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Chefe do Exército Brasileiro vai à China e visita indústria de armas em meio à negociação da Avibras

Na segunda-feira (8), o ministro da Defesa Nacional da China, Dong Jun, reuniu-se com o comandante do Exército Brasileiro, Tomás Ribeiro Paiva. Na quinta-feira (11), será a vez de Tomás Paiva visitar a empresa chinesa Norinco, a qual negocia com Brasil sua participação na Avibras.
Sputnik
No encontro entre Dong e o comandante brasileiro, que aconteceu em Pequim, o chefe da Defesa chinesa observou que as relações entre as duas forças armadas "desfrutam de uma base sólida de cooperação e amplos interesses comuns, e o aprofundamento dessa relação tem amplas perspectivas".

Dong instou os dois lados a aprimorarem os intercâmbios, aprenderem um com o outro e levarem as relações militares China-Brasil a um novo patamar, relatou a agência Xinhua.

Em resposta, Tomás Paiva disse que o Exército Brasileiro está disposto a fortalecer ainda mais a comunicação e os intercâmbios com seu homólogo chinês e aprofundar a cooperação em vários campos.
Além do ministro da Defesa, o comandante brasileiro teve uma audiência com o comandante da força terrestre do Exército de Libertação Popular (ELP) da China e programou visitas à 3ª Divisão de Guardas do ELP e à Universidade de Defesa Nacional, entre outros compromissos na capital chinesa, segundo a Folha de S.Paulo.
O comandante do Exército, general Tomás Paiva, e o ministro da Defesa Nacional da China, almirante Dong Jun, durante encontro em Pequim, em 8 de julho de 2024
A visita à Norinco, que acontecerá amanhã (11), surge em meio às negociações do Brasil, as quais estão tendo destaque no governo Lula, para resgatar a Avibras que está há dois anos em recuperação judicial.
Já a Norinco, criada em 1980, fabrica desde drones e mísseis até armas leves e munição, tendo se expandido para a engenharia civil, com projetos de grande porte em países como Iraque e Croácia, parte da Iniciativa Cinturão e Rota.
A Avibras despertou o interesse não só da China como da australiana DefendTex e uma dos Emirados Árabes Unidos.
O interesse chinês foi expresso em uma carta enviada ao governo brasileiro no dia 13 de junho, depois de uma desistência temporária da DefendTex anunciada pelo ministro da Defesa, José Múcio.
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A eventual participação chinesa na Avibras não é vista como algo inusitado, dado que sua indústria bélica já vem participando regularmente de licitações brasileiras, tendo perdido o fornecimento de obuseiros, por exemplo, por divergência de calibre. Em uma concorrência para veículos blindados, perdeu para Itália.
A diversificação seria uma característica dos armamentos brasileiros hoje, com os Estados Unidos, por exemplo, fornecendo helicópteros. Da Índia, país visitado pelo comandante do Exército antes de ir à China, o interesse é comprar o sistema de artilharia antiaérea Akash, desenvolvido pela Bharat, mas para tanto será necessário um acordo governo a governo, escreve a Folha.
No entanto, sobre as negociações da Avibras, não se espera que o negócio seja fechado logo, em parte por envolver outros órgãos, como Itamaraty e o próprio Judiciário, além de Brasília já ter recebido um alerta dos norte-americanos sobre a transação com os chineses.
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