China revela estratégia que acelera caças de 6ª geração e expõe atraso dos EUA, diz mídia

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O projetista‑chefe Yang Shuifeng revelou como a China acelerou o desenvolvimento de seus caças furtivos de sexta geração, defendendo que apenas equipes experientes podem manter ritmo competitivo — enquanto os EUA enfrentam atrasos e falhas de gestão no programa NGAD.
A China atribui seu avanço no desenvolvimento de caças furtivos de sexta geração à experiência acumulada e à capacidade industrial já consolidada, afirma Yang Shuifeng, projetista‑chefe dos programas mais avançados do país. Em artigo recente do South China Morning Post (SCMP), ele defende que nenhuma equipe pode começar "do zero" ao lidar com tecnologias tão complexas, sob risco de atrasos estratégicos.
Yang descreve, pela primeira vez em publicação aberta, como a China estruturou um modelo de P&D capaz de acelerar o desenvolvimento do J‑36, seu novo caça furtivo pesado, e ganhar vantagem sobre os Estados Unidos. Segundo ele, instituições com infraestrutura madura, domínio de materiais, chips e componentes críticos conseguem mobilizar rapidamente recursos e manter ritmo elevado de inovação.
O contraste com os EUA é um argumento central para o projetista. Embora Washington tenha concedido à Boeing o contrato do programa de Domínio Aéreo da Próxima Geração (NGAD, na sigla em inglês), a empresa nunca produziu um caça furtivo operacional, o que, para especialistas, limita sua capacidade de entregar resultados rápidos. Enquanto isso, a China já testa em voo dois modelos de sexta geração: o J‑36, da Chengdu, e o J‑50, da Shenyang.
O programa norte-americano, lançado em 2014, avança lentamente e ainda está majoritariamente no papel, com previsão de primeiro voo apenas em 2028. Relatórios nos EUA apontam falhas de gestão, estouros orçamentários e dificuldade de adaptação tecnológica como fatores que travam o NGAD, além de uma ambição excessiva que resultou em um projeto pouco funcional.
Yang afirma que a China evita esses problemas ao revisar projetos sempre que há aumento de custos, otimizando processos em vez de repassar despesas ao Estado. Ao fim de cada ano, equipes eliminam qualquer estouro orçamentário acumulado, impedindo que os custos cresçam de forma descontrolada — algo que, segundo ele, afeta programas de Washington.
Para lidar com incertezas tecnológicas, os chineses adotam metas ambiciosas, mas priorizam capacidades essenciais, deixando de lado requisitos secundários. A integração constante com o setor manufatureiro nacional, altamente dinâmico, permite incorporar rapidamente novas tecnologias e acelerar o ciclo de desenvolvimento.
Yang compara a corrida por caças furtivos ao combate aéreo: vence quem completa mais rápido o ciclo de detectar, decidir e agir. Por isso, defende que aeronaves sejam entregues rapidamente às forças armadas, permitindo testes operacionais reais e feedback direto dos pilotos. Manter um caça "lacrado" em desenvolvimento por anos, diz ele, impede sua evolução.


