Panorama internacional

França deve encontrar € 15 bilhões por ano para satisfazer as exigências fiscais da UE, diz mídia

Após eleições antecipadas, Paris ainda enfrenta impasse com as contas públicas para cumprir exigências da União Europeia (UE) em função da violação de regras fiscais que podem levar a futuras sanções.
Sputnik
De acordo com fontes da Bloomberg, o próximo governo francês terá de encontrar mais de € 15 bilhões (cerca de R$ 88,06 bilhões) em receitas ou reservas adicionais por ano — o equivalente a 0,55% do Produto Interno Bruto (PIB) anual em sete anos — para satisfazer as exigências da UE.
Segundo a apuração, o valor foi incluído em uma proposta que a Comissão Europeia enviou a Paris no mês passado, um dos vários membros da UE repreendidos por violar as regras fiscais do bloco, e que atualmente está sujeito a um regime de monitoramento para avaliar se serão precisas sanções para corrigir as rotas fiscais do país.
No entanto, a França vive um momento delicado após as eleições parlamentares que não deu ao presidente Emmanuel Macron uma maioria para entrar em acordo sobre os cortes de gastos no governo. Com o parlamento dividido, a política orçamentária permanece sendo um motivo de divergência.
Ainda segundo a apuração, a análise do think tank Institut Montaigne concluiu que o grupo político associado à gestão de Macron acrescentaria um gasto de cerca de € 21 bilhões (aproximadamente R$ 123,1 bilhões) às contas públicas, mesmo diante das medidas emergenciais já mapeadas pelo governo para reduzir os gastos neste ano.
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Dado o peso da dívida de Paris e o escrutínio de Bruxelas, o presidente do Banco Central francês, François Villeroy de Galhau, alertou nesta quinta-feira (11) que o país não deve aumentar os seus déficits orçamentários sob o risco de "pesarem sobre a soberania" do país.
Os € 15 bilhões estipulados pela UE prolongam o horizonte de quatro (caso desembolsasse 0,94% do PIB) para sete anos para que a França possa amortizar sua dívida — ainda abaixo do limite máximo do déficit do bloco de 3% do PIB. Mas de acordo com as fontes ouvidas pela mídia, sem consenso parlamentar, a resolução da questão permanece incerta.
Dentre as medidas que poderiam ajudar Paris a reduzir os gastos estão a reforma do sistema de seguro-desemprego que deveria ser implementada na noite do primeiro turno das eleições legislativas francesas, mas foi suspensa, e a já polêmica reforma previdenciária — medida que o bloco de esquerda de Paris prometeu reverter.
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