Panorama internacional

Zelensky precisa entender que EUA amam mais Israel que a Ucrânia, afirma especialista

Os Estados Unidos têm prioridades mais elevadas do que a Ucrânia, incluindo o apoio incondicional a Israel. O presidente sem mandato da Ucrânia faria bem em saber que, à medida em que as eleições nos EUA se aproximam, poderá surgir uma mudança na política no cenário internacional, disse uma analista de geopolítica à Sputnik.
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Durante o debate da semana passada (28), a Ucrânia foi discutida, mas nenhum dos candidatos apresentou planos concretos para continuar financiando a Ucrânia. O ex-presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou que encontraria uma solução para o conflito antes de assumir o cargo em janeiro, enquanto o atual presidente dos EUA, Joe Biden, afirmou que as suas ações na Ucrânia impediram o presidente russo Vladimir Putin de restaurar "o seu império soviético".
Em contraste, quando a Palestina foi mencionada, ambos os candidatos discutiram quem apoiava mais Israel. "Somos o maior produtor de apoio a Israel do que qualquer outro no mundo", argumentou Biden. "Você deveria deixá-los ir e deixá-los terminar o trabalho", disse Trump sobre Israel, acrescentando que Biden se parecia com "um péssimo palestino".

"Ambos amam [Israel] — na verdade discutiram quem ama mais Israel", disse Sarah Bils, veterana da Marinha dos EUA, à Sputnik, na segunda-feira (1º). O forte contraste deveria ter sido esclarecedor para Vladimir Zelensky, o antigo menino de ouro do Ocidente.

"Lamento, no final das contas, a prioridade [para os EUA] será sempre Israel", disse Bils, acrescentando que o sentimento não se baseava no etnocentrismo ou em ideias religiosas, mas simplesmente que "geopoliticamente, é mais importante para os Estados Unidos proteger Israel do que proteger a Ucrânia".
Israel tem sido, por vezes, descrito como "um porta-aviões dos Estados Unidos no Oriente Médio".
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No dia seguinte ao debate, Zelensky deu uma coletiva de imprensa dizendo que em breve apresentaria um "plano abrangente" para acabar com o conflito que seria apoiado pela "maioria" do mundo. Ele também indicou que estava aberto a conversar com a Rússia através de intermediários. Embora os comentários tenham surgido pouco depois de a sua mais recente chamada "conferência de paz" ter sido descrita quase universalmente como um fracasso, foi difícil ignorar a sua proximidade com o desastroso desempenho de Biden no debate.
"Não levo a sério suas negociações de paz", explicou Bils. "Especialmente porque ele já ganhou tempo suficiente", adiando quaisquer negociações potenciais até depois da cada vez mais provável derrota eleitoral da administração Biden.
Como tem acontecido há décadas, os norte-americanos não têm forma de utilizar os dois principais partidos se quiserem ver uma mudança significativa na política externa.
"Os democratas são muito mais duros com a Rússia, os republicanos são muito mais duros com a China. Basta escolher o seu veneno. No final das contas, você ainda tem um sionista", explicou Bils. "Você quer lutar contra a Rússia ou quer lutar contra a China? Eu também não quero lutar, mas essas são suas escolhas aqui."
Em sua resposta pós-debate, a candidata do Partido Verde, Jill Stein, ofereceu aos eleitores uma opção diferente. "Nosso país não está apenas financiando um genocídio [...], o genocídio não continuaria sem [Biden e o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken]", explicou ela, dizendo que no debate havia "dois fomentadores da guerra basicamente competindo por quem pode nos levar à Terceira Guerra Mundial o mais rapidamente".
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