"O que é o BRICS na fila do pão? Só é uma oficialização, cada vez maior, desta parceria, desta amizade entre os dois países [Turquia e Rússia]", opina a professora de relações internacionais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Dominique Marques.
"Quais vantagens ela [Turquia] poderia ter? Por exemplo, um incremento enorme no comércio exterior com a China, um aumento enorme no comércio da indústria militar com a Rússia", elenca ele. "A China e o […] BRICS podem dar […] algumas isenções de impostos, preferências no comércio exterior que possam beneficiar a Turquia e possam aumentar o volume de comércio."
"Os países do BRICS se reúnem porque são potências, são países com grande crescimento, mas são países que, se a gente considerar dentro da análise das relações internacionais, […] a gente chama de revisionistas, não querem mais que o poder do mundo esteja na mão de cinco ali", comenta ela.
"Quando algum outro país vem e ameaça os interesses dos europeus, 'Ah, não, você está sendo invasivo, você está sendo perigoso, você está sendo violento, isso aqui não é do meu interesse'."
Turquia e OTAN
"Quando os Estados Unidos precisam da Turquia, a Turquia tem que estar ali para ajudar. Mas quando é algum interesse turco, como, por exemplo, a questão do Chipre, eles podam a Turquia e dizem que aquilo ali é contra os direitos humanos, ou que é invasão", comenta ela. "A Turquia passa por uma crise econômica muito forte, agravada pelas sanções dos EUA, que acontecem principalmente quando a Turquia tenta assumir algum papel ali mais soberano."
O BRICS
"A Turquia não é grande produtor de commodities, mas é produtor industrial e é um acesso privilegiado ao Mediterrâneo", comenta o jornalista.