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Centrão e bolsonarismo reforçam aliança na Câmara e impõem derrota ao governo Lula com PL Antifacção

© Foto / Marcelo Camargo / Agência BrasilCâmara dos Deputados
Câmara dos Deputados - Sputnik Brasil, 1920, 19.11.2025
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Por 370 votos a 110, a Câmara aprovou o PL Antifacção impondo derrota ao governo Lula e expondo fragilidade da base aliada. O projeto, relatado por Derrite e conduzido por Motta, reacendeu embates sobre segurança pública e ampliou a crise de confiança entre Executivo e Legislativo.
A Câmara dos Deputados aprovou na terça-feira (18) o Projeto de Lei Antifacção por ampla maioria, com 370 votos favoráveis e 110 contrários, representando uma derrota significativa para o governo Lula. O Palácio do Planalto tentou adiar a votação após discordar das alterações feitas no texto, mas não conseguiu evitar o revés, evidenciando a fragilidade da base aliada.
A aprovação ocorreu em meio à união do bloco de centro-direita e direita contra a esquerda, reforçando a dificuldade do governo em manter coesão no Congresso. Partidos que compõem a Esplanada dos Ministérios foram responsáveis por 60% dos votos favoráveis, sinalizando fissuras na sustentação parlamentar de Lula.
O cenário político foi agravado pela repercussão da operação policial no Rio de Janeiro, que deixou 121 mortos e interrompeu a recuperação da popularidade do presidente, segundo pesquisa Genial/Quaest. A segurança pública passou a dominar o debate nacional, sendo explorada pelo bolsonarismo e pelo centrão como pauta central contra a atual gestão, enquanto aliados de Lula defendem a retomada da agenda de justiça tributária e programas sociais.
O PL Antifacção era considerado prioritário pelo Executivo, como resposta à crise de segurança. No entanto, a condução do projeto pelo relator Guilherme Derrite (PP-SP) e pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), gerou desconfiança no governo. Segundo a Folha de S.Paulo, Lindbergh Farias (PT-RJ) classificou a votação como uma "crise de confiança" entre Lula e Motta.
Homem mostra cápsulas de balas no local onde criança foi morta por bala perdida durante operação policial na favela Nova Jerusalém. Rio de Janeiro (RJ), Brasil, 14 de fevereiro de 2019 - Sputnik Brasil, 1920, 14.11.2025
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A sessão foi marcada por embates acalorados. O deputado Zucco (PL-RS) acusou o governo de ser "negacionista" na pauta da segurança pública, enquanto Maria do Rosário (PT-RS) afirmou que o relatório da direita favorecia o crime organizado. A disputa pela autoria da proposta intensificou o desgaste entre Executivo e Legislativo.
O vaivém de relatórios apresentados por Derrite, que chegou a adiar a votação, foi criticado por governistas e oposicionistas. Aliados de Lula acusaram o texto de enfraquecer a Polícia Federal e tentaram mobilizar a opinião pública contra o projeto, retomando a estratégia de polarização usada na defesa da justiça tributária. Motta e lideranças da Câmara, por sua vez, classificaram essas críticas como narrativas.
Motta buscou protagonismo ao defender publicamente o projeto, afirmando que representava a "mais dura resposta da história da Câmara" contra o crime organizado. De acordo com a apuração, parlamentares aliados reforçaram que o Legislativo estava assumindo papel central no combate às facções, em detrimento do Executivo. O governo, porém, considerou que o texto descaracterizou sua proposta original e apostou que o Senado poderá rever pontos problemáticos.
Após a votação, Motta declarou que o Parlamento não deve apenas "carimbar projetos", mas entregar a melhor versão possível. A postura do presidente da Câmara, vista como oscilante e por vezes mais alinhada à oposição, renovou a desconfiança do Planalto, segundo a Folha.
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