Alívio financeiro
"A mudança é bastante marcante porque o presidente argentino tem criticado fortemente Pequim e outros países com os quais mantém laços estratégicos, como o Brasil. Estamos falando dos dois maiores parceiros comerciais da Argentina", observou o pesquisador.
Laços estratégicos
"A China é um grande investidor em quatro ou cinco áreas fortes em toda a América Latina, especialmente em energia. Além disso, especificamente na Argentina, há um compromisso claro com o crescimento de redes elétricas de alta tensão, essenciais para a conectividade, por exemplo, a província de Buenos Aires, que é o território mais importante do país", destaca Restivo.
"Pequim está se tornando um dos países líderes no mercado de transporte sustentável, tendo como carro-chefe o desenvolvimento de carros elétricos. Justamente a exploração do lítio explica o compromisso com investimentos no norte da Argentina", destacou o especialista.
De Pequim a Washington
"Milei está muito próximo de magnatas como Elon Musk, que também defende uma ideia de capitalismo que propõe uma luta contra o Oriente, particularmente contra a China, um dos seus principais concorrentes no mercado de carros elétricos a nível mundial", postulou o especialista.
"Acho que na Argentina ainda há necessidade de estabelecer políticas estatais em relação ao alinhamento intencional, por exemplo. Muitas potências estão interessadas em laços comerciais com o país, mas isso requer sustentabilidade ao longo do tempo", observou o pesquisador.