender a totalidade das águas territoriais brasileiras, os especialistas destacam que a Marinha possui meios para agir em caso de alguma intromissão indevida nos mares do Brasil.Teixeira nota, por exemplo, a Classe Macaé de navios-patrulha. Com deslocamento de 500 toneladas e em produção nos estaleiros brasileiros, o equipamento seria bastante efetivo na fiscalização da Margem Equatorial, argumenta o especialista.No entanto, o meio mais indicado para a defesa de regiões como a Margem Equatorial são os submarinos, de preferência o de propulsão nuclear, como o Álvaro Alberto, ainda em construção pela MB, avaliam os três analistas."Assim como a aeronave de caça tem a função de interceptar aeronaves inimigas e manter a chamada superioridade aérea, o submarino é o caçador do mar. Então a função primária na defesa das águas jurisdicionais é dele, por conta da sua velocidade e furtividade", define Barcellos, que acrescenta que a motorização nuclear possibilitaria que os submarinos operassem em um raio muito maior.A efetividade de um submarino é tanta, ressalta Rezende, que, mesmo mais modelos do convencional já representam uma salvaguarda eficiente para o Brasil. "Em manobras passadas, com submarinos inferiores aos que a gente tem hoje, a gente conseguiu destruir porta-aviões inimigos. Destruímos um porta-aviões americano e um porta-aviões espanhol nesses exercícios."Outro equipamento que pode reforçar a defesa da região, avaliam, é o Míssil Antinavio Nacional de Superfície (Mansup), criado pela empresa brasileira Sistemas Integrados de Alto Teor Tecnológico (SIATT).Testado com sucesso em dezembro de 2024 e com uma versão com alcance estendido à vista, uma grande quantidade desses mísseis seria um bom fator de dissuasão, desde que haja integração deles com outras plataformas. "Uma andorinha só não faz verão", resume Barcellos.Por fim, o especialista do CIRE elenca o Sistema de Gerenciamento da Amazônia Azul (SisGAAz), desdobramento do Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras (Sisfron) do Exército, como essencial para que o Brasil monitore as rotas marítimas do país.Em implementação por fases, o SisGAAz permitirá acompanhar as atividades no mar em tempo real, monitorando tanto atividades lícitas, como rotas do tráfego de barcos, quanto ilícitas, como pesca ilegal, contrabando, pirataria e degradação ambiental.Gasto do Brasil com defesa de 1% do PIB é suficiente?Uma das principais demandas das Forças Armadas brasileiras é um maior orçamento, equiparável ao de nações da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN). No ano passado, o Brasil investiu o equivalente a 1% do produto interno bruto em defesa. Neste ano, o orçamento militar é estimado em 1,1%.Isso coloca o país não só abaixo da média global de 2,4%, como relativamente abaixo, também, dos vizinhos Bolívia, Colômbia, Chile, Equador e Uruguai. Segundo Barcellos, o percentual brasileiro não é baixo, uma vez que 1% do PIB brasileiro equivale a R$ 24 bilhões. "Um valor nada desprezível, considerando o ambiente sul-americano."Segundo Teixeira, um dos principais culpados da falta de recursos para o Ministério da Defesa é o arcabouço fiscal. Recém-aprovado no Congresso Nacional, o Projeto de Lei Complementar (PLP) 204/25 prevê um gasto de R$ 30 bilhões fora do teto para o custeio da Defesa brasileira nos próximos cinco anos. Ou seja, uma média de R$ 6 bilhões por ano.Já Rezende afirma que o problema não é só o percentual inferior à média global, mas também o fato de o montante ser "fictício". Ele aponta que, do total gasto pela Defesa, 80% vão para o pagamento de pessoal, inclusive inativo.
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Com uma extensão territorial 360 mil quilômetros quadrados, equivalente ao território da Alemanha, a
Margem Equatorial brasileira é
a nova região estratégica e econômica do país, sendo considerada a nova fronteira do pré-sal devido a seu grande potencial para exploração petrolífera.
Estimativas da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) colocam o volume de óleo e gás na região em 30 bilhões de barris. É preciso mais estudos para saber a proporção de
quantos são economicamente viáveis.A Petrobras iniciou estudos de perfuração no final de outubro, após meses de impasses com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), responsável por salvaguardar o patrimônio ambiental brasileiro.
Desde que passou a explorar sua porção da Margem Equatorial, estimada em 11 bilhões de barris de petróleo, a vizinha Guiana viu o crescimento de sua economia saltar para dois dígitos, atingindo um marco de 64% em 2022.
Parte integral da Amazônia Azul, nome dado às águas territoriais onde o Brasil possui uma vasta riqueza ambiental, energética e mineral, e exclusividade econômica, a Margem Equatorial não só traz benefícios à economia do Brasil, como também desafios, especialmente na área da defesa.
Hoje, a Marinha do Brasil não está suficientemente preparada para fiscalizar e defender a Margem Equatorial, considera Vinicius Modolo Teixeira, professor de geopolítica da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat).
"Não existem equipamentos suficientes atualmente na Marinha para uma patrulha e defesa efetiva da nossa plataforma continental, da Zona Econômica Exclusiva [ZEE], e isso inclui a Margem Equatorial."
À Sputnik Brasil, ele diz que hoje os principais meios navais da MB estão concentrados no Rio de Janeiro, que sedia a única esquadra do país. Enquanto isso, outros distritos navais são equipados com pequenos navios-patrulha, que possuem atuação restrita e poder de fogo insuficiente para fazer frente a possíveis ameaças.
A opinião é compartilhada por Tito Lívio Barcellos, mestre em estudos estratégicos de defesa e segurança e pesquisador do Centro de Investigação sobre Rússia, Eurásia e Espaço Pós-Soviético (CIRE). Em entrevista à reportagem, o analista explica que é no eixo Sul-Sudeste onde estão os principais núcleos portuários do Brasil.
"Estamos falando da região onde estão as três maiores metrópoles do país. Já nas outras regiões, esse contingente naval ainda é muito disperso."
Pedro Paulo Rezende, especialista em conflitos, equipamentos militares e diplomacia, traça a origem dessa fiscalização esparsa, passando pelo descaso com manutenção e por erros administrativos do passado.
"Desde o início da década de 2000, levaram a Marinha para um quadro caótico, onde ela tem pouco navio de superfície para cuidar do litoral brasileiro", afirma à Sputnik Brasil.

16 de novembro 2024, 08:00
Que meios a Marinha pode empregar para a defesa da Margem Equatorial?
Apesar de não contar com uma grande esquadra para defender a totalidade das águas territoriais brasileiras, os especialistas destacam que a Marinha possui meios para agir em caso de alguma intromissão indevida nos mares do Brasil.
Teixeira nota, por exemplo, a Classe Macaé de navios-patrulha. Com deslocamento de 500 toneladas e em produção nos estaleiros brasileiros, o equipamento seria bastante efetivo na fiscalização da Margem Equatorial, argumenta o especialista.
Além da Classe Macaé, a Força Naval conta com o projeto do NPa-500MB, um navio-patrulha de 500 toneladas, da Empresa Gerencial de Projetos Navais (Emgepron).
No entanto, o meio mais indicado para a defesa de regiões como a Margem Equatorial são os submarinos, de preferência o de propulsão nuclear, como o Álvaro Alberto, ainda em construção pela MB, avaliam os três analistas.
"A existência de um submarino é uma grande ameaça que pode impedir o acesso de embarcações inimigas a uma área que pretende ser defendida. Então um submarino é importante nesse papel", diz Teixeira.
"Assim como a aeronave de caça tem a função de interceptar aeronaves inimigas e manter a chamada superioridade aérea, o submarino é o caçador do mar. Então a função primária na defesa das águas jurisdicionais é dele, por conta da sua velocidade e furtividade", define Barcellos, que acrescenta que a motorização nuclear possibilitaria que os submarinos operassem em um raio muito maior.
"Ter uma esquadra de submarinos com motorização nuclear permitiria essa autonomia, que seria suficiente para compensar a insuficiência numérica que a nossa Marinha tem no litoral."
A efetividade de um submarino é tanta, ressalta Rezende, que, mesmo mais modelos do convencional já representam uma salvaguarda eficiente para o Brasil. "Em manobras passadas, com submarinos inferiores aos que a gente tem hoje, a gente conseguiu destruir porta-aviões inimigos. Destruímos um porta-aviões americano e um porta-aviões espanhol nesses exercícios."
Outro equipamento que pode reforçar a defesa da região, avaliam, é o Míssil Antinavio Nacional de Superfície (Mansup), criado pela empresa brasileira Sistemas Integrados de Alto Teor Tecnológico (SIATT).
Testado com sucesso em dezembro de 2024 e com uma versão com alcance estendido à vista, uma grande quantidade desses mísseis seria um bom fator de dissuasão, desde que haja integração deles com outras plataformas. "Uma andorinha só não faz verão", resume Barcellos.
Por fim, o especialista do CIRE elenca o Sistema de Gerenciamento da Amazônia Azul (SisGAAz), desdobramento do Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras (Sisfron) do Exército, como essencial para que o Brasil monitore as rotas marítimas do país.
Em implementação por fases, o SisGAAz permitirá acompanhar as atividades no mar em tempo real, monitorando tanto atividades lícitas, como rotas do tráfego de barcos, quanto ilícitas, como pesca ilegal, contrabando, pirataria e degradação ambiental.

16 de dezembro 2024, 16:00
Gasto do Brasil com defesa de 1% do PIB é suficiente?
Uma das principais demandas das Forças Armadas brasileiras é um maior orçamento, equiparável ao de nações da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN). No ano passado, o Brasil investiu o equivalente a 1% do produto interno bruto em defesa. Neste ano, o orçamento militar é estimado em 1,1%.
Isso coloca o país não só abaixo da média global de 2,4%, como relativamente abaixo, também, dos vizinhos Bolívia, Colômbia, Chile, Equador e Uruguai. Segundo Barcellos, o percentual brasileiro não é baixo, uma vez que 1% do PIB brasileiro equivale a R$ 24 bilhões. "Um valor nada desprezível, considerando o ambiente sul-americano."
Segundo Teixeira, um dos principais culpados da falta de recursos para o Ministério da Defesa é o arcabouço fiscal. Recém-aprovado no Congresso Nacional, o Projeto de Lei Complementar (PLP) 204/25 prevê um gasto de R$ 30 bilhões fora do teto para o custeio da Defesa brasileira nos próximos cinco anos. Ou seja, uma média de R$ 6 bilhões por ano.
"Isso aí somente vem dar um refresco. Não faz uma modificação plena do que é necessário para a gente poder executar um plano decente para a Defesa", argumenta Teixeira.
Já Rezende afirma que o problema não é só o percentual inferior à média global, mas também o fato de o montante ser "fictício". Ele aponta que, do total gasto pela Defesa, 80% vão para o pagamento de pessoal, inclusive inativo.
"A nossa legislação de pagamento de pessoal da reserva é extremamente corporativa e ultrapassada."
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