Novo Aerolula? Conheça os modelos que podem substituir o avião presidencial

O atual avião presidencial deu um susto em Luiz Inácio Lula da Silva e sua comitiva ao retornar da cerimônia de posse da recém-eleita Claudia Sheinbaum, presidente do México.

Comprado em 2005, o avião do presidente do Brasil é um A319CJ da Airbus, empresa aeroespacial europeia. O modelo é uma derivação do tradicional A319 com tanques adicionais de combustíveis que aumentam sua autonomia a 12 mil/km.

Além disso, a atual aeronave alcança velocidade de cruzeiro de 828 km/h e comporta até 45 passageiros, entre a comitiva presidencial — que pode incluir outros líderes de Estado, ministros, deputados, senadores e assessores — e o destacamento de seguranças.

Apelidado de "Aerolula" por críticos do presidente em seu primeiro mandato, que foram contrários à compra, o modelo é equipado ainda com ferramentas de segurança, a exemplo de bloqueadores de sinais e um sistema de comunicação direta com o Palácio do Planalto.

A ideia de atualizar o avião presidencial, no entanto, não é nova. O modelo atual já foi usado por quatro presidentes da República — Lula, Dilma Rousseff, Michel Temer e Jair Bolsonaro — e estaria aquém das atuais necessidades do governo.

No ano passado, o governo e o Ministério da Defesa estavam considerando a troca, mas desistiram devido à repercussão negativa. Para efetuar a compra, contudo, Lula precisará de aval do Congresso Nacional.

Confira abaixo alguns modelos que poderiam substituir o A319CJ da presidência.

Pelo nome pode não parecer, mas o Boeing 747-200B é um dos aviões mais reconhecíveis do mundo. Isso porque o modelo é usado atualmente pelo presidente dos Estados Unidos.

Conhecido como Air Force One, o avião presidencial norte-americano tem alcance de 12.600 km e quatro motores turbofan, permitindo chegar a uma velocidade de cruzeiro de 930 km/h. Em especial, o modelo possui capacidade para 76 passageiros e avançados sistemas de defesa, desde sistemas criptográficos a tecnologia antimíssil.

No entanto, fabricado nos anos 1990, o governo dos EUA está em vias de trocar o Air Force One por um Boeing mais atual: o 747-8I.

Modelo de terceira geração da linha 747, o 8L (versão comercial) é utilizado por alguns chefes de Estado ao redor do mundo para deslocamento. Em sua maioria, de países do Oriente Médio, norte da África e Ásia, como China, Coreia do Sul, Egito, Marrocos, Kuwait, Omã e Turquia.

Com velocidade de cruzeiro de 917 km/h, o 747-8I conta com quatro motores turbofan e tem autonomia de até 14.300 km.

O terceiro Boeing da lista, o 777-300ER é a variante mais comum do 777, maior modelo bimotor da companhia. Desenvolvido nos anos 1990, a versão 300ER é capaz de alcançar 13.600 km com o tanque cheio. Seus motores turbofan também o permitem chegar a uma velocidade de cruzeiro de 905 km/h.

Atualmente ele já é usado por chefes de Estado de Bangladesh, Índia, Japão, além de Filipinas e Arábia Saudita, que têm muitas aeronaves à sua disposição.

A aeronave mais cotada para substituir o Aerolula, entretanto, não é um Boeing, e sim outro Airbus: o A330-200. A razão para isso é uma de qualidade — o presidente da França já usa um Airbus A330-200 para deslocamento internacional —, mas também disponibilidade.

Duas unidades desse avião já foram adquiridas pelo governo federal durante o mandato de Jair Bolsonaro (2018–2023) para serem utilizadas em missões de reabastecimento em voo, transporte de carga e ajuda humanitária.

Com sua entrada na Força Aérea Brasileira (FAB), os Airbus A330-200 foram denominados KC-30 e estão sendo usados neste momento para repatriar brasileiros no Líbano. Os modelos também foram usados para resgatar brasileiros em Gaza ao lado do KC-390 da Embraer.

Para entrar a serviço do presidente, contudo, o KC-30 teria de passar por algumas adaptações, como inclusão de Internet, suíte com chuveiro e um escritório para que Lula possa trabalhar.

Segundo a FAB, nas atuais especificações de transporte de até 238 passageiros e 45 toneladas de carga, o KC-30 tem autonomia de 14.500 km. Seus dois motores turbofan permitem, ainda, velocidade de cruzeiro de 871 km/h.

Infelizmente, a Embraer hoje não possui nenhuma aeronave capaz de cumprir os requisitos de voo necessários pela presidência, em especial a necessidade de voar longas distâncias sem reabastecimento. Seu maior modelo, o E190-E2, tem autonomia de 5.186 km.

Isso não quer dizer, entretanto, que a FAB e a presidência não utilizem aviões brasileiros. Pelo contrário, a FAB possui dois modelos E190, denominados VC-2A, usados para deslocamento doméstico do presidente.