"A discussão de critérios para parceiros foi concluída exitosamente e ela inclui aspectos que nós consideramos importantes, como a ideia de que os países [parceiros do BRICS] não devem adotar sanções unilaterais, que devem ter relações amigáveis com todos os países do grupo e apoiar a reforma do Conselho de Segurança da ONU", disse Saboia à Sputnik Brasil.
"Não há uma discussão sobre a ampliação dos membros, […] o foco é na categoria de países parceiros, que participam das sessões em separado das de líderes e de ministros das Relações Exteriores. Essa é uma prática que já existe, e a categoria de países é uma maneira de organizar essa prática e de dar a ela maior previsibilidade", disse Saboia.
"Apesar de a questão dos critérios para países parceiros estar ganhando muita atenção, eu acho que o grande aspecto dessa reunião [em Kazan] é que estamos reunindo todos os novos membros. É a primeira vez que, em nível de líderes, reuniremos o BRICS ampliado", declarou Saboia. "E isso é um exercício muito importante, porque exige o debate sobre os assuntos que antes eram discutidos somente entre os cinco, e agora terão um espaço muito maior."
"O Brasil tem uma tradição de fazer presidências com bons resultados como, por exemplo, a fundação do Novo Banco de Desenvolvimento, [também conhecido como Banco do BRICS], que foi durante a presidência brasileira do BRICS [de 2014]", lembrou Saboia. "Mas como teremos a Conferência do Clima no fim do ano, achamos prudente realizar [a Cúpula do BRICS] já no primeiro semestre."
"Os temas da nossa presidência refletem as prioridades dos países do BRICS. Na presidência brasileira do G20, procuramos imprimir maior ênfase em alguns eixos: combate à pobreza e à fome, desenvolvimento econômico, sustentabilidade e reforma da governança global. Acredito que esses eixos estarão refletidos na presidência brasileira do BRICS. Mas lembro que é um trabalho coletivo e todos os países terão suas contribuições a dar na presidência brasileira", concluiu o embaixador Saboia.