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Chefe da Autoridade Palestina acusa Israel de tornar Cisjordânia 'inabitável' e sabotar reformas

© AP Photo / Adam GrayO primeiro-ministro da Autoridade Palestina, Mohammed Mustafa, discursa durante uma Conferência Internacional de Alto Nível para a Solução Pacífica da Questão da Palestina e a Implementação da Solução de Dois Estados, na sede das Nações Unidas, 28 de julho de 2025
O primeiro-ministro da Autoridade Palestina, Mohammed Mustafa, discursa durante uma Conferência Internacional de Alto Nível para a Solução Pacífica da Questão da Palestina e a Implementação da Solução de Dois Estados, na sede das Nações Unidas, 28 de julho de 2025 - Sputnik Brasil, 1920, 07.12.2025
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Falando à mídia britânica, o primeiro-ministro palestino, Mohammad Mustafa, acusou o governo de Israel de tornar a Cisjordânia "inabitável" e de sabotar tanto as reformas da Autoridade Palestina quanto os esforços para realizar eleições.
Em entrevista ao Financial Times (FT), o premiê da Autoridade Palestina, Mohammad Mustafa, afirmou que a coalizão liderada por Benjamin Netanyahu busca pressionar os palestinos a deixar o território, facilitando um processo contínuo de anexação.
Mustafa disse que há um entendimento crescente de que o objetivo israelense é criar condições tão difíceis que parte da população acabe saindo voluntariamente. Desde o ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023, a Cisjordânia vive seu período mais violento em décadas, com aumento de ataques por parte de colonos, incursões militares e quase mil palestinos mortos, segundo a ONU.
Paralelamente, Israel ampliou seu controle sobre o território, instalando centenas de barreiras que restringem a circulação e anunciando a maior expansão de assentamentos em anos — considerados ilegais pelo direito internacional. A coalizão governista, que inclui figuras ultranacionalistas como Bezalel Smotrich, também intensificou a pressão financeira ao reter US$ 3,6 bilhões (cerca de R$ 19,5 bilhões) em receitas devidas à Autoridade Palestina.
Segundo o FT, a crise fiscal resultante deixou o governo palestino capaz de pagar apenas 60% dos salários, enquanto sua dívida total chegou a US$ 14,9 bilhões (mais de R$ 80,8 bilhões). A Jordânia, por sua vez, teme um fluxo migratório crescente da Cisjordânia, preocupação que se intensificou nos últimos dois anos. Vários governos ocidentais sancionaram Smotrich e o ministro Itamar Ben-Gvir por incitarem à violência contra os palestinos.
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Mustafa afirmou que as ações israelenses têm como objetivo enfraquecer a Autoridade Palestina e inviabilizar a criação de um Estado palestino, tentando convencer o mundo de que tal projeto não é possível. A Autoridade Palestina, liderada há duas décadas por Mahmoud Abbas, enfrenta forte desgaste interno e acusações de ineficácia, mas continua sendo vista pelos países árabes e europeus como o único parceiro palestino viável.
Desde outubro de 2023, a liderança palestina sofre pressão internacional para se reformar e aumentar sua legitimidade, inclusive para eventualmente assumir o governo de Gaza. Netanyahu, porém, rejeita qualquer papel da Autoridade Palestina no enclave e se orgulha de bloquear iniciativas que façam avançar a solução de dois Estados.
A Autoridade Palestina já implementou mudanças exigidas pelos EUA e União Europeia (UE) e promete realizar eleições após a guerra em Gaza, mas insiste que elas devem incluir a Cisjordânia, Gaza e Jerusalém Oriental.
Mustafa afirmou ao FT que fará "tudo o que puder" para viabilizar o pleito, mas acusa Israel de tentar sabotá-lo, questionando como será possível garantir eleições livres sob ocupação e com a divisão política mantida por anos.
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