Moscou não tem dúvidas de que a decisão de revogar a proibição do uso de mísseis de longo alcance pela Ucrânia contra o território russo foi tomada há muito tempo e agora estão a tentar apresentá-la de uma "maneira bonita", sublinhou o chanceler russo. Lavrov descreveu as recentes viagens dos responsáveis pela política externa dos Estados Unidos e do Reino Unido à Ucrânia como uma "encenação".
"Não temos dúvidas de que a decisão de cancelar as restrições ao uso de armas de longo alcance para atacar o território russo já foi aprovada", disse ele.
O chefe da diplomacia russa denunciou que a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) coordena ataques contra instalações civis em território russo.
"Especialistas militares ocidentais coordenam, literalmente de modo manual, os ataques com armas de alta precisão contra instalações civis", afirmou.
Além das armas, observou ele, a OTAN fornece à Ucrânia dados dos seus satélites espiões para determinar a localização dos alvos dentro da Rússia e atacá-los.
"Os objetivos são habitação, instalações críticas, infraestruturas energéticas e industriais, ou simplesmente equipamentos sociais como escolas, jardins de infância e clínicas médicas", enfatizou.
Segundo a representante oficial do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, eventos deste formato "permitirão uma troca aberta e honesta de opiniões entre diplomatas sobre a situação na Ucrânia".
"No âmbito da discussão acima, foi possível discutir detalhadamente os aspectos geopolíticos da crise, as questões da dimensão jurídica e dos direitos humanos, a militarização do regime nazista de Kiev, as sanções ilegais, bem como a mediação e iniciativas humanitárias de atores neutros", destacou a representante.