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Núcleo interno da Terra pode ter uma estrutura em camadas semelhante a uma cebola, diz estudo

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Estrutura do núcleo da Terra em imagem criada pela NASA - Sputnik Brasil, 1920, 14.12.2025
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Uma possível explicação para a propagação anômala de ondas sísmicas através do núcleo interno da Terra foi encontrada em um experimento de laboratório.
Os cientistas efetuaram uma pesquisa no Síncrotron Alemão de Elétrons PETRA III (DESY, na sigla em alemão) em Hamburgo. Os resultados do estudo, publicados na revista Nature Communications e extrapolados às condições do núcleo interno da Terra, mostram que as anomalias sísmicas observadas podem ser explicadas por sua estrutura em camadas, semelhante a uma cebola, que se forma devido à concentração de elementos como carbono e silício.
Os cientistas observam no núcleo interno que as ondas sísmicas longitudinais que ocorrem, por exemplo, durante terremotos, se espalham 3-4% mais rápido ao longo do eixo de rotação da Terra do que no plano equatorial. Estas anomalias têm tamanho diferente nas partes externas e internas do núcleo.

"Havia várias hipóteses sobre a origem desta anisotropia", disse a professora Carmen Sanchez-Valle do Instituto de Mineralogia da Universidade de Münster.

Uma explicação possível é a formação de uma orientação cristalográfica preferencial (LPO, na sigla em inglês), na qual os cristais de liga mudam sua orientação devido aos fluxos convectivos ou às características de crescimento.
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"Infelizmente, há muito poucos dados experimentais sobre como tal LPO pode parecer no núcleo de ferro da Terra, e não há dados sobre o LPO de misturas de ligas de ferro-silício-carbono. Dessa forma começamos a estudar o efeito combinado do silício e do carbono no comportamento da deformação do ferro", diz Sanchez-Valle.
Esta descoberta introduz a ideia de uma estrutura em camadas semelhante a uma cebola dentro do núcleo interno, onde diferentes regiões podem ter propriedades diferentes devido às concentrações variáveis desses elementos mais leves. Tal estrutura poderia ajudar a explicar as anomalias das ondas sísmicas observadas, oferecendo um novo quadro para a compreensão da complexidade do núcleo interno.
Os experimentos conduzidos pela equipe foram projetados para imitar as condições extremas do interior profundo da Terra. Usando a fonte de luz PETRA III no DESY, os pesquisadores comprimiram as ligas de ferro-silício-carbono para cerca de um milhão de vezes a pressão atmosférica. Isto permitiu-lhes replicar as condições que existem dentro do núcleo interno, que atinge temperaturas de até 5.500 °C e pressões superiores a 3 milhões de atmosferas.
Através desses experimentos de alta pressão, a equipe foi capaz de decodificar como a liga se deforma sob tais condições extremas.
Os achados da equipe sugerem que as velocidades variáveis das ondas sísmicas em diferentes partes do núcleo interno poderiam ser explicadas pela estrutura do núcleo em camadas, influenciada pela concentração de elementos como carbono e silício.
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