"As ações recentes do Cazaquistão, como a acreditação desses enviados do Talibã e a remoção na lista de grupos terroristas, são significativas porque sinalizam a mudança nas relações diplomáticas regionais […]. No que diz respeito à Rússia, há até discussões sobre a remoção do grupo da lista de organizações extremistas, o que também reflete mudanças pragmáticas na política de Moscou. Essas modificações são impulsionadas por questões econômicas e pela necessidade russa de estabilizar a região. No caso de reconhecer o Talibã, pode facilitar as relações entre Afeganistão e Rússia, além dos países do entorno, gerando estabilidade política, que é crucial", resume o especialista.
Como é a vida no Afeganistão hoje?
Quem manda hoje no Afeganistão?
"As necessidades econômicas, em meio a um conflito próximo aos países da Ásia Central [a Ucrânia], cercada por dois vizinhos de grande porte econômico [a Federação da Rússia e a China] apontam, por outro lado, para uma perspectiva de necessária reintegração da economia afegã na participação das decisões e dos fluxos de comércio regionais, mesmo que ainda existam severas ressalvas de seus vizinhos. Estas, no entanto, estão sendo administradas, já estando em evidência uma expectativa para tratar as relações com o país no curto prazo. Mesmo o Tajiquistão, o mais crítico entre os países da Ásia Central em relação ao governo do Talibã, está se ajustando a essa nova realidade", declarou.