Em 1º de dezembro de 2023, o Brasil assumiu a presidência do G20. O evento central dela é a 19ª reunião de cúpula do G20 que vai ocorrer no Rio de Janeiro em 18-19 de novembro de 2024.
Presidência brasileira do G20
"O lado brasileiro tem rejeitado consistentemente as tentativas de politizar as atividades do G20, aderindo à linha da multipolaridade no mundo", afirma o embaixador.
Segundo ele, a Rússia está apoiando essa posição e as prioridades da presidência brasileira:
inclusão social e combate à fome;
transição energética e desenvolvimento sustentável nos campos social, econômico e ambiental;
reforma das instituições de governança global.
"O tema da Ucrânia não está entre as prioridades da presidência", disse Labetskiy.
Ele observou que o Brasil assumiu uma posição equilibrada desde o início de sua presidência na associação, dizendo que o G20 é um fórum onde devem ser discutidas questões econômicas e financeiras globais, que, como sabemos, não podem ser resolvidas sem a participação da Rússia, e hoje há muitos desses tópicos para discussão.
Rússia e Brasil dentro do BRICS
Ao avaliar a situação dos laços entre a Rússia e o Brasil, o diplomata enfatizou que as relações entre os dois países são de natureza de uma parceria estratégica e têm uma dinâmica positiva sustentável.
O embaixador russo assegurou que estão em andamento os preparativos para uma reunião cara a cara entre o presidente russo Vladimir Putin e o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva à margem da cúpula do BRICS em Kazan, Rússia, de 22 a 24 de outubro.
Além do diálogo no mais alto nível, há contatos regulares entre os ministros das Relações Exteriores.
"Nossas delegações trabalham ativamente em formatos multilaterais, inclusive durante a presidência russa do BRICS e a presidência brasileira do G20", acrescentou o embaixador.
Comércio
Labetskiy indicou que o volume de negócios do comércio russo-brasileiro cresceu 22% nos primeiros seis meses de 2024 em comparação com o mesmo período de 2023, com o crescimento das exportações da Rússia ocupando o quinto lugar entre os parceiros de importação do Brasil.
O Brasil fornece à Rússia produtos de origem vegetal e animal, produtos químicos e farmacêuticos, bem como máquinas e equipamentos, especificou ele.
As exportações russas para o Brasil incluem fertilizantes, produtos petrolíferos, metais e produtos metálicos, isótopos para equipamentos médicos e produtos da indústria manufatureira.
Assim, a questão das transações mútuas, inclusive por meio dos sistemas de pagamentos alternativos ao SWIFT, entre os países do BRICS é uma das principais questões da agenda da associação.
Ele lembrou que, já hoje, os países do Sul Global representam mais de 50% do PIB mundial e os países do BRICS representam cerca de um terço da economia global.
O BRICS é uma associação interestatal criada em 2006. A Rússia assumiu a presidência do BRICS em 1º de janeiro de 2024.
O ano começou com a entrada de novos membros na associação: além da Rússia, Brasil, Índia, China e África do Sul, o BRICS agora inclui o Egito, Etiópia, Irã, Emirados Árabes Unidos e Arábia Saudita.
O principal evento deste ano vai ser a cúpula do BRICS com a participação de chefes de Estado em Kazan, na Rússia, de 22 a 24 de outubro.