"Infelizmente, Netanyahu está a nos impedindo de avançar em direção a uma verdadeira vitória que justifique o doloroso preço que continuamos a pagar. Estamos deixando a unidade do governo com o coração pesado, mas com plena confiança", afirmou.
Gantz, que atuou como ministro da Defesa do país entre 2020 e 2022, formalizou suas ameaças de deixar o governo. Feitas em meados de maio, o político queria ver um plano detalhado de ação sobre o que fazer com o enclave palestino da Faixa de Gaza até o último sábado (8).
"Para que possamos lutar da forma correta, o gabinete de guerra deve formular e aprovar até 8 de junho um plano de ação que levará à implementação de seis objetivos estratégicos de importância nacional", afirmou Gantz na época. Netanyahu, no entanto, não apresentou resposta. Pelo contrário, se limitou a pedir que Gantz não deixasse o governo.
Era esperado que Gantz anunciasse sua saída no sábado (8), mas o político adiou sua renúncia após o resgate de quatro reféns pelas Forças de Defesa de Israel, que deixou pelo menos 274 palestinos mortos e outros 698 feridos.
Em resposta ao, Netanyahu foi às redes sociais e pediu ao seu rival político para não "abandonar a batalha". "Benny, este não é o momento de abandonar a batalha – este é o momento de unir forças", disse em seu perfil no X.
Junto de Yoav Gallant, atual ministro da Defesa de Israel e segundo réu no Tribunal Penal Internacional, Gantz compunha o gabinete de guerra de Israel, formado em resposta aos ataques de 7 de outubro do Hamas.
Líder do centrista Partido da Resiliência de Israel, partido que compõe a coligação de oposição Unidade Nacional, Gantz entrou como base do Likud, partido de Netanyahu, na Knesset, Assembleia Legislativa Unicameral de Israel, após os ataques de 7 de outubro.
O Partido da Resiliência de Israel possuía cinco membros atuantes no governo de emergência. Dois deles já renunciaram ao cargo seguindo Gantz, Gadi Eisenkot e Yehiel Moshe Tropper.
Com sua saída, Gantz pediu novamente pela dissolução do Parlamento e o adiantamento das eleições. Sem seu partido, contudo, Netanyahu ainda mantém uma maioria com 64 dos 120 assentos obtidos pela aliança conservadora.
A saída de Gantz retira uma das vozes mais moderadas ao redor de Netanyahu e que garantia apoio, tanto interno quanto no estrangeiro, ao governo. A voz centrista equilibrava a de ministros mais conservadores da coalizão de Netanyahu, como o ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben-Gvir, que exigiu ingressar no gabinete de guerra.
"Apresentei um pedido ao primeiro-ministro exigindo a adesão ao gabinete", disse Ben-Gvir em uma carta publicada na plataforma X. "Chegou a hora de tomar decisões corajosas, conseguir uma dissuasão real e trazer segurança aos residentes do sul, do norte e de Israel como um todo."