Recentemente, os Estados Unidos iniciaram um diálogo com Israel, com os EUA buscando clareza sobre como as necessidades humanitárias das pessoas seriam atendidas em Rafah no caso de a operação ser levada a cabo na cidade, disse o funcionário. À medida que a decisão sobre a ofensiva na cidade mais ao sul de Gaza era ponderada pelas autoridades israelenses, os EUA começaram a rever as transferências de armas que poderiam ser utilizadas lá, acabando por suspender um tipo de entrega na semana passada, acrescentou o responsável.
A utilização final das bombas de 907 kg em Rafah foi de particular preocupação para a administração do presidente dos EUA, Joe Biden, devido ao seu impacto devastador nas áreas urbanas visto antes, sem nenhuma decisão sobre "como proceder com este carregamento", disse o responsável sob condição de anonimato.
Entretanto, a fonte acrescentou que os EUA estão empenhados em garantir que Israel receba "cada dólar" do pacote de ajuda aprovado em abril.
"Nenhuma dessas remessas tem nada a ver com as dotações suplementares de Israel aprovadas no mês passado. Todas são retiradas de fundos previamente apropriados, alguns há muitos anos", disse o funcionário.
Neste momento, os EUA estão revendo outros envios de armas para Israel, incluindo o fornecimento de kits JDAM que transformam bombas de queda livre em armas de precisão, mas "nenhum destes casos envolve transferências iminentes — trata-se de transferências futuras", disse o funcionário.
Na segunda-feira (6), Israel iniciou uma operação militar nas partes orientais de Rafah e assumiu o controle do lado de Gaza na passagem de Rafah com o Egito. O Hamas disse ter concordado com as disposições do acordo de cessar-fogo proposto pelos mediadores do Egito e do Catar, mas o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu considerou o acordo de trégua inaceitável. Acredita-se que mais de um milhão de pessoas estejam abrigadas na cidade.
Em 7 de outubro de 2023, o movimento palestino Hamas lançou um ataque com foguetes em grande escala contra Israel rompendo a fronteira de Gaza, atacando bairros civis e bases militares. Quase 1.200 pessoas em Israel foram mortas e cerca de 240 foram sequestradas durante o ataque. Israel lançou ataques retaliatórios, ordenou um bloqueio total de Gaza e iniciou uma incursão terrestre no enclave palestino com o objetivo declarado de eliminar os combatentes do Hamas e resgatar os reféns. Mais de 34.700 pessoas foram mortas até agora por ataques israelenses na Faixa de Gaza, segundo as autoridades locais. Acredita-se que mais de 100 reféns ainda estejam detidos pelo Hamas em Gaza.