Panorama internacional

Líder partidário do Reino Unido apoia 'princípio anti-imperialista' da Ucrânia de se juntar à OTAN

O líder do Partido Trabalhista britânico defendeu a "integridade territorial" da Ucrânia e também seu "direito" de se juntar à OTAN em meio às tensões com a Rússia.
Sputnik
A Ucrânia tem o "direito" de se juntar à OTAN por uma questão de "princípio anti-imperialista", afirmou na sexta-feira (21) Keir Starmer, líder do Partido Trabalhista do Reino Unido.
O ex-diretor do Ministério Público britânico repetiu afirmações, refutadas por Moscou, de que os exercícios militares russos dentro do território do país significavam "100.000 soldados na fronteira com a Ucrânia".
"A situação na fronteira ucraniana é uma tentativa de [Vladimir] Putin para reestabelecer a força russa como uma forma de dominação sobre partes da Europa e é uma ameaça direta ao princípio anti-imperialista de que países soberanos são livres de escolher seus próprios aliados e sua própria forma de vida", segundo Starmer.
"As demandas russas que a Ucrânia desista de sua vontade de se juntar à OTAN e à UE não devem ser tidas em conta", reiterou ele, elogiando Ben Wallace, secretário da Defesa do Reino Unido, por enviar 2.000 mísseis antitanque MBT LAW à Ucrânia, apesar de não mencionar que desde 2014 Kiev integrou nas suas Forças Armadas várias milícias neonazistas, incluindo os notórios batalhões Aidar e Azov que formaram a vanguarda insurrecta do golpe de Estado no país naquele ano.
Apesar de o líder do Partido Trabalhista britânico ter dito recentemente que Boris Johnson, premiê do país, se deve demitir, Keir Starmer instou o atual governo conservador a "dar um passo adiante e liderar" o bloco militar ocidental, comentando que "as divisões dentro da OTAN encorajaram Putin", em aparente referência a um comentário de Joe Biden, presidente dos EUA, que não responderia a uma "pequena incursão" da Rússia.
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"Por tempo demais a mensagem implícita a Moscou tem sido que Putin pode fazer o que ele quiser e o Ocidente fará pouco para retaliar", continuou o político do Reino Unido.

"Ninguém contempla que as tropas britânicas e aliadas sejam arrastadas para a guerra, mas precisamos de trabalhar com aliados para usar nossos recursos coletivos, incluindo sanções, para mostrar à Rússia que as ações que tomar terão consequências", apontou, expressando um apoio "resoluto" à "integridade territorial" da Ucrânia.

Starmer também sugeriu que fosse criado um "registro de entidades ultramarinas" dirigido contra empresas russas para as escrutinizar, uma ação pela qual a Rússia tem sido criticada no Ocidente.
A Rússia nega veementemente as acusações por parte de países ocidentais de que pretende invadir a Ucrânia, afirmando que tem todo o direito de movimentar tropas dentro de seu próprio território, e responde que tais acusações têm o objetivo de encobrir a crescente militarização perto das fronteiras russas pela própria OTAN, incluindo na Ucrânia, que oficialmente não faz parte da aliança.
Em 17 de dezembro, Moscou publicou projetos de acordo para reformular a segurança europeia, que propõem o fim da expansão da OTAN para leste, incluindo para a Ucrânia, e a não instalação de mísseis, armas nucleares ou meios militares perto das fronteiras russas e dos países da Aliança Atlântica.
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