"A Ucrânia deve fazer mais ações, porque a Rússia vai responder, e isso prolongará a ajuda ocidental explícita ou implícita à Ucrânia, inclusive com o envio de soldados. Acho que vai haver uma escalada, mas infelizmente quem vai pagar por essa escalada é a população ucraniana, por mais que claramente a Rússia esteja evitando atingir a população ucraniana diretamente", analisou.
"O presidente comediante, como chamo Zelensky, não se importa muito mais com a solução do conflito nem com as consequências sobre a população civil ucraniana. Ele faz isso a mando da OTAN e do governo dos Estados Unidos, principalmente, para tentar criar uma imagem de enfraquecimento, um suposto enfraquecimento russo. E a resposta ela [a Rússia] já deu de ontem para hoje com o bombardeio, atingindo infraestrutura e instalações militares. Ou seja, uma resposta bem dura, e provavelmente não vai parar nisso. Zelensky passou a ser um fantoche das potências ocidentais."
'Guerra por procuração' da OTAN, EUA e UE
"Esse conflito, que na verdade é uma guerra por procuração dos Estados Unidos [...] [e da] Europa, busca criar, dentro da propaganda política de guerra, essas imagens para demonstrar que o outro lado está enfraquecido, que pode ser atingido, que pode perder. As famosas táticas, mais antigas do que a história da humanidade, foram para tentar fazer uma demonstração de força e de propaganda", indicou.
"Diferentemente da Suécia e da Finlândia, uma entrada da Ucrânia na OTAN seria uma coisa absolutamente inadmissível para a Rússia. Esse conflito, que seria um conflito por procuração, por informações dadas por satélites, por inteligência e por assessoria militar foi assumido, semanas atrás, em pronunciamentos feitos por Bruxelas no sentido de dizer que quando houve uma ação de ucranianos na região de Carcóvia, essa ação foi comandada sob o ponto de vista político e logístico, além das questões militares em si, pela própria OTAN. A OTAN assume uma participação e, nesse sentido, agrava a crise", observou.
"Há cerca de três semanas, houve um anúncio público da OTAN no sentido de que capitaneava, de alguma forma, o esforço, além da entrega de Himars [sigla em inglês para Sistemas de Foguetes de Artilharia de Alta Mobilidade], de mísseis e de projéteis, sob o ponto de vista da coordenação, que é um dado político, que é o que mais preocupa neste momento", elucidou.
"As próprias negociações de paz, que no início do conflito foram bastante cogitadas e tentadas em um momento, acabaram sendo abandonadas (muito provavelmente em função de elementos interessados na continuidade desse conflito)."
"É um sacrifício muito grande para o povo ucraniano, porque esse conflito acaba ocorrendo em detrimento da própria população ucraniana", lamentou.
"Não vejo uma condição de escalada do conflito. Mas também não vejo negociações de paz em curto prazo. Por quê? Porque me parece que é um jogo de tudo ou nada. E esse jogo de tudo ou nada é muito perigoso para o mundo, muito perigoso para a humanidade de um modo geral, porque [...] [o conflito pode] escalar com réplicas e tréplicas potenciais, com armas de alto poder de letalidade. Naturalmente, não torço por isso. Torço para que haja uma resolução pacífica, diplomática e política desse conflito que, como disse, afeta o mundo todo economicamente, a estabilidade política e a própria estabilidade física do planeta, potencialmente", conclui Anitablian.