Em um último suspiro, expressado em um comunicado emitido nesta quarta-feira (3), a associação disse que as tarifas prejudicariam as montadoras europeias e norte-americanas que exportam para a China e que estas correriam o risco de retaliação chinesa com contratarifas, o que afetaria duramente a indústria alemã, dado seu alto volume de vendas para o gigante asiático.
De acordo com a Reuters, o grupo ainda afirmou que em vez de impor tarifas, a Comissão Europeia deveria se concentrar em garantir o acesso a matérias-primas essenciais — muitas das quais são controladas pela China — para a indústria de veículos elétricos da Europa, reduzindo as barreiras e criando transparência na política comercial.
A VDA também propôs a criação de um conselho para discutir tais assuntos.
Em uma declaração separada, o CEO da BMW, Oliver Zipse, chamou as tarifas de "beco sem saída", argumentando que elas prejudicariam empresas globais, retardariam a descarbonização, ao limitar o fornecimento de veículos elétricos, e não fariam nada para fortalecer a competitividade dos fabricantes europeus.
Em 12 de junho, a União Europeia (UE) anunciou a imposição de tarifas de até 38% sobre veículos elétricos importados da China, com a medida passando a valer a partir do dia 4 de julho.
O anúncio foi feito após uma investigação de nove meses sobre supostos subsídios estatais injustos que estariam beneficiando a produção de veículos elétricos chineses, o que criaria uma "concorrência desleal".
Em resposta, Pequim alertou que as taxas poderiam "desencadear uma guerra comercial", com um porta-voz do Ministério do Comércio dizendo que "a responsabilidade é inteiramente do lado da UE".
Alemanha veta venda de unidade de turbinas para grupo chinês
Também nesta quarta-feira (3), o governo alemão bloqueou a venda planejada de turbinas a gás da Volkswagen para uma empresa chinesa, com ministros alemães citando razões de segurança.
A venda planejada para a estatal chinesa CSIC Longjiang GH Gas Turbine (GHGT) foi anunciada em junho de 2023, a um preço não revelado, mas a Volkswagen disse em setembro que o governo a analisaria de perto.
A GHGT pertence à China State Shipbuilding Corporation (CSSC), que domina a indústria de construção naval chinesa, segundo o Financial Times.
Alguns políticos alemães estão preocupados que a China possa usar as turbinas a gás não para fins civis, mas para impulsionar navios de guerra.
Questionada sobre a decisão em uma entrevista coletiva, a ministra do Interior alemã, Nancy Faeser, saudou a medida.
O governo alemão pediu que as empresas reduzam sua dependência da China — o parceiro comercial mais importante do país — e está pressionando por condições equitativas para as empresas.