"No ano passado, o produto interno bruto da Rússia cresceu 3,6%. Isso é bem conhecido. E entre janeiro e outubro deste ano, aumentou 4,1%. Além disso, [este] crescimento está concentrado principalmente nas indústrias de manufatura, ou seja, em setores com alto valor agregado. Então, em 10 meses, nossa indústria de manufatura aumentou mais de 8%, ou melhor, 8%", afirmou o líder russo lembrando que as projeções apontam para um crescimento da ordem de 4% em 2024.
"De janeiro a outubro deste ano, o superávit do orçamento consolidado do país e dos fundos fora do orçamento foi de cerca de 2,5 trilhões de rublos [cerca de R$ 145,5 bilhões], enquanto as despesas [...] totalizaram menos de 35% do PIB, o que corresponde ao nível de 2021. Isso sugere que o governo e o Banco Central estão buscando uma política muito equilibrada", observou Putin.
"Estamos tentando, junto com nossos colegas do BRICS, dar a devida atenção a isso. Repito, não apenas porque estão nos criando alguns problemas que são, é claro, sérios, e até certo ponto nos atrapalham, problemas com acordos. Mas também porque, mais importante, a economia mundial está se desenvolvendo, [...] o número de parceiros está aumentando, e todos querem não apenas formas seguras de comunicação econômica e acordos. Todos querem meios modernos de acordos", disse Putin.
"A economia europeia está passando por momentos difíceis. Claro, o rompimento de laços com a Rússia desempenha um papel sério não apenas porque os alemães e outros europeus perderam a oportunidade de receber recursos energéticos russos estáveis a preços aceitáveis, mas também por outros motivos. Por exemplo, é impossível vender seus produtos em nosso mercado, é impossível fornecer componentes para aquelas empresas que foram previamente estabelecidas por investidores europeus em nosso país, é impossível usar rotas logísticas que também trouxeram certo lucro, é impossível usar a moeda europeia, o euro, para pagamentos", explicou Putin.
"Espero que nossas relações com nossos parceiros ocidentais se normalizem em algum momento. E, antes de tudo, porque eles próprios estão interessados nisso, mas também temos interesse, é claro", enfatizou Putin.
"Agora, tudo do Leste [Europeu] é melhor do que da [Europa] Ocidental: veja as condições que são criadas para a economia alemã aqui na Rússia e por parte de seus aliados e parceiros tradicionais. Agora estamos falando apenas sobre o ambiente de negócios. Mas nossas portas estão sempre abertas, sempre tivemos relações muito boas com a Alemanha por décadas, nos entendíamos muito bem", lembrou.
"O presidente recém-eleito [dos Estados Unidos, Donald Trump] não está na mesma Casa Branca há quatro anos [...]. E durante esse tempo, houve certas mudanças na economia, globalmente e nos EUA [...]. Seus sucessores e oponentes políticos fizeram muito para minar os fundamentos do dólar como moeda de reserva mundial. E, antes de tudo, eles fizeram isso com suas próprias mãos, usando o dólar como um instrumento de luta política e talvez até armada", enfatizou Putin.