Na semana passada (7), Orbán visitou a Rússia para conversações com Putin. O primeiro-ministro da Hungria descreveu a sua visita como uma continuação da "missão de paz" que iniciou com uma viagem a Kiev no início da semana passada.
O serviço disse aos Estados-membros na quarta-feira (10) que Orbán violou os acordos que proíbem todas as medidas "que poderiam comprometer a realização dos objetivos da União", informou o FT, citando fontes familiarizadas com o assunto. Ao mesmo tempo, o líder húngaro teria violado uma disposição que exige que todos os membros conduzam a política externa "sem reservas, em espírito de lealdade e solidariedade mútua".
Ainda segundo fontes da apuração, durante a cúpula da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) em Washington na quarta-feira (10), os líderes europeus estavam discutindo, entre outras coisas, uma carta conjunta a Orbán que esclarece as suas objeções às ações dele e lhe exige que pare com a sua iniciativa de política externa. Outra sugestão seria uma reunião especial dos ministros de Relações Exteriores da UE especificamente sobre o assunto.
Muitos membros do bloco europeu também falaram sobre um possível boicote a reuniões ministeriais informais durante a presidência da Hungria, disseram alguns diplomatas ao FT. Um número menor de países lançou conversações informais sobre como utilizar o tratado da UE para limitar a capacidade de Orbán de agir durante a presidência. Alguns responsáveis da UE sugeriram mesmo, em privado, retirar a presidência de Budapeste.
Segundo o Politico, o enviado da Hungria à UE, Balint Odor, foi verbalmente constrangido como nunca antes pelos seus colegas de Bruxelas. "É sem precedentes que a presidência seja repreendida dessa forma por todos os outros", disse um importante diplomata da UE sob condição de anonimato.
Desde que Budapeste assumiu a presidência rotativa do Conselho da UE na semana passada, Orbán empreendeu "missões de paz" autodeclaradas a Kiev, Moscou, Pequim e Washington, mas elas "não foram conduzidas em nome da União Europeia ou qualquer de suas instituições", disse o ministro húngaro dos Assuntos da UE, Janos Boka, em coletiva de imprensa.
A mídia noticiou no início da semana que Orbán havia enviado cartas confidenciais ao presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, e aos líderes da UE, detalhando suas recentes viagens a Kiev, Moscou e Pequim. Orbán teria dito que a Rússia e a China esperavam que as negociações de paz entre Moscou e Kiev começassem até o final deste ano.