Os caças F-16 da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) prometidos à Ucrânia serão caçados e destruídos pelos ataques cirúrgicos da Rússia semelhantes aos que destruíram cinco caças Su-27 recentemente, disse Dmitry Kornev, fundador do portal Military Russia, à Sputnik.
Se o campo de aviação que abriga as aeronaves entregues pelo Ocidente estiver muito fora do alcance dos mísseis Iskander da Rússia, a Rússia poderia usar o seu míssil balístico hipersônico Kinzhal lançado do ar, apontou Kornev. O especialista acrescentou que o Kinzhal possui um alcance maior que o míssil Iskander e está sendo usado com grande sucesso para atingir alvos de grande importância na zona da operação especial.
Um ataque conjunto usando o sistema de mísseis Iskander-M destruiu cinco caças multifunção Su-27 ativos e danificou duas aeronaves em reparos no campo de aviação Mirgorod, na região de Poltava, disse o Ministério da Defesa russo na terça-feira.
O ataque ao aeródromo de Mirgorod foi descrito pela Forbes como possivelmente "um dos dias mais dispendiosos" para Kiev. A publicação apontou para um aumento de blogueiros ucranianos que inundaram as redes sociais, se apressando em culpar os oficiais da Força Aérea do país que permitiram que as tripulações estacionassem os Su-27 ao ar livre, tão perto da linha de frente. O meio de comunicação também lembrou que os drones russos Lancet realizaram uma série de ataques em bases aéreas ucranianas "vulneráveis".
Os sistemas de defesa antiaérea russos atingiram nove caças da Força Aérea ucraniana, incluindo sete Su-27, informou ontem o Ministério da Defesa russo. "Mais duas aeronaves ucranianas, um MiG-29 e um Su-27, foram abatidas pelos sistemas de defesa antiaérea russos", disse o comunicado da pasta.
Unidades russas de aviação, artilharia e drones atacaram concentrações de tropas e equipamentos militares inimigos em 115 áreas.
O ataque foi um triunfo por vários fatores, esclareceu Kornev. Houve "reconhecimento bem-sucedido", e a distância até o campo de aviação permitiu que os mísseis Iskander de alta precisão atingissem seu alvo.
"Podemos especular que a maior parte das aeronaves ucranianas foi destruída em 2022. O que sobreviveu foi de alguma forma restaurado ou reparado [...]. As Forças Armadas ucranianas têm agora uma frota de aeronaves muito limitada. Nesse sentido, cada aeronave é, obviamente, valiosa para eles, especialmente os Su-27", disse o analista.
Segundo Kornev, Kiev não pode adquirir Su-27 de outros países. A sua única opção é tentar restaurar as aeronaves restantes, potencialmente comprando peças sobressalentes de outras fontes.
"É impossível obter os Su-27 da mesma forma que receberam os MiG-29 do Leste Europeu. Consequentemente, o valor desta aeronave para as Forças Armadas ucranianas é muito alto", observou Kornev.
O número de aeronaves que um míssil Iskander pode potencialmente destruir depende de como os caças-alvo estão estacionados, explicou ele.
"Se eles [os caças] estivessem alinhados da mesma forma que os aviões estão estacionados nos aeródromos em tempos de paz, mais deles poderiam ter sido [destruídos], cerca de 10-15. Aqui, é preciso entender que os aviões estavam estacionados em abrigos de proteção individual para aeronaves. Ou seja, um abrigo para um único avião. A área de dispersão das munições de fragmentação é aproximadamente do tamanho de um estádio, ou até um pouco maior [...]. Em outras palavras, várias dezenas de elementos de combate atingiram as aeronaves, que são feitas de metal leve e não possuem blindagem protetora."
O especialista especulou que alguns dos caças poderiam, teoricamente, ser restaurados, mas, por enquanto, estão efetivamente fora de ação.
Espera-se que os Países Baixos entreguem o primeiro lote dos tão prometidos caças F-16 à Ucrânia dentro de semanas, disse o governo holandês cessante na última segunda-feira (1º).
De acordo com Kornev, em resposta à potencial aquisição de caças de combate F-16 dos Países Baixos pela Ucrânia, a Rússia vai confiar principalmente em capacidades de reconhecimento estratégico. Além disso, a Rússia manterá um elevado estado de prontidão com os seus meios, a fim de responder prontamente a qualquer potencial força de ataque.
Em uma conversa em março com pilotos militares, o presidente russo Vladimir Putin explicou que o fornecimento de F-16 não mudaria a situação no campo de batalha. No entanto, Moscou sublinhou que trataria os caças como ativos com capacidade nuclear devido à sua natureza de dupla finalidade.