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'Nova Era' da China redefine a política externa e inquieta o Ocidente

© Sputnik / Aleksandr KazakovA China apresentou o míssil balístico intercontinental Dongfeng 5 (DF-5C) no desfile militar desta quarta-feira (3) em Pequim
A China apresentou o míssil balístico intercontinental Dongfeng 5 (DF-5C) no desfile militar desta quarta-feira (3) em Pequim - Sputnik Brasil, 1920, 09.12.2025
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Em entrevista à Rádio Sputnik, nesta terça-feira (9), os professores Samuel Spellmann (UFPA) e Evandro Menezes de Carvalho (FGV/UFF) analisaram a transformação da China em potência global e os impactos internos e externos dessa nova fase chamada de "Nova Era".
Spellmann explicou que a China adotou por décadas uma postura discreta no cenário internacional para ganhar tempo e fortalecer suas capacidades internas. Essa estratégia moldou uma sociedade paciente e consciente de sua força, que agora, sob liderança de Xi Jinping e influenciada pela geração que viveu a Revolução Cultural, assume uma posição mais firme no mundo.

A juventude chinesa apoia majoritariamente a política externa do governo, inclusive com engajamento digital e posicionamentos como a defesa da Palestina.

"Costumo dizer, mas é só uma hipótese de reflexão, que ainda que o governo chinês não quisesse crescer a economia chinesa, talvez não consiga mais. Porque a própria sociedade chinesa, com seu dinamismo, já movimenta o país em uma certa direção [...]. Hoje a China tem quase 400 milhões de pessoas na faixa de renda média [...]. A proposta do governo é dobrar até 2035 [...]. Isso tem impacto na economia mundial", destacou Evandro Menezes.

Para Menezes o governo chinês adota uma lógica própria de supervisão e controle, muito diferente do modelo ocidental de pesos e contrapesos.
Segundo ele, a frase citada por Xi Jinping em 2013, "governar a China é como fritar um peixe pequeno", expressa bem esse estilo: o Estado deve supervisionar constantemente, mas intervir o mínimo possível, para não desestabilizar o equilíbrio interno
"O governo tem consciência de que, se apertar demais, a sociedade responde. O apoio ao governo existe, mas desde que ele não atrapalhe demais a vida das pessoas", destacou o especialista, que também alertou para a sofisticação do sistema chinês, com supervisão horizontal e vertical intensa, ajustada à realidade cultural e política do país.

América Latina

Evandro Menezes explicou que a China vê a América Latina como estratégica para garantir sua segurança alimentar e energética, e não como um espaço de presença militar.
Segundo ele, o que incomoda os Estados Unidos é o avanço econômico chinês, que cria obstáculos à doutrina de domínio regional dos EUA, especialmente em um cenário de possíveis guerras.
"A presença chinesa econômica [...] cria essa dificuldade para os Estados Unidos terem um controle total sobre a região, que seria fundamental para manter seu projeto de potência hegemônica mundial", afirmou.
Vista aérea do cais de contêineres do porto de Zhoushan, na cidade de Ningbo, província de Zhejiang, leste da China, em 12 de julho de 2017 - Sputnik Brasil, 1920, 07.12.2025
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Spellmann reforçou que o aumento das relações comerciais com a China enfraquece a pressão militar dos EUA na região, e fortalece a construção de um projeto de integração latino-americana.
Ele lembrou que essa integração é um objetivo previsto na Constituição brasileira e destacou que esse processo exige persistência: "é algo que se constrói todo dia, um passo de cada vez."
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